quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Blake Shelton é capa da People e as redes sociais ficam indignadas. Ele é o rei do racismo e da intolerância, dizem...

por Clara S. Britto

A People fez uma capa com o cantor country Blake Shelton e virou alvo das redes sociais.

Shelton, que é um dos técnicos da bancada do The Voice americano (exibido no Brasil pelo canal pago Sony) e um típico produto do preconceituoso Meio Oeste americano, é acusado de fazer intensa campanha contra imigrantes e homossexuais em frequentes comentários na sua conta do Twitter.

Diante da repercussão das ofensas, o cantor apagou os comentários.

Mas, em matéria sobre o assunto, o site Daily Beast reproduz alguns posts

O imigrante planeja onde vai lançar a bomba, segundo Shelton
.

Gay tem que apanhar, decreta o cantor

Motorista de táxi que não fala inglês tem mais é que se fuder, é a lei de Shelton

Atriz Lupita Nyong'o denuncia photoshop racial na capa da revista Grazia inglesa...


por Clara S. Britto 
A atriz Lupita Nyong'o, vencedora do Oscar pelo filme "12 Anos de Escravidão" foi fotografada para a capa da britânica Grazia e se surpreendeu ao ver que a imagem foi alterada na edição. Lupita comentou o seu desapontamento e o fato de a foto ter sido trabalhada, especialmente os cabelos, para atender ao "padrão eurocêntrico". 
Pouco depois, o fotógrafo vietnamita An Le confessou ter feito a alteração e pediu desculpas. "Eu percebo que foi um erro monumental. Peço desculpas da Nyong'o e a todos os outros a quem ofendi",  disse An Le.

Reality show perde... Gregório Duvivier filma o exato momento em que Jorge Picciani, presidente da ALERJ, leva uma dura dos homens de preto


O apresentador e ator Gregório Duvivier viajava no mesmo voo do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani. A viagem foi tranquila para todos. Já o político do PMDB não pode dizer o mesmo do desembarque no Aeroporto Santos Dumont: a Polícia Federal o aguardava ao pé da escada para conduzi-lo coercitivamente para depor sob acusação de envolvimento em um mega esquema de propinas. Duvivier filmou e postou a cena na sua conta no Instagram.

Não dá para ouvir os argumentos de Picciani aos homens de preto. Vai ver era algo do tipo "quem, eu", "não estou ouvindo o que o sr. está falando, a turbina do avião está atrapalhando", "mas o piloto não me avisou", "preciso passar em casa, até agora comi só amendoim e uma barra de cereal", "propina, o que é isso?, "Fetranspor? Não conheço. É um festival de transgêneros portugueses?". VEJA O VIDEO AQUI

Propina no futebol: escândalo atinge empresas de mídia e de marketing esportivo. Na Argentina, um executivo é encontrado morto horas após ser acusado

Escândalo repercute na mídia internacional. Bloomberg e...


... e The Guardian publicam a denúncia feita em Nova York. 

Enquanto a seleção brasileira fazia sua partida morna e decepcionante contra a Inglaterra, no 0X0 do Wembley, ontem, em Londres, um jogo muito mais pesado se desenrolava em Nova York: as autoridades locais, onde o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, com um histórico de serviços prestados à ditadura militar, é acusado de extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro, ouviam  uma das testemunhas de acusação.

Coube ao argentino Alejandro Buzarco ligar um enorme ventilador sobre detritos acumulados há décadas. E o vendaval por ele detonado chegou à Rede Globo. Buzarco, ex-executivo da empresa de marketing argentina Torneos y Competencias S.A também é réu no processo e acusou Globo, Fox, a empresa brasileira Traffic e a Televisa de pagarem propinas a dirigentes para assegurar direitos de transmissão de torneios internacionais.

Um breve histórico: a Globo mantinha um dos seus executivos, Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte, como o encarregado de fazer a ponte entre a poderosa rede, a CBF, a Comenbol e a Fifa. Nos bastidores, durante anos, Marcelo ficou conhecido o "cartola da Globo", tão semelhantes eram suas táticas com os movimentos subterrâneos da maioria dos dirigentes do futebol brasileiro.

Sempre defendendo os interesses da Globo, Pinto impunha horários de jogos, modificava tabelas, garantia a eterna exclusividade de transmissões e adiantava dinheiro de cotas para grandes clubes em aperto financeiro. A bola estava com ele, tinha poderes e cacife. Em novembro de 2015, poucos meses depois da prisão de José Maria Marin, na Suiça, a Globo anunciou que Marcelo se aposentaria no fim daquele mesmo ano.

Entre outras bombas, Buzarco contou que participou de uma reunião com Marin, Del Nero e Marcelo Campos Pinto, quando avisou ao grupo sobre uma "sobra" de propina. "Informei a eles que tinha mais 2 milhões de dólares de propina, dinheiro que Teixeira não havia coletado. Com a benção de Campos Pinto, ficou decidido que os 2 milhões seriam divididos entre Del Nero e Marin", disse Buzarco.

Em nota, a Globo afirmou que "não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina". Segundo a emissora, investigações internas apontam que jamais houve "pagamentos que não os previstos nos contratos". A empresa afirma que Marcelo Campos Pinto, em apuração interna, "assegurou que jamais negociou ou pagou propinas a quaisquer pessoas".

