sexta-feira, 8 de abril de 2016

"Workshop" discute diagramação de fotos e mostra como imagens históricas seriam publicadas pela mídia atual

por Omelete
O recente episódio em que um jornal parou as máquinas para mudar o corte de uma foto na primeira página, como noticiado em sites de análise do jornalismo e neste blog, gerou no meio profissional discussões sobre a motivação do veículo ao mandar limar a palavra "Força" que aparecia ao lado de uma imagem recente de Dilma na cabine de um avião da FAB.

Durante um workshop em um pé-sujo da Lapa, após acaloradas discussões, o recurso foi apontado como censura à diagramação e visto como um sinal desses tempos que vivemos no jornalismo.

A pergunta é: se o deputado Barreto Pinto, os presidentes JK e Jânio e o ditador João Figueiredo fossem fotografados hoje será que suas imagens icônicas - para usar uma palavra comum em workshops - passariam íntegras pela diagramação vigiada pelas direções dos veículos atuais?

Veja nas reproduções, ontem e hoje, exemplos comparativos da nova técnica da  "diagramação assistida". Um detalhe: três das fotos antológicas, abaixo, foram feitas para o saudoso Jornal do Brasil, cujos fotógrafos e editores tinham, em várias épocas, um olhar preciso para a foto que dispensava legendas.

Ontem: a foto do Barreto Pinto de cuecas foi publicada em O Cruzeiro, em 1946.
e custou o mandato do deputado. Reprodução/Foto de Jean Manzon. 

Hoje: com corte para evitar a leitura política. 

Ontem: a foto reproduzida acima rendeu a interpretação de que JK pedia dinheiro a Foster Dulles.
Foi publicada no Jornal do Brasil, em 1958. É de autoria do fotógrafo Antonio Andrade
Hoje: "Com jeitinho brasileiro JK argumenta questões diplomáticas". 

Ontem: às vésperas da renúncia, Jânio, em crise de indecisão
política,  troca os pés. Reprodução da foto de 1961 feita por Erno Schneider para o Jornal do Brasil.

Hoje: o ex-presidente é visto apenas "atendendo ao
chamado de um popular que o apoiava". 

Ontem: em plena ditadura, 1979, a menina recusa o cumprimento de Figueiredo.
Foto de Guinaldo Nicolaevski para o Jornal do Brasil.
Hoje: Figueiredo como sairia atualmente, provavelmente "cansado
das pressões da linha-dura". 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Jornalista Eduardo Reina lança hoje, em São Paulo, o livro "Depois da Rua Tutoia", sobre sequestros de bebês pela ditadura brasileira

O jornalista Eduardo Reina lança hoje, em São Paulo, o livro "Depois da Rua Tutoia" (11 Editora). A data - Dia do Jornalista - não podia ser mais apropriada. O trabalho de Reina, que tem forma de romance e características de livro-reportagem, será lançado nesta quinta-feira, às 19h, no Canto Madalena, Rua Medeiros de Albuquerque, 471, São Paulo (SP).

"Depois da Rua Tutoia" investiga e aborda um capítulo triste da história do Brasil: os casos de bebês sequestrados pela ditadura. O Brasil também foi vítima da prática comum nos regimes militares sul-americanos. Mas aqui é bem mais pesada a cortina que até hoje encobre a tragédia.

Na Rua Tutoia, em São Paulo, ficava um dos mais ativos centros de tortura e assassinatos promovidos pela pela Oban, organização financiada por empresários paulistas, vários deles ainda na ativa e que permaneceram impunes.

Embora a denúncia esteja presente em relatos de algumas famílias de guerrilheiros mortos, apenas um caso de sequestro de bebês pela ditadura brasileira foi oficialmente registrado e comprovado através de exame de DNA. Testemunhos dão conta de filhos de combatentes mortos em Araguaia foram levados por militares. Havia um internato, em Belém, que recebia as crianças antes de transferi-las a pais adotivos. Há processos em tramitação na Justiça que podem comprovar outros casos. A Argentina desvendou centenas de sequestros de bebês.

No Brasil, as dificuldades são enormes: ao fim da ditadura documentos foram destruídos; nenhum presidente, desde 1985, ao contrário do que aconteceu em outros países, se interessou ou determinou a apuração desses casos; e não houve uma maior mobilização popular e dos meios de comunicação cobrando respostas oficiais dos governos pós-ditadura.

No Dia do Jornalista, ato em defesa da democracia


Hoje é Dia do Jornalista. Para marcar a data, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo reúne
Fernando Morais, José Augusto Camargo, Audalio Dantas, Paulo Moreira Leite, Rose Nogueira, artistas, escritores, políticos e jornalistas em ato público em defesa da democracia e dos direitos sociais. A reunião acontecerá às 19h, no auditório Vladimir Herzog, na sede do Sindicato - Rua Rego
Freitas, 53, São Paulo - SP.

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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Dilma e a palavra Força não podem aparecer em uma mesma foto. O Globo deu um impeachment na própria diagramação e mandou refazer a primeira página de hoje, que chegou a ser distribuída.

O Globo de hoje terá um lugar na história do jornalismo. Um exemplo que vai para as salas de aula. Coisa pra colecionador. Se jornal fosse selo, a edição de hoje seria cotada em dólar e protegida em caixa de vidro a vácuo.

Censurar diagramação é caso raro. Quando do assassinato de Salvador Allende, no Chile, e em plena ditadura, aqui, o Jornal do Brasil fez uma primeira página antológica só com texto. A diagramação, no caso, reforçou o impacto da notícia. A censura foi pega de surpresa, reclamou, mas a edição já estava nas ruas.

No caso do Globo, talvez tenha sido "excesso de zelo", digamos, em um momento em que o jornal está amplamente engajado na campanha para derrubar a presidente da República. Mas a "culpa" também é da diagramação.

