por Eli Halfoun
Assim como o “CQC”, “A Liga” é mais um programa importado pela Bandeirantes da televisão argentina como se a criativa televisão brasileira realmente precisasse disso. Bem realizado, o jornalístico tem uma virtude maior: resgatar o jornalismo feito onde tudo acontece, ou seja, nas ruas. “A Liga” mostra com boas reportagens a mais óbvia lição de jornalismo: lugar de repórter é na rua. O jornalismo brasileiro, um campeão de sensacionais reportagens, deixou-se dominar pela comodidade imposta pelos avanços tecnológicos que facilitaram o trabalho em qualquer redação do mundo. Tecnologia é para acrescentar e não para fazer esquecer o fundamental. Para que ter bons repórteres (temos, inclusive desempregados, mais de uma centena deles) se não é mais preciso ir para as ruas buscar material. Hoje é perfeitamente possível colocar qualquer publicação nas bancas utilizando apenas os muitos realeses que todas as redações recebem o dia inteiro falando de quase tudo e quase todos. É verdade que realeses não estão preocupados com a informação e em seus textos, alguns muito bem escritos, escondem sempre a intenção maior que é a de promover produtos ou pessoas. Mesmo assim se os realeses passarem por uma boa peneirada podem ganhar formato jornalístico suficiente para garantir a publicação no em jornal ou revista. Isso sem contar com o imenso material disponibilizado na internet. “A Liga” (o “Profissão Repórter” da Globo também) está alertando para a importância de redescobrir o jornalismo investigativo. É preciso devolver os repórteres às ruas para descobrir, procurar, apurar e investigar que, afinal, o bom jornalismo é acima de tudo investigação. Se os jornais e revistas não voltarem a fazer isso correm o sério risco de se transformarem em apenas boletins de divulgação. E ainda por cima mal feitos. (Ei Halfoun)
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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