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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

É coisa de vídeo - Globo desliga William Waack um mês e meio depois de vazamento de flagra de racismo

A Rede Globo comunicou hoje que em acordo com William Waack foi decidido encerrar o contrato de prestação de serviços que a emissora e o jornalista mantinham desde 1996.

O ex-âncora do Jornal da Globo estava afastado desde o começo de novembro quando foi vazado um vídeo onde ele usava expressões de cunho racista antes de entrar no ar, em Washington, quando cobria a eleição de Donald Trump. Na nota oficial, assinada pelo diretor de jornalismo Ali Kamel e pelo jornalista, observa-se que Waack não admite o que o vídeo mostrou, diz que "em nenhum momento teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais", não explica as expressões lamentáveis que usou, mas pede desculpas "a quem se sentiu ofendido". A Globo, logo abaixo, das evasivas do seu ex-âncora, "reafirma seu repúdio ao racismo".

Há alguma semanas, especulou-se que o SBT estaria interessado em contratar o jornalista.

Leia o comunicado da Globo:

"Em relação ao vídeo que circulou na internet a partir do dia 8 de novembro de 2017, William Waack reitera que nem ali nem em nenhum outro momento de sua vida teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais. Repudia de forma absoluta o racismo, nunca compactuou com esse sentimento abjeto e sempre lutou por uma sociedade inclusiva e que respeite as diferenças. Pede desculpas a quem se sentiu ofendido, pois todos merecem o seu respeito.

A TV GLOBO e o jornalista decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham.

A TV GLOBO reafirma seu repúdio ao racismo em todas as suas formas e manifestações. E reitera a excelência profissional de Waack e a imensa contribuição dele ao jornalismo da TV GLOBO e ao brasileiro. E a ele agradece os anos de colaboração.

Ali Kamel, diretor de Jornalismo da TV GLOBO

William Waack, jornalista e apresentador de programas jornalísticos da TV GLOBO"

ATUALIZAÇÃO ÀS 15H49 - Segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL, William Waack se reuniu com a Globo por quatro vezes desde o vazamento do vídeo. Essas reuniões, como a última, que gerou o comunicado, foram tensas e o jornalista estava acompanhado de advogado. O caso, segundo Feltrin, pode acabar na Justiça.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Racismo em Washington, o "Watergate" de William Waack... E a verdade estava no vazamento


Ontem mesmo, quando um vídeo vazado com declarações racistas já passava de 1 milhão de visualizações apenas no You Tube, sem falar em outros milhões compartilhados no Twitter,  Facebook e sites, a Rede Globo afastou o âncora Willam Waack da bancada do Jornal da Globo e suspendeu o programa Globonews Painel.

Câmera e microfone abertos flagraram a demonstração de preconceito quando jornalista se preparava para entrar ao vivo, de Washington, a terra do Watergate, durante a cobertura das eleições americanas no ano passado.

Waack se incomodou e perdeu a linha com um carro que buzinava no trecho da rua bem abaixo do local onde fazia seu link. 

“Tá buzinando por que, seu merda do cacete? Você é um, não vou nem falar, eu sei quem é…”.  Em seguida, nomeia o alvo do seu piti: “É preto”. Tudo isso ao lado do também jornalista Paulo Sotero, que parece contribuir para a ofensa com um risinho levemente irônico. O vídeo devastador teria vindo a público a partir do WhatsApp de um grupo de editores de TV

Não que seja surpresa a postura do âncora da Globo e da Globo News. Pode-se dizer que é até coerente com algumas pensatas ultraconservadoras que o Waack anexa aos seus comentários. É apenas chocante comprovar que vazamentos como esse captam mais verdades do que o material editado. O episódio foi o mais comentado, ontem, no Twitter, e entrou para o trending topics mundial.

A Globo divulgou uma nota sobre o assunto onde afirma que "iniciará conversas" com o jornalista. Seja qual for o desfecho do episódio, não há duvidas de que William Waack colou no seu currículo uma etiqueta da qual dificilmente se livrará.  A Globo não informa se irá apurar a origem ou as circunstâncias do vazamento de um material que é claramente da própria emissora.

A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante. Diante disso, a Globo está afastando o apresentador William Waack de suas funções em decorrência do vídeo que passou hoje a circular na internet, até que a situação esteja esclarecida.