O repórter Fernando Brito, do site Tijolaço, levantou essa lebre. Dilma Rousseff foi prestigiar, na Base Aérea de Brasília, a entrega do jato militar de transporte KC-390, fabricado pela Embraer. Em certo momento, a presidente foi à cabine do avião. Claro, para os fotógrafos presentes, aquela era a cena esperada e menos formal. Givaldo Barbosa, do Globo, enquadrou Dilma na janelinha e, atento ao quadro, abriu o ângulo para incluir a palavra Força (de Força Aérea Brasileira, gravada na fuselagem).

Na redação, editor e diagramador mantiveram a criativa composição da foto. E assim foi fechada a primeira página. E assim o jornal começou a ser distribuído em algumas praças.

Acontece que, com as máquinas já rodando, veio a ordem para mudar imediatamente o corte da foto. A palavra Força sumiu. Alguém no jornal deve ter se assustado com o que considerou uma mensagem, sei lá, contra o golpe. Vai que alguém entendesse, mesmo sabendo que estava lendo O Globo, que Dilma está fortalecida. O telefone tocou na redação e uma voz do Além trovejou. Rolou um "parem as máquinas", e não foi por um bom motivo jornalístico.

Pensa que está fácil a vida dos jornalistas nas madrugadas da crise política?

Veja, abaixo, a primeira página 1 que recebeu impeachment da direção e a primeira página 2 refeita e distribuída em seguida.
Na primeira página original, a foto de Dilma em composição com a palavra Força. Reprodução


Na página refeita, a palavra Força sumiu. Reprodução

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Memórias da redação: o dia em que Alberto Carvalho salvou o ator Ferrugem das garras de um leopardo em pleno estúdio fotográfico da Manchete

por Alberto Carvalho 
(do livro Eu, Tura - Recordações) 
Uma passagem pela Bloch que jamais esquecerei foi o incidente que ocorreu nos estúdios fotográficos da empresa, no prédio da rua Frei Caneca. Isso ocorreu em agosto de 1980.

O produtor de cinema e televisão Alcino Diniz pediu ao Justino Martins uma reportagem sobre o filme que ele estava produzindo. Era uma sátira ao famoso King Kong, e se chamava “ King Mong contra o Tiranossauro”. No elenco, o comediante Costinha (Tarzan), a atriz Nídia de Paula (Jane) e um menino que estava despontando na televisão como promessa de grande sucesso, o Ferrugem (Boy).

A foto que seria produzida para a matéria foi marcada para ser feita em um sábado. Como eu morava perto do estúdio, na rua Frei Caneca, Justino Martins, diretor da Manchete, me pediu para acompanhar o trabalho e orientar a produção, tal como ele queria.

Quando cheguei ao estúdio, fui surpreendido pela presença de um leopardo e de um chimpanzé que faziam parte do elenco. O macaco, junto com Ferrugem, fazia a maior farra! O leopardo cochilava dentro de um camarim. Os animais estavam acompanhados pelos seus treinadores. Eles pertenciam ao Circo Garcia, que estava em temporada na Praça Onze, ali perto.

Ferrugem, após ser atendido, posou para
uma matéria da Fatos & Fotos sobre
o incidente.
O fotógrafo escalado para o trabalho foi o Gil Pinheiro. Ele pediu para juntar todo o elenco para começar os trabalhos. Costinha estava atrasado e, como os bichos tinham que voltar para suas apresentações no circo, o jeito foi fazer a foto sem ele. Reuniram-se: Nídia de Paula, com o leopardo seguro por uma corrente, Ferrugem, com o chimpanzé (Chita) no colo, um dublê vestido de gorila e outro como dinossauro. Os treinadores afastados observavam o comportamento dos animais.

Estava tudo pronto: Luz! Câmara! Ação! De repente, o Ferrugem começou a fazer gracinha com o leopardo quando este parecia ainda meio sonolento. O leopardo se desprendeu das mãos da Nídia e  num salto espetacular caiu sobre o menino deixando-o preso sob suas enormes patas. Os tratadores, surpreendidos, correram para retirar o animal de cima do Ferrugem. Mas o leopardo não o largava de jeito nenhum. Com o coração na mão e tremendo de medo, corri em direção ao menino e com um puxão pelas mãos e pelos pés, retirei-o debaixo da fera. Fui um sufoco! Os treinadores disseram que o animal só estava brincando, o que depois de tudo passado, eu também acreditei. Caso contrário a fera teria matado o Ferrugem.

O chimpanzé, que a tudo assistia, dava gargalhadas e cambalhotas, aplaudindo o seu companheiro de trabalho no circo.

Socorremos o menino levando-o ao Hospital Souza Aguiar para ser examinado. Apenas alguns arranhões pelo corpo e na cabeça, mas mesmo assim ele ficou internado em observação durante 24 horas.

Um detalhe: Justamente naquele exato momento do incidente no estúdio, um veterinário, no circo, logo ali perto, estava fazendo o parto de uma fêmea que estava dando à luz a um leopardozinho, filhote daquele brincalhão
Quem sabe o instinto  do animal falou mais alto e ele estava comemorando o nascimento do seu filhote? Vai saber!...

Samsung clona imagem de Pelé em anúncio não autorizado. O ex-jogador processa a empresa

A Samsung fez um anúncio em que pirateia Pelé, utiliza um sósia e...
...ainda teve a cara-de-pau de acrescentar uma imagem semelhante a um dos famosos lances do ex-jogador.
Em 2013, Pelé estava em contato com a Samsung para fazer campanhas publicitárias. As negociações não foram adiante. A empresa coreana apelou então para um sósia de Pelé e para uma foto em que um jogador chuta a bola em semelhança a um conhecido lance do brasileiro.