Tudo indica que Marcelo Campos Pinto vai segurar esse rabo de foguete. O julgamento prosseguirá em Nova York, mas dificilmente a Justiça brasileira vai se ocupar desse assunto. Corrupção privada no Brasil não é crime. E a CBF, ao contrário do Comitê Olímpico Brasileiro, daí a prisão de Carlos Arthur Nuzman, é uma entidade privada que não mexe com verbas públicas.

Do ponto de vista jornalístico, há um ponto curioso: acusações contra grandes empresas de mídia além de não prosperarem não costumavam ser divulgadas nos veículos do acusado e, muito menos, nos veículos concorrentes. Um pacto de silêncio protegia as corporações. Hoje, com as redes sociais e os sites independentes o silêncio torna-se impossível. O assunto está em todos os jornais. Ainda bem.

A Globo divulgou uma nota sobre o novo escândalo e promete noticiar todos os desdobramentos.

"Sobre o depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso FIFA pela justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina.

Esclarece que, após mais de dois anos de investigação, não é parte nos processos que correm na justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos.

O Grupo Globo se surpreende com o relato envolvendo o ex-diretor da Globo Marcelo Campos Pinto. O Grupo Globo deseja esclarecer que Marcelo Campos Pinto, em apuração interna, assegurou que jamais negociou ou pagou propinas a quaisquer pessoas. O Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido.

Para a Globo, isso é uma questão de honra. Os nossos princípios editoriais nem permitiriam que seja diferente. Mas o Grupo Globo considera fundamental garantir aos leitores, aos ouvintes e aos espectadores que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige."

Como se pode ler na nota, a Globo fez "investigação interna" para apurar se a Globo pagou propina".

E isso mesmo, não é piada.

A emissora acaba de renovar com o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também acusado na denúncia de Buzarco, os direitos exclusivos de transmissão dos jogos da Seleção Brasileira até 2022.

Sinal de que a bola deve continuar rolando, sem maiores tropeços. Ricardo Teixeira, ex-presidente, e Marco Polo del Nero, o atual mandante da CBF, dificilmente serão incomodados.

Por enquanto, apenas evitam viajar para o exterior espelhados no vacilo de Marin, preso em Zurique.

Vai que o longo braço do FBI os alcança.

Em matéria de CBF, Nova York não é aqui.

ATUALIZAÇÃO 
Jornais argentinos acabam de divulgar que Alejandro Delhon, um dos executivos denunciados por Alejandro Burzaco como envolvido em casos de propina no futebol, foi encontrado morto, ontem, nas proximidades de Buenos Aires. Segundo a polícia local, Delhon se atirou na frente de um trem na cidade de Lanús. As autoridade ainda apuram se foi suicídio ou assassinato. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Biblioteca Nacional Digital ultrapassa o número de 1.500.000 documentos com acesso via internet. Mas falta um acervo nesse banco de dados


Com frequência, jornalistas que passaram pela Bloch recebem pedidos de informações sobre o arquivo de fotos que pertenceu à Manchete e demais revistas da extinta editora. Os apelos vêm de pesquisadores, escritores, documentaristas e até fotojornalistas que trabalharam na Bloch e dependem do acesso às suas fotos para completar projetos de livros autorais.

Infelizmente, não é possível ajudá-los: embora o atual proprietário tenha sido identificado e contatado pelo Globo em reportagem assinada pela jornalista investigativa Cristina Tardáguila (hoje na agência Lupa), a entrevista foi concedida em 2011 sob a condição de que não revelasse seu paradeiro. Em resumo, não se sabe o destino do arquivo nem o que feito dele. Não desapareceu na Amazônia, como a expedição do coronel Fawcett, mas sumiu misteriosamente aqui mesmo no Estado Do Rio.

Pra não dizer que não foram feitas tentativas 
para evitar essa perda.

A Biblioteca Nacional Digital, que ultrapassou recentemente o número de 1.500 mil documentos digitalizados, entre fotos, revistas, jornais, artigos, músicas etc, foi criada em 2006.  Naquele mesmo ano, a Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (CEEBE) alertava várias entidades públicas e privadas sobre a importância jornalística e histórica do arquivo fotográfico da Manchete, então entre os bens da extinta Bloch relacionados para ir a leilão.

Nos anos seguintes, foram encaminhadas correspondências a vários órgãos públicos. Em vão. Até que o leilão se efetivou e no terceiro pregão, em 2011, e o acervo foi adquirido por um particular.

Mesmo após aquele leilão, a CEEBE, através do seu presidente, José Carlos Jesus, fez uma última tentativa para sensibilizar o Ministério da Cultura, na época sob o comando de Anna Buarque de Hollanda, também em 2011. O apelo era para que o MinC estudasse a aquisição para tornar público o acesso ao arquivo, físico ou digitalizado, em alguma instituição cultural.

O Gabinete da Ministra respondeu gentilmente, através da Chefe de Gabinete Maristela Rangel, em ofício que informava sobre o encaminhamento da carta à Diretoria dos Direitos Intelectuais do MinC. Depois disso, o alerta da CEEBE caiu no pântano burocrático de Brasília, que jamais informou sobre qualquer andamento ou tomada de providência.

O atual ministro da Cultura é o jornalista Sérgio Sá Leitão. A reprodução está aí em cima, mas caso ele queira dar uma olhadinha na reivindicação original, o ofício 563 GM/MinC está guardado no SAD/MinC sob o n° 13842/11.

O arquivo da Bloch está virtualmente desaparecido há seis anos, mas, quem sabe, ainda dá para recuperar algumas imagens entre cerca de 10 milhões de fotos aparentemente vaporizadas.

A dança dos executivos...