Nele, minutos antes de ir ao ar num vivo durante a cobertura das eleições americanas do ano passado, alguém na rua dispara a buzina e, Waack, contrariado, faz comentários, ao que tudo indica, de cunho racista. Waack afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação.

William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo. A Globo, a partir de amanhã, iniciará conversas com ele para decidir como se desenrolarão os próximos passos.”
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI


domingo, 27 de agosto de 2017

Brasil em manchete na BBC...


(da BBC Brasil)
Publicada no Diário Oficial da última quinta-feira sem alarde, o decreto que determina a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, surpreendeu muita gente e ganhou manchetes alarmadas no Brasil e nos principais jornais do mundo.
Não foi o que ocorreu com investidores e empresas de mineração canadenses. Em março, cinco meses antes do anúncio oficial do governo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresários do país que a área de preservação amazônica seria extinta, e que sua exploração seria leiloada entre empresas privadas.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI

sábado, 14 de janeiro de 2017

TeresinaLeaks: Hackers piauienses captam sinais de gigantesca "operação blindagem" no Planalto Central

por Omelete

Fotos captadas por satélites e reveladas por hackers piauienses mostram que nos últimos dias vários comboios de carretas transportando placas de aço se dirigem a Brasília.

A maioria estacionou perto da Praça dos Três Poderes. Como não há nenhuma obra gigantesca no local, ganha força o vazamento de que trata-se de material necessário para blindagem de alguns setores.

Coincidentemente, o fluxo de caminhões aumenta exatamente no momento em que são divulgadas denúncias sobre os poderosos do PMDB, Geddel Vieira e Eduardo Cunha e um esquema de propinas na Caixa Econômica Federal. Ao mesmo tempo, o mutirão do STF analisa delações premiadas.

Também por acaso a mídia noticia que emissários de Brasília tem visitado prisões curitibanas para empreender diálogos construtivos com algumas investigados que são granadas em pino ou verdadeiras bombas humana.

Alvos republicanos estão confiantes de que as placas de aço - dizem que várias siderúrgicas estão fazendo hora-extra para suprir as encomendas - poderão ser um alívio nos próximos meses. Os hackers piauienses obtiveram trechos de conversas no Whatsapp em que se consolida a suspeita de que lotes de placas de aço reforçarão a blindagem de parte relevante da mídia.

Estão reservadas placas de titânio para proteger alguns personagens especiais. Informações do TeresinaLeaks.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Vazou, Istoé: a matéria que nasceu na calada da noite, a clonagem de uma capa histórica e a análise de uma polêmica edição


O jornalista Luís Costa Pinto foi o autor de duas matérias importantes no início do processo de impeachment de Fernando Collor: “Os Tentáculos de PC Farias” e “Pedro Collor Conta Tudo”. Ontem, Costa Pinto escreveu no Facebook o texto transcrito aqui no qual analisa a edição especial da revista Istoé, já nas bancas, com a suposta delação premiada de Delcídio Amaral, até aqui não reconhecida pelo próprio. 


1990: a famosa capa da Veja, ...

...que a Istoé desta semana, em edição especial a partir de documentos vazados, relacionou com a polêmica matéria sobre uma suposta delação
premiada do senador Delcídio do Amaral
por Luís Costa Pinto (do Facebook do autor)

Sobre o jornalismo e as
capas que “contam tudo”