O ex-jogador entrou com uma ação internacional contra o uso dissimulado da sua imagem, por atingir diretamente o valor dessa imagem e por enganar o publico ao insinuar que os produtos eletrônicos da empresa têm seu aval.

Pelé pede uma indenização de 30 milhões de dólares.

Os anúncios foram veiculados internacionalmente, inclusive no New York Time.

Não é só o pastel coreano que inspira desconfiança.

Modelo rebate post hater e quebra a internet...

por Clara S. Britto
A modelo inglesa Iskra Lawrence postou uma foto de biquini no Instagram e no Facebook,  dirigindo-se, bem-humorada, "a quem acha que ser magra é melhor". Foi o que bastou para ser detonada por um internauta que a chamou de "vaca gorda".  Lawrence reagiu publicando mais duas fotos. Em poucos horas, a resposta ao hater bateu um milhão e meio de acessos. Ela dedicou fotos e mensagem a todas que são chamadas de "gordas" como se isso fosse um 'crime'. Nessa mesma semana, no Brasil, Valeska Popozuda foi vítima da patrulha doentia das militantes da anorexia.   

Iskra Lawrence publicou a foto acima com uma legenda-exaltação de curvas e gordurinhas. Um hater se irritou e chamou a modelo de "vaca gorda". Reprodução Facebook

A ofensa e a resposta da modelo. Reprodução Facebook



Iskra Lawrence fez novas e provocativas fotos  mostrando as curvas generosas. Reprodução Instagram

E deu uma merecida trolada no hater. Reprodução Instagram



NO BRASIL, VALESKA POPUZUDA TAMBÉM FOI CHAMADA DE GORDA NA REDE PELA PATRULHA DAS ANORÉXICAS.  


Confira a força da Internet no Brasil e entenda porque deputados e interesses contrariados querem censurar as redes sociais

por Flávio Sépia
Como aliados históricos, políticos conservadores estão acostumados a ser bem tratados pela mídia comercial. Por isso, a internet livre e crítica os incomoda tanto. Afinal, quase 100 milhões de brasileiros estão ligados na web. 

Projeto em andamento no Congresso, impulsionado por Eduardo Cunha, sua bancada e políticos da oposição pretende desfigurar o Marco Civil da Internet. Se aprovado, entre outras numerosas amarras, vai considerar crime caso um político qualquer se sinta prejudicado com uma crítica ou comentários em sites, blogs, Facebook, Twitter, Instagram etc. 

Na prática, o risco é a intimidação de eleitores e jornalistas, violação das liberdades individuais e a ameaça de um block na Constituição. São projetos de autoria de deputados do PMDB que já passaram por Comissão presidida pelo PSDB e com relatoria do PP. 

As leis do cala-boca das redes sociais vão agora a votação no plenário da Câmara. E não é que a Internet seja um reino da impunidade. Já existem leis, e têm sido aplicadas, para conter os excessos e os crimes cibernéticos tipificados. E o Códigos Civil e Penal estão em vigor. Sabem disso, excelências? 



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(do site do IBGE)
"O suplemento de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, realizado em convênio com o Ministério das Comunicações, mostrou que, pela primeira vez, o acesso à Internet via telefone celular nos domicílios brasileiros ultrapassou o acesso via microcomputador: de 2013 para 2014, entre os domicílios que acessaram a Internet (inclusive os que utilizaram mais de uma forma de acesso), o percentual dos que o fizeram por microcomputador recuou de 88,4% para 76,6%, enquanto a proporção dos domicílios que acessavam a Internet por celular saltou de 53,6% para 80,4%.

Em 2004, o acesso à Internet via microcomputador estava em 6,3 milhões dos domicílios do país e passou para 28,2 milhões deles, em 2014. Esses números equivaliam a 12,2% dos domicílios, em 2004, e a 42,1% deles, em 2014.

A partir de 2013, a PNAD TIC passou a investigar também o acesso à Internet por equipamentos diferentes do microcomputador (telefone móvel celular, tablet, televisão e outros). Considerando-se todas essas formas de acesso, 48,0% dos domicílios tinham acesso à Internet em 2013 e 54,9% deles (ou 36,8 milhões), em 2014.

Em 2014, cerca de 16,5% (11,1 milhões) dos domicílios do país tinham tablet, um aumento de 5,7 pontos percentuais em relação a 2013, quando a presença deste equipamento nos domicílios foi investigada pela primeira vez. Aliás, em relação a 2013, os acessos domiciliares à Internet por tablet cresceram 50,4%.

Dos 36,8 milhões de domicílios com acesso à Internet, 0,8% possuíam só a conexão discada e 99,2%, conexão em banda larga em 2014. A conexão em banda larga fixa cresceu 9,9% em relação a 2013, mas a sua proporção caiu: de 77,1% para 71,9% dos domicílios com Internet. Já a presença da banda larga móvel (celular) pulou de 43,5% para 62,8% dos domicílios com Internet.
Entre as três modalidades de TV investigadas pela PNAD TIC 2014, a TV digital aberta chegava a 39,8% dos domicílios do país, a TV por assinatura chegava a 32,1% deles e a TV por antena parabólica, a 38,0%. Entre essas três modalidades, a que mais cresceu foi a TV por assinatura: uma expansão de 12%, em relação a 2013. Entre os domicílios com aparelhos de TV, 23,1% (ou cerca de 15,1 milhões) não tinham nenhuma dessas três modalidades de acesso à programação televisiva.

Em 2014, entre os 106,8 milhões de aparelhos de TV existentes nos domicílios do país, 52,1% eram de tubo e 47,9%, de tela fina, contra 61,6% e 38,4%, respectivamente, em 2013. Em um ano, a proporção de televisões de tela fina aumentou em 9,5 pontos percentuais.