Os dois cargos mais instáveis do país: treinador de futebol e presidente da Abril. O sujeito dorme empregado mas não sabe se acorda ainda com crachá.

Ontem foi anunciada a demissão do administrador e publicitário Walter Longo. No seu lugar entra o advogado Arnaldo Tibyriça, que era vice-presidente jurídico da empresa. Em menos de três anos, a cadeira de presidente do grupo derrubou gente como Fábio Barbosa, sem falar na interinidade de Giancarlo Civita, um dos donos da Abril, e nas danças de altos cargos motivadas por sucessivas reestruturações.

Anote aí: salário na periferia agora é 33 mil reais...

A ministra Luislinda Valois (PSDB) é candidata a engraçada. Quando pediu para acumular o salário de desembargadora com o de titular dos Direitos Humanos, o que somaria R$61,4 para sua conta bancária - reivindicação negada por ultrapassar o teto constitucional - ela argumentou que, sem o reforço orçamentário, entraria para a lista de vítimas de "trabalho escravo".

Foi criticada por ironizar com um grave problema do país.

Não se emendou. Agora, Luislinda Valois (foto) alardeia em solenidade que é "preta, pobre e da periferia". A ministra ganha gordos R$ 33 mil. O Globo registou a nova declaração.

Se recebe isso na "periferia", imagine quanto ganham os habitantes da região central do paraíso onde ela vive...

Tristeza na Itália: a Azurra pede desculpas e cai...

O goleiro Buffon, uma lenda italiana, encerraria a carreira na Copa da Rússia. Os dois jogos contra a Suécia
(0X1 e 0X0) anteciparam a despedida. (Foto de Valerio Pennicino/Getty Images/FIFA






por Niko Bolontrin

Itália fora da Copa da Rússia é o tema dos jornais da Bota, hoje. A desclassificação é tratada como um drama. Antes, a Azurra só faltou às Copas de 1930 (optou por não participar) e de 1958, quando não se classificou. Há alguns anos a Itália não se apresenta com um grande time, mas fará falta na Rússia. O país tem paixão por futebol, é tetra, e sua seleção costuma se agigantar nos Mundiais. Para quem é supersticioso, aí vai o lado bom da notícia: em 1958, quando a Azurra não foi à Suécia, a seleção brasileira conquistou sua até hoje única Copa em território europeu. Napoleão e Hitler não conseguiram conquistar Moscou. Quem sabe não é a vez do "general" Tite?

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Pode isso, Galvão?


Galvão Bueno faz uma ultrapassagem não permitida e beija Felipe Massa antes de Ana Bassi, mulher do piloto, chegar junto. As rede sociais deliraram. Veja o vídeo no UOL AQUI

Fórmula 1: Brasil engata marcha ré na principal categoria do automobilismo mundial. Mídia deve reduzir cobertura em 2018

GP Brasil 2017 em Interlagos. Foto de Steven Tee/LAT (Fotos Públicas)

por Niko Bolontrin 

A Fórmula 1 está passando por mudanças, novos donos pretendem valorizar as provas como espetáculos, incluindo shows, bandas, atrações para o público nos intervalos de treinos e antes das provas, pilotos estimulados a se aproximarem da torcida e maior abertura para a cobertura de TV, principalmente. Antes do GP Brasil, por exemplo, a repórter Mariana Becker, da Globo, conseguiu algo antes impensável: mostrar como funciona por dentro o restrito centro de controle da prova, onde ficam os temíveis fiscais que punem ou absolvem pilotos envolvidos em choques, fechadas desleais etc.

Em 2018, mais mudanças virão, mas o que já foi feito em 2017 ganha elogios e críticas. Especialistas avaliam que as corridas têm que atrair novas gerações, enquanto o ex-todo-poderoso chefão da Fórmula 1, Bernie Eclestone, rebateu, em São Paulo, que a categoria "já foi um restaurante estrelado e virou um fast-food", numa crítica à visão pop do novo controlador, o americano Chase Carey, da Liberty Midia.

Para o Brasil, 2018 na F1 também trará novos enfoques. O principal: pela primeira vez, desde 1969, não haverá piloto brasileiro na principal prova do automobilismo.

Interlagos tem contrato para sediar a prova até 2020. E a Globo detém os direitos de transmissão até o mesmo ano, mas dois outros fatores pairam sobre sobre o futuro do GP Brasil. A maior emissora do pais deixou de exibir prova ao vivo, neste 2017, em algumas ocasiões para mostrar apenas os  "melhores momentos". Está perdendo o interesse? Fãs de automobilismo foram levados a buscar no canal por assinatura SporTv a cobertura integral. E o prefeito João Dória pretende privatizar a toque de caixa o autódromo paulista, o que cria uma enorme incógnita sobre o futuro da prova.

Fittipaldi e Pelé
Para falar da Manchete, onipresente neste blog de variedades, recorde-se que a F1 foi um fenômeno de vendas de revistas desde a  primeira prova que Emerson Fittipaldi disputou em 1969. A revista ajudou a reforçar a imagem de "celebridade" do próprio Fittipaldi, além Nelson Piquet e Ayrton Senna, e teve respostas espetaculares de várias gerações de leitores. Manchete, por suas características, ia além da cobertura esportiva e aproximava os ídolos da F1 das estrelas nacionais como Pelé e José Wilker, como se vê nas reproduções das capas neste post. Além de glamourizar a vida sentimental de Senna, de forte apelo. Mostrar a "intimidade" dos pilotos, fora do cockpit, era uma atração a mais para os leitores e leittoras.