"A revista Istoé antecipou sua edição do próximo fim de semana para hoje, quinta-feira.
Antes de analisar qualquer coisa, o ato de antecipar a circulação da edição impressa só mostra quão difícil é pensar as publicações nos dias de hoje.
Modernos fossem, os editores de Istoé podiam ter arrebentado numa edição eletrônica e podiam resguardar a outrora preciosa edição impressa para oferecer a seus leitores uma cobertura espetacular sobre os desdobramentos da crise. Afinal, revistas nasceram para analisar em profundidade os cenários e para explicar o porquê dos fatos.
Mas esse foi só um desacerto editorial. Deixemo-lo de lado.
Na capa da edição, o título ‘Delcídio Conta Tudo’ e uma foto do senador do PT do Mato Grosso do Sul com ar soturno e a cabeça levemente inclinada para baixo.
A ambição, inconfessa, contudo evidente e descarada, é remeter os mais velhos à histórica capa de Veja ‘Pedro Collor Conta Tudo’, de autoria central minha, mas fruto de um amplo e espetacular trabalho de equipe – repórteres, editores, correspondentes e diretores – num formato de redação e de publicação que já não existe mais. Não existe. Mimetizar a força de uma capa por similaridades gráficas é mais que equívoco: é má fé.
O texto de Istoé relata o acesso que a repórter teve a um texto que seria parte de uma delação premiada, não homologada, do senador Delcídio Amaral. No rol de denúncias, supostos fatos que serão graves se forem verdadeiros.
Alguns deles:
1- A presidente da República e o ministro da Justiça teriam feito gestões junto ao presidente do Supremo Tribunal Federal numa reunião extrapauta, no Porto, para que Ricardo Lewandowiski ajudasse num processo de esvaziamento da Operação Lava Jato.
2- A presidente da República teria pedido ao líder do Governo no Senado, o próprio Delcídio, para que ele confirmasse com um futuro ministro do Superior Tribunal de Justiça se ele concederia habeas corpus aos presidentes de duas empreiteiras – Odebrecht e Andrade Gutierrez – tão logo assumisse a vaga no STJ. E que o presidente do STJ teria auxiliado nessas gestões.
3- Que Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, soubera com todos os detalhes do passo a passo da compra da refinaria da Petrobras em Pasadena (EUA).
4- Que Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, havia articulado com a CPI dos Bingos para que seu nome não fosse tratado lá dentro.
Não vale descer ao rol quilométrico de versões elencadas no papelório divulgado por Istoé, mas:
1- Delcídio Amaral nega a delação. Seus advogados, idem. Um dos advogados de Amaral é ex-presidente do STJ, Gilson Dipp, operador do Direito que construiu sólida reputação em Brasília. Eles não foram procurados antes da publicação do texto. Sequer para confirmar ou negar a existência da delação – ou para ajudar a melhorar a “apuração”. Por que?
2- O presidente do STF, Ricardo Lewandowiski, em que pese ter sido “elogiado” na edição de Istoé, não foi procurado antes da divulgação da revista. Por que? Deveria ter sido procurado, até para dar detalhes da conversa ocorrida no Porto, em Portugal. Lewandowiski negou que tenha ocorrido abordagem não-republicana na conversa entre ele, a presidente e José Eduardo Martins Cardozo.
3- O presidente do STJ também não foi procurado por repórteres de Istoé para dizer o que houve naquelas supostas gestões – para melhorar, para tentar derrubar a “apuração”. E até mesmo as reações dele já seriam notícia, em si, numa eventual reportagem.
4- O ministro Marcelo Navarro nega ter existido a conversa citada na suposta delação também negada. E também não foi procurado por repórteres de Istoé. Por que? Mesmo que Navarro negasse, havia reportagem se fato houvesse.
5- Regressar à compra de Pasadena, dizendo que Dilma sabia o que se passaria na reunião que levou à efetivação da compra da refinaria nos EUA, é chover no molhado numa obra já feita: a presidente já dissera, em outro momento, que soubera da compra por relatório preliminar – mas que não o lera antes da reunião do Conselho da Petrobras. E isso não é crime, é notícia velha. Por que não citar, em um parágrafo, que ela sabia o que já dissera que sabia?
6- A CPI dos Bingos não tinha rigorosamente nada a ver com Dilma. Nada. Foi ela, a CPI, a responsável por levar à queda de José Dirceu do ministério da Casa Civil. E Dilma assumiu o posto dele. E naquele momento ela não era nada, não era ninguém, no horizonte político nacional. Lula tirou o nome de Dilma da cartola depois da posse para o segundo mandato – e ali a CPI dos Bingos já não existia mais.
7- De resto, no texto da revista há dois parágrafos remetendo à renovação da tese do impeachment que não nasceram da pena jornalística. Saíram de uma mente policialesca. São indícios de digitais.
De volta ao jornalismo e ao trabalho que dá apurar reportagens que fazem, fizeram ou podem fazer História – e para desautorizar a remissão de Istoé à capa “Pedro Collor Conta Tudo”, de Veja:
A entrevista de Pedro Collor a Veja não foi nem o início, nem a bala de prata da crise política que levou ao desfecho do primeiro impeachment da História. Foi apenas o curso de um processo que se iniciara havia mais de um ano no cultivo de uma fonte, no trabalho de convencimento para que falasse o que sabia, na demonstração de independência do veículo (no caso, a revista) em relação ao governo com a publicação de reportagens anteriores que eram evidentemente ruins para o presidente de então (o do irmão de Pedro Collor). Mas no curso daquele processo uma vasta equipe de profissionais da revista colocou a apuração à frente de tudo – tínhamos certeza de que os rios de fatos correriam para o mar da boa apuração. E se deu assim, e não só na Veja. No meio do processo outras publicações deram furos essenciais para o processo – inclusive Istoé, com a revelação do motorista Eriberto França.