De 2013 para 2014, a proporção de pessoas com 10 anos ou mais de idade que acessaram a Internet por equipamentos eletrônicos diferentes do microcomputador saltou de 4,2% para 10,5%. Em números absolutos, esse crescimento foi de 155,6% (ou mais 11,2 milhões de pessoas).

O percentual da população com 10 anos ou mais de idade que tinha telefone celular para uso pessoal chegou a 77,9% em 2014 (136,6 milhões de pessoas). Em relação a 2005, esse contingente cresceu 142,8%.

Em 2014, pela primeira vez, mais da metade (52,5%) da população rural com 10 anos ou mais de idade tinha celular. Nas áreas urbanas, esse percentual chegou a 82,3%.

A seguir, as principais informações da PNAD TIC 2014. 

A PNAD TIC 2014 tem informações referentes a 2005, 2008, 2011, 2013 e 2014, até o nível geográfico das unidades da federação. Nos domicílios, foram analisados o acesso às TVs digital aberta, por assinatura e por antena parabólica; a existência e quantidade de aparelhos de TV de tubo e de tela fina; a existência de tablet; o acesso à Internet e os tipos de aparelhos eletrônicos utilizados (microcomputador, telefone celular, tablet, TV e outros) e, ainda, se esse acesso foi discado, em banda larga fixa ou em banda larga móvel .
Também foi investigada a utilização da Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal da população de 10 anos ou mais de idade, segundo a idade, o sexo, a escolaridade, as formas de inserção no mercado de trabalho e o rendimento mensal domiciliar per capita.

Em um ano, proporção de domicílios com acesso à Internet sobe de 48,0% a 54,9%

O número de domicílios com acesso à Internet por meio de microcomputador variou de 6,3 milhões, em 2004, para 25,7 milhões em 2012. Esses números equivaliam a 12,2% dos domicílios, em 2004, e a 40,3% deles, em 2012. Nos anos seguintes, o crescimento em números absolutos foi mais suave: para 27,6 milhões, em 2013 para 28,2 milhões, em 2014. Observe-se que, proporcionalmente, nesse período, houve um ligeiro recuo no percentual de domicílios com acesso à Internet via microcomputador: de 42,4%, para 42,1% do total de domicílios do país, de 2013 para 2014.
A partir de 2013, a PNAD TIC também passou a investigar o acesso à Internet por meio de equipamentos eletrônicos diferentes do microcomputador (telefone móvel celular, tablet, televisão e outros). Assim, considerando-se todas as formas de acesso investigadas, 48,0% dos domicílios do país tinham acesso à internet em 2013 e mais da metade deles, em 2014: 54,9% do total, ou 36,8 milhões de domicílios. Segundo a situação dos domicílios, os percentuais diferiam muito: 60,8% dos urbanos e 18,5% dos rurais.

Considerando-se as faixas de rendimento domiciliar per capita, o maior percentual de domicílios com acesso à Internet era entre aqueles acima de 5 salários mínimos (88,9%) e o menor (25,3%) era entre os domicílios com rendimento inferior a ¼ do salário mínimo.

Em 2014, celulares superaram microcomputadores no acesso domiciliar à Internet

Pela primeira vez, nos domicílios brasileiros, o acesso à Internet via telefone celular ultrapassou o acesso via microcomputador: de 2013 para 2014, o percentual dos domicílios que acessavam a Internet por microcomputador recuou de 88,4% para 76,6%, enquanto a proporção dos que acessavam a Internet por celular saltou de 53,6% para 80,4%.
Entre os domicílios que acessaram a Internet (inclusive os que utilizaram mais de uma forma de acesso) em 2014, 80,4% o fizeram por celular, 76,6% via microcomputador, 21,9% por tablet, 4,9% por TV e 0,9% por outros equipamentos. Os acessos por meio de tablet, de telefone celular e de televisão cresceram 50,4%, 76,8% e 116,34%, respectivamente, em relação a 2013.

A PNAD TIC 2014 investigou se o acesso à Internet era feito por meio de conexão discada, em banda larga fixa ou em banda larga móvel. Dos 36,8 milhões de domicílios com acesso à Internet, 0,8% possuíam só a conexão discada e 99,2%, a conexão em banda larga.

Em termos absolutos, a conexão em banda larga fixa cresceu 9,9% em relação a 2013, mas a sua proporção diminuiu 5,2 pontos percentuais: de 77,1% para 71,9% dos domicílios com Internet.

Enquanto isso, a presença da banda larga móvel pulou de 43,5% para 62,8% dos domicílios com Internet, um ganho de 19,3 pontos percentuais no período.

Acesso à Internet sem microcomputador cresceu 155,6% de 2013 para 2014

De 2013 para 2014, a proporção dos que acessaram a Internet por equipamentos eletrônicos diferentes do microcomputador saltou de 4,2% para 10,5% das pessoas de 10 anos ou mais de idade.

Foi um crescimento de 155,6% (ou mais 11,2 milhões de pessoas). No mesmo período, diminuiu de 45,3% para 43,9% a proporção de pessoas de 10 anos ou mais de idade que utilizam microcomputador para acessar a Internet, assim como o seu número absoluto: de 78,3 milhões para 76,9 milhões de pessoas.

Em 2014, cerca de 95,4 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade (54,4% dessa população) utilizaram a Internet pelo menos uma vez nos 90 dias anteriores à entrevista da PNAD. Houve um aumento de 5,0 pontos percentuais em relação a 2013 (49,4%).
Em 2014, o acesso à Internet cresceu nas cinco regiões, mas graças ao uso de equipamentos diferentes do microcomputador, pois a utilização deste meio recuou em todas elas.

Acesso à Internet predomina entre os mais jovens e os mais escolarizados

Os grupos mais jovens tinham os maiores percentuais de utilização da Internet, com predomínio no grupo de 15 a 17 anos (81,8%) de idade. Já a menor proporção era entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade (14,9%). De 2013 para 2014, a utilização da Internet cresceu em todos os grupos etários.