A TV exibia os heróis do volante em alta velocidade e Manchete desvendava seus perfis e vidas pessoais. A revista, como já contou aqui seu diretor, Roberto Muggiati, chegou a alugar jatinhos na Europa para levar a Paris, de onde a Varig trazia ao Rio, rolos de filmes com a cobertura de fim de semana das vitórias brasileiras na F1.

Piquet e José Wilker
Com a era digital ainda na ficção, nos anos 1970 e começo dos 1980, o jatinho em conexão com um voo da companhia aérea brasileira possibilitava colocar material de qualidade na mesa do editor a tempo de fechamento. Sem isso, as opções eram deixar para publicar na semana seguinte, o que fragilizava a notícia e esfriava o interesse de patrocinadores, ou usar sofríveis fotos transmitidas.

E chegar às bancas com velocidade era vital para as vendas de Manchete e Fatos & Fotos.

Com a  morte de Senna, em 1994, teve início um esvaziamento das corridas como pauta de revistas. O cancelamento da edição semanal da Manchete, seis anos depois, levou o tema de vez para o pit stop.
Rubens Barrichello e Felipe Massa ainda seguraram a onda, mas sem a dimensão de Piquet, tricampeão, Senna idem e Fittipaldi bicampeão.

A grande dúvida é saber como reagirá a audiência diante da falta de um brasileiro nas provas da mais tradicional categoria do automobilismo. É previsível que a mídia reduza sua cobertura, com impacto em captação de patrocinadores.

O casal Adriane Galisteu
e Senna
Quanto a Interlagos, não vou nem entrar em detalhe no fator segurança. O assalto à equipe da Mercedes e a tentativa de bandidos em abordar um carro da FIA (Federação Internacional do Automobilismo), um da Williams e outro da Sauber repercutiram em todo o mundo. Vai deixar marcas e São Paulo pode pagar caro pela imprevidência e a injustificável falta de reforço no policiamento do entorno do autódromo, que é cercado por favelas, durante um evento de importância mundial.

Aparentemente, não há brasileiros virando a curva para se colocar no grid de largada dos próximos anos.

O último candidato, o promissor Felipe Nars, mostrou potencial mas esbarrou em falta de patrocínio.

Depois de Abu Dhabi, dia 26 de novembro, última prova deste ano, quando Massa recolher ao boxe o seu Williams, o Brasil na F1 também vai parar para manutenção, sem data pra voltar.  É simbólico. Também no esporte, a marcha é ré.


Jornalistas debatem impacto da nova legislação trabalhista no mercado de trabalho


A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo realizam de 7 a 9 de dezembro, em Vitória, o Encontro Nacional de Assessores de Imprensa e o Congresso Extraordinário dos Jornalistas. Em pauta, impactos no mercado de trabalho dos jornalistas provocados pelas reformas trabalhista e da Previdência, a precarização das relações de trabalho em assessoria de imprensa, fraudes contra o jornalista e a organização sindical da categoria na conjuntura de desregulamentação do trabalho.

Os eventos são concomitantes e devem reunir na capital capixaba profissionais de todas as regiões do país, entre delegados (eleitos em assembleias dos Sindicatos de Jornalistas ou congressos estaduais) e observadores. Estudantes de Jornalismo também podem participar.
Inscrições e mais informações no site do evento, AQUI
Fonte: Fenaj

domingo, 12 de novembro de 2017

Fotografia: Calendário Pirelli 2018 é #coisadepreto


Ru Paul, Rainha de Copas. Foto de Tim Walker/Pirelli
Sean "Diddy" Combs e Naomi Campbell. Foto de Tim Walker/Pirelli

Uma das reações ao comentário racista de William Wack foi tornar viral a #coisadepreto, a hastag que acompanha nas redes sociais - só para lembrar -, fotos de grandes figuras negras da literatura, do cinema, da música, da política, do esporte, das lutas sociais.

Com muito orgulho, todos são #coisadepreto.


Por coincidência, o fotógrafo britânico Tim Walker, contratado para fazer o famoso Calendário Pirelli 2018, tornou-o #coisadepreto.

O tema da folhinha é o clássico de Lewis Carroll, "Alice no País das Maravilhas" e os modelos são, entre outros, Naomi Campbell, Sean "Diddy" Combs, Whoopi Goldberg e Lupita Nyong'O,

O Calendário Pirelli 2018 é ótimo para colar na parede da sala de alguns colunistas brasileiros brancos que enxergaram no vídeo de Waack apenas uma "peça de humor".

VEJA MAIS NO SITE OFICIAL DO PIRELLI CALENDAR  CLIQUE AQUI

Madame Trumpadour

Essa foto do Trump publicada na Folha é sensacional. O topete torna-se a representação estilizada das ondas tortuosas (e tempestuosas) que se movimentam nos grotões do cérebro do homem mais poderoso do mundo. 

Aliás, uma das palavras para topete usadas nos anos 20 nos EUA era "pompadour",

Scott Fitzgerald a usa em relação ao jovem Gatsby, livro de 1925. 

Elvis Presley foi um "pompadour" militante. 

James Dean, embora rebelde, tinha um pé ou a cabeça no salão de cabeleireiro da corte francesa. 

Reprodução Blogger

Claro, remete à figura de Madame de Pompadour, amante de Luís XV, a primeira loura burra da espécie, bem antes de Maria Antonieta. Pensando bem, por uma questão de igualdade de gêneros, por que não colocar o Trump na categoria de louro burro? Tem tudo a ver.