A entrevista de Pedro Collor a Veja não decorreu da eleição de uma publicação, pelo entrevistado, em detrimento das outras publicações. Longe disso: comecei a me aproximar de Pedro Collor em agosto de 1990, quando entrei em Veja, por orientação e sugestão de editores da revista. Minha área de responsabilidade ia de Alagoas ao Piauí, com base no Recife, e Pedro era a principal fonte próxima do poder federal nessa área. Por mais de um ano mantive uma rotina de ir a Maceió quase semanalmente com um único objetivo: consolidar a fonte. Isso era estratégia de jornalista, e empresas jornalísticas ousavam fazer esses investimentos.
Cultivar fontes é uma arte. É uma costura. Eu era um aprendiz naquele ofício, em 1990, mas vinha de uma escola em que aprendíamos a amadurecer à base de carbureto e a publicação para a qual trabalhava me dava todas as ferramentas para fazê-lo.
A Polícia Federal daquela época existia para servir à presidência – era um desvio colateral cultivado, ainda, pela ditadura militar da qual havíamos saído apenas em 1985.
O Ministério Público engatinhava – tinha sido criado pela Constituição de 1988 e fora montado a partir de uma costela do Palácio do Planalto com procuradores egressos de uma carreira em que investigar não era hábito.
A entrevista de Pedro Collor à Veja não foi a primeira reportagem do processo que incendiou o país e levou à cassação do presidente. Foi a quarta reportagem – e depois dela se deu todo um processo político e investigativo, no Congresso e por meio das instituições, catalisado por movimentos populares, que conferiu legitimidade a tudo.
Antes da capa ‘Pedro Collor Conta Tudo’ a Veja havia publicado uma reportagem com o próprio irmão do presidente sugerindo acusações mais graves, mas voltando atrás em muitas delas. A notícia era o desentendimento dentro da família presidencial. Algumas semanas depois, escorado em documentos passados por Pedro Collor, mas fruto de apurações também, de confirmações, e de uma antológica conversa que mantive com Paulo César Farias na suíte que ele ocupava num hotel de luxo em São Paulo (em que ele negou todos os papeis que tínhamos em mãos, mas em que ouviu do diretor de redação no ato que iríamos publicar a reportagem porque sabíamos que ele mentia em razão do comportamento que adotava na conversa interpessoal), fizemos a primeira grande reportagem sobre o tema. E não havia entrevista de Pedro até ali. Na semana seguinte, e com 40% da equipe de Veja mobilizada para apurar, confirmar, desmentir e melhorar as informações que obtínhamos na revista, Veja publicou a capa com o imposto de renda de PC mostrando que ele enriquecera no governo do amigo Collor. Naquele momento já tínhamos a entrevista com Pedro – mas ela não estava gravada e a direção de Veja se recusava a dar uma entrevista daquele teor contra o presidente sem gravação. Recebi a missão de voltar a Pedro Collor e a seguir insistindo com que gravasse, o que só consegui na semana seguinte. Ainda assim, as principais acusações de Pedro ao irmão Fernando Collor formam publicadas com apurações e outras versões – as oficiais – ao lado. Havia apuração. E não havia nem MP nem PF entregando papelório à noite e participando do processo – fazendo com que a apuração se escorasse em vazamentos. Havia apuração.
Por que um veículo de comunicação sai correndo para publicar, sem ouvir outros lados, o que recebe na calada da noite?
É claro que erros são cometidos no calor de um processo de apuração. Somos todos passíveis de errar. Somos passíveis, também, de ver jornalistas sendo usados em meio a processos políticos. Frank Underwood, em House of Cards, retrata isso bem quando se torna amante de uma das principais repórteres de Washington. Ali é ficção, mas baseada em fatos reais. Quando isso ocorre, diz-se que um veículo, ou um repórter, está sendo “operado” pelo detentor do “fato” ou do suposto fato. Será que isso ocorreu?
Por fim, o mais estranho em todo esse processo foi a eleição de Istoé para ser o veículo da vez. A revista é a terceira em circulação no país e tem importância secundária, hoje, no processo político. A ressurreição da publicação – mesmo que num fatídico beijo da morte caso tudo se prove uma barriga monumental – se dá justo na véspera da troca de comando em Veja (na próxima segunda-feira um jornalista de carreira equilibrada, de texto primoroso e de responsabilidade ética assume a direção de redação da publicação da Abril, e isso suscitou um debate paralelo nas redes sociais em relação a um suposto e improvável “enquadramento” de Veja pelo Governo). Por que os vazadores da suposta delação negada de Delcídio Amaral elegeram Istoé para entregar um papelório potencialmente bombástico?
Para reflexão: para alguns, “perder” a adesão de Veja à tese cataclísmica do impeachment seria como a derrota do general Von Hommel no norte da África por parte do Exército Nazista. Sem o norte da África os delírios totalitários de Hitler foram se enfraquecendo, a demora em dobrar a União Soviética na frente russa pesou e as duas derrotas juntas auxiliaram ao cenário conjuntural que permitiu aos aliados desembarcarem na Normandia. A analogia pode ser transposta para a cena política do Brasil de hoje. E o regresso (até aqui, imaginado, possível, provável) de Veja a uma linha mais sensata e fundada em apurações de fato, pode estar sendo lido por alguém como a derrota das divisões Panzer no Saara. Será que o Governo ainda é capaz de reunir três nomes de Estado numa Conferência de Casablanca? Em meio à guerra, Roosevelt, Stalin e Churchill, sob a assessoria de De Gaulle, reuniram-se no Marrocos. E nós? Temos ainda uma Casablanca?
Em meio a tudo isso, houve quem tentasse desmontar o texto de Istoé divulgando versões canalhas e sexistas sobre a vida pessoal da repórter que o assina. Desespero, calhordice. Ausência de lógica e de fatos se rebate com a exposição dos... fatos! 
Ao longo dos anos afastei-me das redações, sobretudo da Veja, do jornalismo e até do dia a dia do noticiário político de Brasília. Mas, ao ver a tentativa de mimetização farsesca da capa de Veja de 25 de maio de 1992 com essa da Istoé de hoje, senti-me obrigado a expor as diferenças entre um mundo e outro, entre um Brasil e outro, entre uma conjuntura e outra, para animar o debate."