O acesso à Internet mostrou proporções crescentes entre os mais escolarizados. O maior percentual foi observado na população com 15 anos ou mais de estudo (92,1%). Em relação a 2013, a utilização da Internet cresceu em todos os níveis de instrução, com exceção do grupo sem instrução e menos de 1 ano de estudo (de 5,4%, em 2013, para 5,2% em 2014).

Em 2014, entre os estudantes da rede pública, 73,3% (19,9 milhões) utilizavam a Internet. Na rede privada, 97,2% deles (9,1 milhões) utilizavam a Internet.

A proporção de pessoas que utilizaram Internet era maior nas classes com rendimento mensal domiciliar per capita mais elevado. O maior percentual (91,5%) foi observado na classe acima de 10 salários mínimos, e o menor (28,8%), na classe inferior a ¼ do salário mínimo. A proporção de usuários cresceu em todas as faixas de rendimento.

11,1 milhões de domicílios do país tinham tablet em 2014

Em 2014, cerca de 16,5% (11,1 milhões) dos domicílios particulares permanentes do País tinham tablet, um aumento de 5,7 pontos percentuais em relação a 2013. Mais da metade deles (6,1 milhões) estava no Sudeste, região com o maior percentual de domicílios com esse aparelho (20,8%) enquanto a menor proporção estava no Norte (8,6%).

Em 2014, os domicílios com tablet tinham rendimento médio domiciliar per capita de
R$ 2 213 e, naqueles que não tinham, esse rendimento era R$ 1 049.
97,1% dos domicílios do país tinham aparelhos de TV em 2014

Em 2014, o país tinha 67,0 milhões de domicílios particulares permanentes e 97,1% deles (65,1 milhões) possuíam o aparelho de TV. Esse indicador cresceu 2,9% em relação a 2013.

A PNAD TIC 2014 também investigou três modalidades de acesso à programação de TV: Televisão digital aberta (recepção gratuita de sinal aberto, digital e transmitido por antenas terrestres); TV por assinatura (recepção paga de sinal de TV fechado, restrito por código) e TV por antena parabólica (recepção gratuita de sinal via satélite). A TIC 2014 não apura acesso à programação televisiva por meio da Internet.

Em 2014, televisão digital aberta chegava a 39,8% dos domicílios do país

A proporção de domicílios com acesso à TV digital aberta cresceu 8,6 pontos percentuais e chegou a 39,8% dos domicílios com televisão. A TV digital aberta cresceu tanto na área rural quanto na urbana, chegando, respectivamente, a 15,7% e 43,5% dos domicílios com TV.
O Sudeste continuou com o maior percentual de domicílios com televisão digital aberta (45,7%), com o Sul (41,5%) e o Centro-Oeste (40,8%) a seguir. O Norte e o Nordeste alcançavam ambos, aproximadamente, 30%. A proporção de domicílios com TV digital aberta cresceu em todas as Unidades da Federação.

Em um ano, número de domicílios com TV por assinatura cresceu 12,0%

O número de domicílios com TV por assinatura cresceu 12,0% em relação a 2013, alcançando 32,1% dos domicílios com aparelho de televisão. Assim como a TV digital aberta, a TV por assinatura estava mais presente na área urbana (35,9%) do que na rural (7,5%). O Sudeste continuou com a maior proporção de domicílios com TV por assinatura (43,6%), com o Sul (32,5%), Centro-Oeste (30,0%), Norte (19,8%) e Nordeste (16,3%) a seguir.

Quanto maior a classe de rendimento mensal domiciliar per capita, maior o percentual de domicílios com TV por assinatura: para os domicílios com rendimento de até três salários mínimos, as proporções foram inferiores a 50,0%. Já entre os domicílios onde esse rendimento superava os cinco salários mínimos, a proporção era de 77,3%.

TV por antena parabólica chega a 38,0% dos domicílios e predomina na área rural

A TV por antena parabólica estava em 38,0% dos domicílios com aparelho de televisão e, ao contrário das modalidades “digital aberta” e “por assinatura”, sua presença na área rural (78,5%) era superior à urbana (31,8%). Também ao contrário dessas modalidades, a TV por antena parabólica predominava entre os domicílios com os menores rendimentos per capita.

Em 2014, entre os domicílios com aparelho de televisão, 32,1% não tinham TV digital aberta, mas contaram com pelo menos uma modalidade de acesso à programação: 22,6% tinham somente TV por antena parabólica; 7,4% tinham somente TV por assinatura e 2,1% tinham TV por antena parabólica e televisão por assinatura.

15,1 milhões de domicílios não tinham nenhuma das três modalidades de TV investigadas

Ainda entre os domicílios com aparelhos de TV, cerca de 15,1 milhões (23,1%) não tinham nenhuma das três modalidades de acesso à programação televisiva investigadas (nem televisão por antena parabólica, nem televisão por assinatura, nem televisão digital aberta).

Para os domicílios sem nenhuma dessas três modalidades, a alternativa de acesso à programação televisiva é a televisão analógica aberta. Esse grupo de domicílios merece atenção especial, pois ficaria impossibilitado de acessar programação televisiva por meios convencionais quando concluído o processo de desligamento do sinal analógico e sua substituição pelo sinal digital em todo o Território Nacional. A Região Norte continuou com o maior percentual de domicílios sem nenhuma das três modalidades (27,7%) e o Sudeste (21,8%), com o menor percentual.