Celso Athayde revela no El Pais, que William Waack já era William Waack em 2000


por Celso Athayde (para El Pais) 

Nessa última quarta feira, mais precisamente às 16h45, minha timeline foi invadida com a expressão: “Isso é coisa de preto”. Conheço bem essa expressão, ela é a forma mais objetiva de apontar quem você acha ser uma pessoa menor, menos educada, menos capaz e menos humana. Para quem possui a pretensa superioridade étnica essa expressão é clássica, inconfundível e recheada de ódio, desprezo pelo outro, seja lá quem for. É preto e pronto. Para mim, era mais uma onda de racismo, como essas que vemos nas redes sociais toda hora. Só que não. Essa onda tinha um surfista famoso, essa onda era protagonizada por ninguém menos que um mestre da comunicação, era ele: William Waack. Na mesma hora um filme passou pela minha cabeça, minha experiência "Waack" foi em 2000 .


Quando o rapper MV Bill e eu apresentamos para os moradores da Cidade de Deus um videoclipe de 10 minutos chamado Soldado do Morro, fizemos um grande evento para cerca de 30.000 pessoas na favela. Era dia 25 de dezembro, noite de Natal. Levamos shows de Caetano, Djavan, Dudu Nobre, Cidade Negra, além do próprio Bill que começava sua carreira. No clipe apareciam algumas imagens de jovens armados, e como a TV Globo estava presente filmou o telão e o evento.

O senhor Waack, que na ocasião substituía a apresentadora Ana Paula Padrão, que estava de férias em Nova York, nos xingou em rede nacional. Ele destilou todo o seu preconceito e arrogância costumeira contra nós afirmando na tela que o que fazíamos era apologia ao crime. O episódio virou caso de polícia, que acabou requisitando uma cópia do videoclipe sob alegação de que faria, como disse Waack, apologia ao crime organizado. Nós não tínhamos dinheiro para pagar um advogado para processá-lo e, lógico, brigar com a TV Globo parecia suicídio.

Bill e eu resolvemos ir à Globo para acertar as contas com ele e acabamos num debate riquíssimo com o então diretor de comunicação, Luis Erlanger, que se tornou um dos nossos melhores amigos, e nos convenceu de que a opinião do moço não representava a opinião da emissora. A maior prova de que ele não mentia é que seis anos depois, aquelas mesmas imagens fora de contexto — que Waack usou para nos execrar nacionalmente —, foram reeditadas e transformadas no filme Falcão – Meninos do Tráfico, que recebeu prêmios em mais de 20 países. Mais que isso, foi considerado um filme que mudou a tevê brasileira. Foi um projeto costurado pelo próprio Erlanger e abraçado por seu gerente social na época, Luiz Roberto Ferreira.

Nossa posição em relação a Waack externamos em vários momentos, inclusive no próprio livro Falcão Meninos e Mulheres, onde contamos os bastidores do documentário.

Quando a noticia sobre Waack veio à tona, tenho certeza de que não surpreendeu ninguém, por tudo que ele já fez e faz. Pelas posições debochadas que ele tem em relação aos movimentos sociais e a qualquer movimento que não seja alinhado com sua postura elitista, ou mesmo com seus princípios estéticos.

Faço essa reflexão sem nenhum prazer, ao contrário. Fico triste de ver um homem tão culto, que prestou serviços tão relevantes ao jornalismo do país, manchar sua carreira com um fato tão grave. Triste também por ver que essas práticas estão aí e só conseguimos provar por acaso, pois os racistas negam que são racistas até a morte.

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sábado, 11 de novembro de 2017

Perdeu, Cabral! Essa privada-ostentação Louis Vuitton não é pra você...



por O.V.Pochê 
A artista plástica americana Illma Gore criou uma privada que faria inveja o Sérgio Cabral. O ex-governador, atualmente condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e chefia de organização criminosa, ostentava poder e riqueza à base de joias, mansão, grifes caras e iates. Mas o objeto que incendiou a imaginação dos contribuintes foi um achado da Polícia Federal no apartamento do Cabral: uma privada hi-tech, que mais parecia uma sala de comando da NASA. O aparelho fornecia água em três temperaturas, aquecia o assento de acordo com o freguês e tinha embutida a função bidê cujo fluxo podia ter sua pressão regulada para os mais sensíveis.

Na privada criada por Illma o valor não está na alta tecnologia, mas na sofisticação do material que reveste todo o conjunto, tudo em legítimo couro das caríssimas bolsas Louis Vuitton. Antes de sentar na preciosidade o interessado deverá desembolsar algo em torno de 100 mil dólares. O objeto é artístico, por enquanto, mas poderá ser oferecido em leilão.

Illma gosta de trabalhar com temas e materiais exóticos. No ano passado, ela criou um Donald Trump nu, com um bilau menor do que o de David, de Michelangelo, sob o título "Make America Great Again".

Memórias da redação - The winner is... Nos tempos da Blochwood, os indicados da lista de filmes anuais de Alberto Carvalho




Outro dia, Behula Spencer, que trabalhou na Manchete, Amiga e outras revistas da Bloch, comentou no Facebook Virou Manchete sobre uma relação de "filmes" que Alberto Carvalho divulgava a cada fim de ano. A lista era uma espécie de retrospectiva cinematográfica na qual as produções de destaque eram associadas a personagens da jornada do Russell.