ATUALIZAÇÃO (DO BLOG): A NOTA DE DELCÍDIO DO AMARAL E A POSIÇÃO OFICIAL DA ISTOÉ

* Comunicado de Delcídio do Amaral: "Em respeito ao povo brasileiro e ao interesse público, o Senador Delcídio Amaral e a sua defesa vêm se manifestar sobre a matéria publicada na Revista IstoÉ na data de hoje. À partida, nem o Senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto. Esclarecemos que em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestarmos sobre fidedignidade dos fatos relatados. Por fim, o Senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República".

* Nota da Istoé"O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) divulgou uma ambígua nota à imprensa. O ex-líder do governo afirma desconhecer os documentos publicados em reportagem de ISTOÉ sobre o depoimento dado por ele ao Ministério Público Federal em tratativas de delação premiada, mas não contesta o conteúdo das revelações publicadas. O depoimento foi colhido por integrantes da Operação Lava Jato e a delação de Delcidio aguarda a homologação no STF. Antes que as deleções premiadas sejam homologadas pela Justiça, é procedimento padrão que os delatores neguem seus depoimentos, sob pena de terem o acordo negado posteriormente. É esse o caso do senador Delcidio do Amaral. O acordo foi firmado com os procuradores e as declarações foram prestadas, mas o processo aguarda a aprovação do ministro Teori Zavaski".

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Exclusivo: vaza mensagem com leis do sigilo que serão implantadas pelo futuro presidente da República...