Em um ano, proporção de TVs com tela fina passa de 38,4% para 47,9%

Em 2014, entre os 106,8 milhões de aparelhos de TV existentes nos domicílios do país, 55,6 milhões (52,1%) eram de tubo e 51,2 milhões (47,9%), de tela fina. Em 2013, esses percentuais eram de 61,6% e 38,4%, respectivamente. A proporção de televisões de tela fina aumentou em 9,5 pontos percentuais em relação a 2013. A área rural tinha maior proporção de televisões de tubo (74,0%) e a urbana, maior proporção de TVs com tela fina (50,4%).

Dos 65,1 milhões de domicílios particulares permanentes com televisão, 33,6% possuíam somente televisão de tela fina, 44,3% somente televisão de tubo e 22,1%, ambos os tipos. O Nordeste tinha o maior percentual de domicílios com apenas televisão de tubo (56,7%) e o Centro-Oeste, a maior proporção de domicílios com somente televisão de tela fina (38,5%).
77,9% da população com 10 anos ou mais de idade tinham celular em 2014

Em 2014, cerca de 136,6 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o que correspondia a 77,9% da população nessa faixa de idade. Em relação a 2005, esse contingente aumentou 142,8% (ou mais 80,3 milhões de pessoas). Em relação a 2008, o aumento foi de 56,7% (49,4 milhões de pessoas) e comparando com 2013, o aumento foi de 4,9% (6,4 milhões de pessoas a mais).

Apesar de possuírem as menores proporções de pessoas com celular no total da população, as regiões Norte e Nordeste mostraram os maiores crescimentos desse contingente, entre 2013 e 2014 (2,7 e 3,8 pontos percentuais, respectivamente).

Em 2014, pela primeira vez, mais da metade da população rural tinha celular

Em 2014, o percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade era de 82,3% na área urbana e 52,5% na área rural. Esses dois contingentes cresceram em relação a 2013 e a maior expansão na área rural: 4,6 pontos percentuais, de maneira que mais da metade da população rural passou a contar com telefone celular em 2014. O Centro-Oeste apresentou os maiores percentuais de pessoas com esse equipamento, tanto na área urbana (87,6%) quanto na rural (71,1%).

De 2013 a 2014, a posse de telefone celular cresceu em todos os grupos etários, atingindo seu máximo entre aqueles com 20 a 24 anos de idade (89,4%). Em 2014, mais de 80% das pessoas com entre 15 e 54 anos de idade tinham celular. As menores proporções estavam nos grupos com 10 a 14 anos (54,1%) e com 60 anos ou mais (55,6%) de idade.

A posse de telefone móvel celular para uso pessoal varia conforme a posição na ocupação e a categoria do emprego. Enquanto 95,7% dos empregadores e 95,3% dos militares e funcionários públicos estatutários tinham telefone celular em 2014, 91,1% dos empregados e trabalhadores domésticos, 81,4% dos trabalhadores por conta própria e 61,1% dos trabalhadores não remunerados possuíam esse equipamento no mesmo período.

Quanto às classes de rendimento mensal domiciliar per capita, na faixa sem rendimento a ¼ do salário mínimo, 53,0% das pessoas tinham telefone celular, ao passo que na faixa acima de 10 salários mínimos a proporção alcançou 95,9% em 2014.

Fonte: Comunicação Social/IBGE. Clique AQUI

Comercial da Duloren diverte a web... e garante um frila pro artista do photoshop

Este comercial da Duloren causa polêmicas nas redes sociais. "Photoshop de mãe para filha" é o apelido que a peça ganhou. Há quem elogie e defenda a dupla e há as mais venenosas que reproduziram a imagem e acrescentaram fotos da "vida real" de Danielle e Nadja Winits. E daí?  As duas faturaram algum dindin e o cara do photoshop ganhou um trabalhinho extra.


Tombo de Taylor Swift bomba na rede

A queda da cantora Taylor Swift em comercial para a Apple já tem quase 12 milhões de visualizações no You Tube. Clique AQUI

Ato Unitário em Defesa da Democracia: segunda-feira, dia 11 de abril, na Fundição Progresso, Lapa, Rio de Janeiro

Leonardo Boff, Chico Buarque de Hollanda, Wagner Moura, Fernando Morais e Eric Nepomuceno assinam manifesto que convida os cariocas para ato público contra o golpe.

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"COM ESTE MANIFESTO ESTAMOS CONVOCANDO A TODOS PARA UM ATO UNITÁRIO EM DEFESA DA DEMOCRACIA. SERÁ NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, DIA 11 DE ABRIL, ÀS CINCO DA TARDE, NA FUNDIÇÃO PROGRESSO, NA LAPA, RIO DE JANEIRO."

"O que vivemos hoje no Brasil é uma clara ameaça ao que foi conquistado a duras penas: a democracia. Uma democracia ainda incompleta, é verdade, mas que soube, nos últimos anos, avançar de maneira decidida na luta contra as desigualdades e injustiças, na conquista de mais espaço de liberdade, na eterna tentativa de transformar este nosso país na casa de todos e não na dos poucos privilegiados de sempre.

Nós, trabalhadores das artes e da cultura em seus mais diversos segmentos de expressão, estamos unidos na defesa dessa democracia.

Da mesma forma que as artes e a cultura do nosso país se expressam em sua plena - e rica, e enriquecedora - diversidade, nós também integramos as mais diversas opções ideológicas, políticas, eleitorais.

Mas nos une, acima de tudo, a defesa do bem maior: a democracia. O respeito à vontade da maioria. O respeito à diversidade de opiniões.

Entendemos claramente que o recurso que permite a instauração do impedimento presidencial - isso que em português castiço é chamado de 'impeachment' - integra a Constituição Cidadã de 1988.

E é precisamente por isso, pelo respeito à Constituição, escudo maior da democracia, que seu uso indevido e irresponsável se constitui em um golpe branco, um golpe institucional, mas sempre um golpe. Quando não há base alguma para a sua aplicação, o que existe é um golpe de Estado.

