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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

"Confesso que perdi", o livro de memórias de Juca Kfouri vai muito além da bola...


por José Esmeraldo Gonçalves 

Juca Kfouri acaba de resumir 50 anos de carreira em pouco menos de 250 páginas.

Resumiu? Eu diria que ampliou.

Em "Confesso que perdi" (Companhia das Letras), livro de memórias do jornalista que dirigiu Placar, Playboy,  passou pelo Globo, Lance, TV Globo, SBT e é colunista da Folha de São Paulo, a paixão pelo futebol, a luta contra a ditadura, a pressão e os interesses da mídia, a Democracia Corintiana, a campanha pelas Diretas Já, as denúncias de jogadas corruptas da cartolagem e os escândalos - como o da máfia da Loteria Esportiva - trocam passes com o sonho de uma geração por um Brasil melhor e mais justo, mais ético, no campo e fora dele.

O título, que remete ao "Confesso que vivi", de Pablo Neruda, e à célebre frase de Darcy Ribeiro ("Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas"), certamente reflete a frustração do autor, compartilhada por muitos jornalistas que atravessaram esses mesmos 50 anos de profissão, mas não é um gol contra. Juca se considera derrotado e conclui: "porque nem o Brasil, nem o futebol brasileiro, nem o jornalismo tupiniquim são hoje a coroação dos meus sonhos de juventude". Contudo, diz-se um "derrotado feliz". No livro, contrapõe a tristeza do cidadão à carreira brilhante no jornalismo.

"Apesar de profissionalmente vitorioso, por jamais ter transigido nos meus princípios e de ter um padrão de vida que nem sequer sonhei ao começar a carreira de jornalista, e de vitorioso pessoalmente, por causa das pessoas que me cercam, vivo num país infeliz e injusto e que, no que se refere ao futebol, poderia ser a NBA desse esporte mas é apenas exportador de pé de obra" .

Ao fim da leitura de "Confesso que perdi" você concordará com o título. Ok, Juca perdeu. Mas verá que o jornalismo esportivo teria perdido muito mais se, nesse meio século, ele tivesse vestido a camisa dos vencedores.

Duvida? Faça uma boa ação: envie alguns exemplares para José Maria Marin, Ricardo Teixeira, João Havelange (in memoriam), deputados da "bancada da bola", J. Hawilla etc, entre outras figurinhas carimbadas do álbum de terror que Juca Kfouri há muito tempo ajudou a desmontar.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Deu no blog do Juca Kfouri: polêmica no Comitê Olímpico do Brasil

Reprodução

(do blog do Juca Kfouri)
"O “Blog de Daniel Brito”, aqui no UOL, contou ontem uma história que honra uma intelectual e desonra uma cartola. A intelectual, Katia Rubio, depois de mais de uma década de pesquisas, gravou e publicou uma obra monumental sobre todos os brasileiros que participaram, como atletas, de Olimpíadas. Brito, é claro, deu o nome da pesquisadora, mas não a de quem tentou fraudar a obra dela, porque, provavelmente, a própria autora, constrangida, não autorizou.
A história está AQUI, como Brito, com brilho, a publicou. O nome de quem falsificou a história é Cristiane Paquelet (foto), uma ex-nadadora do Fluminense que depôs como se tivesse participado da Olimpíada de Munique, em 1972, para indignação das nadadoras que, de fato, foram aos Jogos na Alemanha e tiveram suas histórias, de certa forma, furtadas pela farsa. Seria apenas um caso para os consultórios de psicologia não fosse o fato de a museóloga  Paquelet ser simplesmente Diretora Cultural do Comitê Olímpico Brasileiro, em tese uma guardiã de nossa memória olímpica, com sala ao lado de Carlos Nuzman, o cartola que preside o COB e o Rio-16".

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO BLOG DO JUCA KFOURI, CLIQUE AQUI



ATUALIZAÇÃO DO BQVMANCHETE -
De fato, como se pode ver na reprodução de um quadro (ao lado) com os nomes das atletas da natação publicado no livro "Sonho e Conquista", do COB, não há uma "Cristiane Paquelet" entre as integrantes da delegação brasileira para os Jogos de Munique, em 1972..