O blog localizou uma cópia dos indicados de 1987, onde a própria Behula era a estrela de "Engraçadinha depois dos 30". Não rendia estatueta, mas garantia boas risadas. Alberto cuidava de alertar para o tradicional "qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência".  Em alguns casos, visto hoje, dilui-se o sentido mais evidente na época, com o enredo do filme ainda na tela. Havia também títulos de produções fictícias. O eventualmente e politicamente incorreto ficava por conta da época e da irreverência do diretor da "academia" que indicava os concorrentes. Os tempos eram menos mal-humorados.

Em todo caso, não há registro de que alguém tenha se incomodado ao entrar para o "cinema" naquela brincadeira que chegava às mesas e corredores já no clima de fim de ano.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A capa da Veja é o poder das redes sociais. William Waack sabe do que a revista está falando...


O afastamento do âncora William Waack da Rede Globo e da Globo News após um comentário racista que vazou nas redes sociais foi o destaque da semana.

A Veja põe uma lente de aumento no fato e vem com matéria de capa sobre a força da internet.

Um exercício que se pode fazer para comprovar o tsunami demolidor da web é imaginar se um fato como esse fosse revelado por um jornal, há 30 anos, apenas como uma notícia, sem o vídeo e o áudio chocantes, teria o impacto de provocar uma grave punição a um dos principais jornalistas da maior rede de televisão do país.

Naquele tempo, os leitores só teriam um canal, lento e improvável, para demonstrar indignação: a seção de cartas. No universo digital, sai debaixo, milhões de pessoas dão sua opinião instantânea.

A Globo viu imediatamente o tamanho da encrenca e o prejuízo à sua imagem e agiu rápido.

O lado positivo é que fica difícil ou impossível abafar fatos como esse.

Adeus tapete, não dá mais para esconder das visitas a sujeira da sala.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Game over! Jovem Pan descobre quem vazou o vídeo de William Waack em cena de racismo explícito

Reproduçõa jovem Pan/Link abaixo

O operador de VT Diego Pereira e o designer gráfico Robson Ramos soltaram a "Bomba Waack" na internet. Os dois revelaram à Jovem Pan toda a história do video vazado. Inicialmente, as cenas foram divulgadas em um grupo de líderes do movimento negro. Tentaram divulgar na imprensa e não conseguiram. Um deles era funcionário da Globo. “Ele não foi repreendido depois. Ali estava cheio de gente, tinha coordenador, diretor de imagem, o próprio entrevistado poderia ter reclamado da ‘piadinha'”, recordou Diego.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE DA JOVEM PAN, CLIQUE AQUI


Globalizou... contaram pro Daily Mail...


VEJA A MATÉRIA AQUI

Flávia Oliveira, do Globo e da Globo News, faz palestra na ABL sobre raça e gênero

A Academia Brasileira de Letras promove o ciclo de palestras "Ideias para reconstruir o Brasil", coordenado por Rosiska Darcy de Oliveira.
Na próxima terça-feira, dia 14, a jornalista Flávia Oliveira (foto) colunista do Globo e comentarista da Globo News, falará sobre um tema mais do que oportuno: "Raça e gênero: a construção da igualdade no Brasil?". 
Às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr. (av. Presidente Wilson, 203, Centro - Rio de Janeiro), com entrada franca. 

O site da ABL transmitirá a conferência.

Imprensa: o assessor de comunicação que botava "pra dificultar"

Reprodução You Tube

Ontem foi o dia nacional de vazamentos. O clipe racista de William Waack foi o recordista, mas a equipe de João Dória também pegou carona na onda de "ataques de sinceridade" que as redes sociais turbinaram.

Um áudio inicialmente revelado pelo repórter Luiz Fernando Toledo, do Estadão, gravado em uma reunião da qual participava o jornalista Lucas Tavares da Silva Filho, assessor de Comunicação do prefeito de São Paulo, mostra claramente como se dá o jogo sujo para dificultar o trabalho de repórteres especialmente quando a pauta não interessa à política de comunicação e marketing oficiais.

Na prática, Tavares diz como faz para vencer jornalistas pelo cansaço - "botar pra dificultar", diz ele -  até que desistam. Impedir acesso a dados públicos fere  normas legais de transparência. O Ministério Público de São Paulo anuncia que vai investigar o que considera uma afronta aos direitos dos cidadãos.

Na sua falsa esperteza, Tavares nem é original. Apenas reproduz a tática confessada no famoso Escândalo da Parabólica, em 1994, quando Rubens Ricupero,  então ministro da Fazenda de Itamar Franco, entrevistado por Carlos Monforte, da Globo, não percebeu que o microfone estava ligado e pronunciou a máxima que revelou a linha-mestra da política de comunicação do seu ministério: "Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde".

Como Tavares, Rubens Ricupero foi rapidamente defenestrado da função.

Quanto a Doria, o fato é que ele adota nas relações com alguns veículos um certo estilo Trump para chamar de seu. O prefeito presidenciável já teve atritos com vários jornalistas que o desagradaram e a quem respondeu com posts irados nas redes sociais.

Você apostaria que o "estrategista" Tavares é uma exceção solitária em gabinetes acarpetados?

Internamente, houve quem quisesse saber porque diabos uma reunião daquelas estava sendo gravada.

OUÇA O ÁUDIO REPRODUZIDO PELO JORNAL DA GAZETA, CLIQUE AQUI 



Racismo em Washington, o "Watergate" de William Waack... E a verdade estava no vazamento


Ontem mesmo, quando um vídeo vazado com declarações racistas já passava de 1 milhão de visualizações apenas no You Tube, sem falar em outros milhões compartilhados no Twitter,  Facebook e sites, a Rede Globo afastou o âncora Willam Waack da bancada do Jornal da Globo e suspendeu o programa Globonews Painel.