Muitos de nós vivemos, aqui e em outros países, o fim da democracia.

Todos nós, de todas as gerações, vivemos a reconquista dessa democracia.

Defendemos e defenderemos, sempre, o direito à crítica, por mais contundente que seja, ao governo - a este e a qualquer outro.

Mas, acima de tudo, defendemos e defenderemos a democracia reconquistada. Uma democracia, vale reiterar, que precisa avançar, e muito. Que não seja apenas o direito de votar, mas de participar, abranger, enfim, uma democracia completa, sem fim. Em que cada um possa reivindicar o direito à terra, ao meio-ambiente, à vida. À dignidade.
Ela custou muita luta, sacrifício e vidas. Custou esperanças e desesperanças.

Que isso que tentam agora os ressentidos da derrota e os aventureiros do desastre não custe o futuro dos nossos filhos e netos.
Estamos reunidos para defender o presente. Para espantar o passado. Para merecer o futuro. Para construir esse futuro. Para merecer o tempo que nos foi dado para viver."

Leonardo Boff
Chico Buarque de Hollanda
Wagner Moura
Fernando Morais
Eric Nepomuceno

terça-feira, 5 de abril de 2016

A temporada política dos Estados Unidos está menos deprê. Apresentadora tira a roupa para protestar contra Donald Trump

Reprodução/Instagram
por Flávio Sépia
Barack Obama não está sob risco do golpe. Mas nem por isso a política nos Estados Unidos anda menos quente. A apresentadora Chelsea Handler acaba de aumentar a temperatura do debate. Preocupada com o fascismo explícito que  o pré-candidato republicano, Donald Trump, pretende levar para a Casa Branca, ela fez o seu protesto. Tirou a roupa e pintou nas costas um sugestivo slogan: algo como, "Trump é um buraco na bunda". Que a campanha ajude a impedir que o buraco do Trump sente no salão Oval.

Viu isso? Bizarro. Faculdade de Direito da USP vive noite de pastor Jim Jones. Advogada que assina o pedido de impeachment dá a impressão de que queimou a placa-mãe durante discurso a favor do golpe



por Flavio Sépia
Acho positivo que, no meio da atual crise, o Brasil esteja se revelando: a direita saiu do armário, a esquerda busca a identidade perdida, o centro anda meio sumido. Tudo fica mais claro quando posições são assumidas e não confortavelmente dissimuladas. Mas o campo está minado e cheio de armadilhas. Quer ver uma? Há intelectuais e artistas, por exemplo, que admitem ir a manifestações a favor do golpe mas se preocupam em passar a mensagem de que não são de direita, não apoiam o Bolsonaro, não pedem a volta da ditadura. Ok, registramos a ressalva.

Mas eles devem concordar que se engrossam a multidão, estão na mesma trincheira do Bolsonano, do Marcos Feliciano, do Cunha, do Temer.

Bom, a turma do golpe agora ganha mais uma figura exótica. A advogada Janaina Paschoal, autora do pedido de impeachment, fez um discurso na histórica Faculdade de Direito, em São Paulo. É punk. O vídeo está viralizando na internet. Tirem as crianças da sala. É espantoso. Na minha cabeça, imaginei algo como um pastor Jim Jones apoplético e apocalíptico falando aos seus seguidores pouco antes de ordenar um suicídio coletivo na Guiana, há algumas décadas.

Janaína teve uma espécie de furor que a ciência define como messiânico. Não dá para saber o que é mais bizarro, se o discurso ou o aplauso do "pastor assistente" Hélio Bicudo.

Se o impeachment precisava de uma musa, Taí a moça.
Veja o vídeo do discurso. Clique AQUI.


SE PREFERIR, NA INTERNET CIRCULA UM VÍDEO DA JANAÍNA EM COVER DO IRON MAIDEN, CLIQUE AQUI

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pegaram o Lula! Já está em cana e entrou no presídio pela porta dos fundos...


VEJA LÁ, ISTO É, AQUI

Exposição "A Fotografia como Documento Social" reúne imagens feitas por fotojornalistas que brilharam na imprensa carioca

Bomba no RioCentro. Foto de Anibal Philot
A ARFOC (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro) inaugura hoje na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro a exposição "A Fotografia como Documento Social".  A exposição ficará em cartaz até o dia 15 de abril. Pode ser visitada das 10h às 17h, no Saguão José do Patrocínio. Entre os trabalhos selecionados estão fotos de Evandro Teixeira, Orlando Abrunhosa, Alberto Ferreira, Anibal Philot, Luiz Bueno Filho, Antonio Nery, Alberto Jacob e Erno Schneider.


Enquanto muitos se distraem com o impeachment, a caravana do atraso vai passando tranquila e favorável. Deputados anunciam projetos de lei para controlar a internet. Querem calar a boca das redes sociais!

por Flávio Sépia
O povo está nas ruas, contra ou a favor do golpe. 

E você acha que os deputados estão parados? Não. 

A desarticulação política do governo deu aos blocos de parlamentares conservadores a oportunidade que há muito esperavam. Durante quatro eleições, as propostas da direita foram derrotadas nas urnas. Com a crise, o cerco midiático a Dilma Rousseff, a falta de ação do governo junto ao Congresso, e o jogo político de Eduardo Cunha sob aplausos da oposição, de parte da volúvel "base aliada" e de instituições patronais, surgiu a chance para fazer andar projetos para controle moral das famílias e dos cidadãos, geralmente leis de inspiração religiosa e propostas destinadas a atender a interesses corporativos. Os porões do Congresso não param de dar luz ao atraso.

Agora, está em curso uma ameaça maior: o controle da informação nas redes sociais da internet. 