Reprodução da mensagem vazada. 
por Omelete
Geraldo Alkmin é um pré-pré-candidato a presidente. Se eleito, periga levar para o Planalto uma das suas mais sinistras manias: a mordaça.  Bobeou, o Geraldo assina uma lei qualquer de sigilo em São Paulo. O governo do Estado de São Paulo acaba de determinar um prazo de 50 anos e até 100 anos de sigilo para todos os registros e boletins de ocorrência e dados de qualificação de autoridades estrangeiras, além de outras providências. Alkmin fixou sigilo para documentos produzidos pelas polícias Civil e Militar do Estado. A lei da mordaça pode até chegar a 100 anos. O decreto vai contra a Lei de Acesso à Informação, um reconhecido avanço do Brasil pós-ditadura.
E se o homem for presidente?
Uma alta fonte do Viaduto do Chá revela que há no "programa de governo" do futuro presidente uma previsão para "ordenamento da informação".
O informante não teve acesso ao documento completo mas conseguiu reproduzir parte de uma mensagem de Whatsapp com 25 itens que serão objeto de futuras leis do sigilo federal.

1 - A súmula do jogo Alemanha 7 x 1 Brasil receberá um carimbo de confidencial até 2066.
2 - Todas as receitas emitidas por Dr. Geraldo Alkmin como médico permanecerão secretas até 2116.
3- Os documentos da privataria serão top secret até meia noite de 31 de dezembro de 2116.
4 - O teste do pezinho do suposto filho de FHC com a jornalista Mirian Dutra ficará sob sigilo até 2120.
5- Como parte do projeto de educação do futuro governo tucano, o fechamento em série de colégios públicos será classificado como secreto durante 50 anos.
6 - É proibido divulgar o final da novela das nove.
7 - Questões de abastecimento de água são consideradas de Segurança Nacional e não podem ser divulgadas até 2066.
8 - É proibido fazer previsão sobre o provável vencedor do Big Brother Brasil até a edição BBB250.
9 - Derrotas do Santos, time do futuro presidente, não poderão ser divulgadas até 2036.
10 - As palavras "cartel", "propina" e  "metrô" não poderão ser escritas na mesma frase.
11 - É proibido divulgar que os pedágios nas estradas serão cobrados em dólares ou euros.
12 - A expressão "picolé de chuchu" está banida do idioma português e só será reabilitada em 2116.
13 - Arrecadação de ICMS fica sob sigilo até 2116.
14 - Lista de empresas sonegadoras leva carimbo de top secret até 2216.
15 - A expressão "venda de emendas parlamentares" fica sob sigilo nos próximo 100 anos.
16 - Documentos relativos a Siemens ficam sob sigilo eterno. O governo recomenda que sejam retirados os logotipos e marca da empresa gravados em máquinas, equipamentos e eletrodomésticos.
17 - Tudo que diz respeito ao PCC será classificado sob sigilo até 2116.
18 - Compras de supermercado para a residência do futuro presidente serão registradas em nota fiscal segundo código secreto. Exemplos: Champanhe é "rapadura"; caviar é "pastel". uísque é "croquete". lagosta é "farofa" etc.
19 - Para evitar polêmicas, haverá código semelhante para divulgação das eventuais viagens secretas de parentes do futuro presidente em jatinhos da FAB. Paris passa a ser "Arapiraca" no plano de vôo; Londres é "Aricanduva"; Nova York é "Cambuquira"; Roma é "Cabrália Paulista" etc.
20 - Todas as músicas de Chico Buarque ficarão sob sigilo por 50 anos.
21 - Nas solenidades, após a execução do Hino Nacional, bandas militares deverão tocar uma música qualquer do Lobão. Mas isso fica sob sigilo.
22- Chamar alguém de "coxinha" passa a ser crime. Os sentenciados irão para prisão de segurança máxima e seus nomes ficarão sob sigilo por 100 anos.
23 - Os nomes dos futuros presidentes do BNDES, Banco do Brasil, Petrobras, Caixa etc serão considerados secretos e também obedecerão a códigos para efeito de divulgação na imprensa. O da Petrobras será o "Mané"; do Banco do Brasil, o "Joca"; o da Caixa, "Mano"; do BNDES, "Onotônio".
24 - A futura primeira-dama passará a receber salário sob sigilo
25- Todas as leis do sigilo ficarão sob sigilo até 2116.