Câmera e microfone abertos flagraram a demonstração de preconceito quando jornalista se preparava para entrar ao vivo, de Washington, a terra do Watergate, durante a cobertura das eleições americanas no ano passado.

Waack se incomodou e perdeu a linha com um carro que buzinava no trecho da rua bem abaixo do local onde fazia seu link. 

“Tá buzinando por que, seu merda do cacete? Você é um, não vou nem falar, eu sei quem é…”.  Em seguida, nomeia o alvo do seu piti: “É preto”. Tudo isso ao lado do também jornalista Paulo Sotero, que parece contribuir para a ofensa com um risinho levemente irônico. O vídeo devastador teria vindo a público a partir do WhatsApp de um grupo de editores de TV

Não que seja surpresa a postura do âncora da Globo e da Globo News. Pode-se dizer que é até coerente com algumas pensatas ultraconservadoras que o Waack anexa aos seus comentários. É apenas chocante comprovar que vazamentos como esse captam mais verdades do que o material editado. O episódio foi o mais comentado, ontem, no Twitter, e entrou para o trending topics mundial.

A Globo divulgou uma nota sobre o assunto onde afirma que "iniciará conversas" com o jornalista. Seja qual for o desfecho do episódio, não há duvidas de que William Waack colou no seu currículo uma etiqueta da qual dificilmente se livrará.  A Globo não informa se irá apurar a origem ou as circunstâncias do vazamento de um material que é claramente da própria emissora.

A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante. Diante disso, a Globo está afastando o apresentador William Waack de suas funções em decorrência do vídeo que passou hoje a circular na internet, até que a situação esteja esclarecida.

Nele, minutos antes de ir ao ar num vivo durante a cobertura das eleições americanas do ano passado, alguém na rua dispara a buzina e, Waack, contrariado, faz comentários, ao que tudo indica, de cunho racista. Waack afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação.

William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo. A Globo, a partir de amanhã, iniciará conversas com ele para decidir como se desenrolarão os próximos passos.”
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Pesquisa: onde moram os sem-notícia de meio impressos ou on line


O Projor – Instituto para o desenvolvimento do Jornalismo em parceria com o Volt Data Lab publica no Observatório da Imprensa o “Atlas da Notícia – um panorama do Jornalismo local e regional no Brasil“, levantamento inédito com base em jornalismo de dados sobre a presença ou ausência da imprensa em todo o território nacional. 
Foram identificados, nessa primeira etapa do projeto, 5.354 veículos — entre jornais impressos e sites —, em 1.125 cidades de 27 unidades federativas. Um universo que compreende aproximadamente 130 milhões de pessoas, mais de 60% da população brasileira.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, CLIQUE AQUI

Lixo vip? As câmeras não perdoam...



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Folha de São Paulo atualiza seu Manual de Redação e inclui, pela primeira vez, normas para os meios digitais

A Folha de São Paulo prepara nova versão do seu Manual de Redação.

Criado  em 1984, o livro foi atualizado pela última vez em 2001. A  previsão é que a edição 2018 seja lançada até o mês que vem.

Como se pode constatar, os meios digitais exigem mudanças de padrões e favorecem estilos específicos de textos.

As novas rotinas jornalísticas introduzidas pela internet serão finalmente adicionadas ao manual.

A informação é do Comunique-se.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

"Confesso que perdi", o livro de memórias de Juca Kfouri vai muito além da bola...


por José Esmeraldo Gonçalves 

Juca Kfouri acaba de resumir 50 anos de carreira em pouco menos de 250 páginas.

Resumiu? Eu diria que ampliou.

Em "Confesso que perdi" (Companhia das Letras), livro de memórias do jornalista que dirigiu Placar, Playboy,  passou pelo Globo, Lance, TV Globo, SBT e é colunista da Folha de São Paulo, a paixão pelo futebol, a luta contra a ditadura, a pressão e os interesses da mídia, a Democracia Corintiana, a campanha pelas Diretas Já, as denúncias de jogadas corruptas da cartolagem e os escândalos - como o da máfia da Loteria Esportiva - trocam passes com o sonho de uma geração por um Brasil melhor e mais justo, mais ético, no campo e fora dele.

O título, que remete ao "Confesso que vivi", de Pablo Neruda, e à célebre frase de Darcy Ribeiro ("Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas"), certamente reflete a frustração do autor, compartilhada por muitos jornalistas que atravessaram esses mesmos 50 anos de profissão, mas não é um gol contra. Juca se considera derrotado e conclui: "porque nem o Brasil, nem o futebol brasileiro, nem o jornalismo tupiniquim são hoje a coroação dos meus sonhos de juventude". Contudo, diz-se um "derrotado feliz". No livro, contrapõe a tristeza do cidadão à carreira brilhante no jornalismo.

"Apesar de profissionalmente vitorioso, por jamais ter transigido nos meus princípios e de ter um padrão de vida que nem sequer sonhei ao começar a carreira de jornalista, e de vitorioso pessoalmente, por causa das pessoas que me cercam, vivo num país infeliz e injusto e que, no que se refere ao futebol, poderia ser a NBA desse esporte mas é apenas exportador de pé de obra" .

Ao fim da leitura de "Confesso que perdi" você concordará com o título. Ok, Juca perdeu. Mas verá que o jornalismo esportivo teria perdido muito mais se, nesse meio século, ele tivesse vestido a camisa dos vencedores.

Duvida? Faça uma boa ação: envie alguns exemplares para José Maria Marin, Ricardo Teixeira, João Havelange (in memoriam), deputados da "bancada da bola", J. Hawilla etc, entre outras figurinhas carimbadas do álbum de terror que Juca Kfouri há muito tempo ajudou a desmontar.

Sabia disso? Em 2018, Mickey Mouse original cairá em domínio público. Em janeiro de 2019 será a vez de Monteiro Lobato

Clique AQUI para ver o vídeo
por Ed Sá 
A versão antiga de Mickey Mouse, personagem lançado no desenho animado Steamboat Willie, em 18 de novembro de 1928, deveria ter caído em domínio público em 1998. Isso, segundo a lei de Direitos Autoriais nos Estados Unidos, que protege copyrights por 70 anos. Só que, naquele ano, um lobby da Disney conseguiu que o Congresso americano aprovasse uma prorrogação casuística por mais 20 anos - não por acaso passou a ser chamada de "Lei Mickey' - que beneficiava "obras que não tivessem ainda sob domínio domínio público", "coincidentemente", o caso do desenho de Walt Disney. Então é isso, em 18 de novembro de 2018, Mickey em versão original será de domínio público.

A lei brasileira de proteção aos direitos autoriais é diferente. Uma obra só cai em domínio público 70 anos após a morte do autor. O prazo começa a contar a partir do mês de janeiro subsequente ao falecimento do autor. Monteiro Lobato, por exemplo,. morreu em julho de 1948. Em janeiro de 2019 sua obra  será pública. Narizinho, Emília. Dona Benta, Cuca e Saci, entre outros, estarão soltos nas ruas.

Neste ano que está quase acabando foram liberadas as obras de H.G.Wells, André Breton e Gertrude Stein.

Se pretende usar uma dessas obras, consulte antes a legislação brasileira (Lei Federal 9.610/98).

Um serviço: há vários sites de organizações sem fins lucrativos que disponibilizam obras sem direitos autorais. Existem diversos sites onde você pode obter conteúdo já livre. Em vermelho, seguem-se alguns links. Experimente o Internet Archive. Lá você encontrará e-book, músicas e filmes à vontade. Project Gutenberg é outro portal útil. No Brasil, o Domíniopúblico.gov.br relaciona a  obra completa de Machado de Assis, entre outros clássicos brasileiros e lista milhares de fotos já liberadas.


terça-feira, 7 de novembro de 2017

Vítima de chantagem, cantora se antecipa ao criminoso e posta foto pirateada...

Reprodução Twitter


Vítima de fotos hackeadas, como tem acontecido com muitas celebridades, a cantora Sia adotou tática diferente. Ao saber que alguém estaria vendendo imagens suas aos fãs, ela se antecipou e divulgou no Twitter foto em que aparece nua. Um presente público. Na mensagem, ela alerta os fãs para não gastarem dinheiro: "aqui está a foto, de graça". A legenda "Everyday is Christmas" é uma irônica referência ao título do último álbum da cantora.

Reprodução
Sia é rigorosa quanto à própria privacidade e esconde o rosto ao se apresentar em shows e clipes. "Prefiro ser uma voz e não um rosto", já disse entrevista.

A cantora recebeu apoio dos fãs e sua mensagem já foi compartilhada milhares de vezes.

Mas houve quem deduzisse que um close do rosto de Sia talvez tivesse mais valor para o chantagista.


Memória da publicidade: Quando Lambretta ainda não era nome de drible...


Para as novas gerações, a palavra "lambreta" talvez seja conhecida apenas como o nome que se dá a um tipo de drible (quando o jogador puxa a bola com um calcanhar, levanta com o outro e faz a "gorduchinha" passar por cima da "vítima" adversária).

Mas Lambretta, a marca italiana que concorria com a Vespa, foi sonho de consumo de muitos jovens nas anos 1950/1960. Por aqui, virou até sinônimo de "motorino", como os romanos chamam as scooters que ainda agitam o trânsito já caótico da capital da "Bota".

A primeira Lambretta foi produzida em 1947, há 70 anos, na Itália. No Brasil, começou a ser montada em 1955. O anúncio acima foi publicado na Manchete, edição 369, de 1959.

Revista Estilo fora das bancas. Abril encerra edição impressa da publicação

Estilo acaba em dezembro.
Espelhada na americana In Style, a revista Estilo, da Abril, encerra sua edição impressa no mês que vem.

Na reprodução ao lado, a capa da edição atual, de outubro.

A empresa não confirmou ao Comunique-se se o site da publicação será mantido.

Demissões à vista.

Quando foi lançada, em outubro de 2002, a Estilo trazia na capa a beleza sofisticada de Carolina Ferraz. Naquele ano, a atriz atuava em "Quinto dos Infernos" e "Sabor da Paixão.

Carolina Ferraz na capa
número da Estilo, em 2002. 
No mesmo momento em que a revista anuncia seu fim, a estrela da capa número 1 também vive mudanças.

Demitida após 25 anos de Globo, Carolina (que estreou na antiga Rede Manchete em 1987, como apresentadora do Programa de Domingo e teve na novela Pantanal sua primeira participação com atriz) está processando a Rede Globo.

Motivo (segundo a coluna Radar, de Maurício Lima, na Veja): era contratada como "pessoa jurídica" e exige direitos trabalhistas não quitados.