São oito projetos que pretendem tirar de você o direito de opinar livremente. E não é que a internet seja um covil de impunidade, como eles alegam. Já há leis - muitas delas já suficientemente aplicadas - para conter abusos e ofensas. 

O que suas excelências que impulsionam tais projetos pretendem é tornar mais difícil, quase impossível, que os eleitores conheçam seus movimentos.  

Por enquanto, apenas blogs e uns poucos jornalistas e sites especializados estão alertando o país para o furor censório contra a web. 

Espera-se que a grande mídia divulgue a grave ameaça até para não passar a impressão de que é a favor do controle político das redes sociais que, cada vez mais, publicam o que não é informado pelos veículos empresariais e são uma alternativa democrática de informação para milhões de leitores. 

Veja, abaixo, matéria detalhada sobre os projetos que pretendem calar a boca da web, no Brasil. Está no site do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), uma associação civil sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de pesquisas e projetos sobre o impacto social, jurídico, cultural e político das tecnologias de informação e comunicação. 

Reprodução/ITS


(do site ITS)
Preste atenção no que acabou de acontecer: o Congresso Nacional acabou de divulgar o relatório final da CPI dos Crimes Cibernéticos. O relatório propõe a criação de 8 projetos de lei para controlar a internet. Esses projetos são bombásticos: eles atacam diretamente direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, o direito à privacidade e mutilam as partes mais importantes do Marco Civil da Internet, justamente aquelas que protegem os internautas contra a vigilância e a censura.
Dentre as propostas que estão previstas no relatório final da CPI dos Cibercrimes estão:
a) Transformar as redes sociais em órgãos de censura para proteger a honra de políticos. Se alguém falar mal de um político em uma rede social, a rede social será obrigada a remover o conteúdo em no máximo 48 horas. Se não remover, a empresa será co-responsabilizada por aquele conteúdo e terá de indenizar o político ofendido. Em outras palavras, as redes sociais se tornarão agentes de vigilância e censura permanentes dos seus usuários.
b) Mandar para a cadeia por 2 anos quem simplesmente violar os “termos de uso” de um site. Entrou em um site ou aplicativo e desrespeitou alguma cláusula daquele documento enorme que todo mundo clica sem sequer ter lido: cadeia para você por 2 anos.
c) Desviar 10% dos arrecadados pelo Fistel, que têm por objetivo melhorar a qualidade das telecomunicações no Brasil, para financiar a polícia. As telecomunicações que já são caras e precárias no Brasil ficarão ainda piores. O recurso que é arrecadado para fiscalizar a qualidade do acesso à internet, telefonia e outro serviços será desviado para financiar a polícia. É claro que esse financiamento é importante. Mas para isso já pagamos nossos impostos. Não precisa desviar recursos essenciais para isso.
d) Atribuir competência à Polícia Federal para qualquer crime praticado usando um computador ou celular. Em outras palavras, o garoto ou a garota que baixar uma música da internet poderá receber a visita do japonês da federal. Alguém que escrever algo considerado “difamatório” ou “injurioso” contra um político nas redes sociais poderá ter de se explicar à Polícia Federal. Em outras palavras, vários milhões de brasileiros que fazem essas atividades todos os dias poderão ser vigiados e até mesmo presos pela Polícia Federal sob suspeita de de terem cometido “crimes mediante uso de computador”, mesmo que sejam crimes de baixo potencial ofensivo.
e) Obrigar os provedores de internet a revelarem automaticamente quem está por trás de cada endereço de IP na rede, informando para a polícia o nome, filiação e endereço domiciliar da pessoa, sem a necessidade de ordem judicial prévia. Em outras palavras, todos serão presumidamente “culpados” na internet brasileira e poderão ser constantemente vigiados. Se falou mal de um político na internet, na hora será possível saber a sua identidade e a Polícia Federal poderá ser acionada contra você.
f) Estabelecer a censura pura e simples na internet. O projeto de lei altera o Marco Civil, que proíbe a censura, criando um novo artigo que permitirá “determinar aos provedores de conexão bloqueio ao acesso a a aplicações de internet por parte dos usuários” para “coibir serviços que sejam considerados ilegais”. Em outras palavras: qualquer site poderá ser derrubado da internet brasileira. Lembra do bloqueio do WhatsApp? Isso será fichinha perto do que irá acontecer. Qualquer aplicativo, site ou serviço poderá ser bloqueado e censurado diretamente pelos provedores de internet e os brasileiros ficarão privados de acessá-lo sem qualquer defesa, afetando a vida de milhões de pessoas.
O relatório da CPI que propõe essas mudanças abre com a assinatura do deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara. A CPI foi presidida pela Deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO) e o texto preparado pelo deputado Espiridião Amim (PP-SC) e pelos deputados Sandro Alex (PSD-PR), Rafael Motta (PSB-RN), Daniel Coelho (PSDB-PE) e Rodrigo Martins (PSB-PI).
O que mais pasma nesse relatório da CPI dos cibercrimes é como a internet é vista apenas como se fosse um “antro de perdição” e não como uma fonte de empregos, de inovação, de desenvolvimento, ou um instrumento essencial para o futuro do Brasil.
Em outras palavras, estão criminalizando a internet e colocando a rede sob o controle estrito do Estado. Esse é o mesmo caminho trilhado por países como a Arábia Saudita, Irã, Turquia, Coreia do Norte e Rússia.
É uma lástima que o Brasil, nesse momento em que a liberdade de expressão e a internet são ferramentas essenciais, tenha sua internet ameaçada por iniciativa da CPI dos cibercrimes. É claro que o crime na internet precisa ser combatido. Mas isso deve ser feito respeitando-se direitos fundamentais. O que estamos assistindo agora não é uma tentativa de se combater os cibercrimes, mas sim uma tentativa de controlar a internet, que tanto tem incomodado os políticos corruptos no Brasil.
Se você não quer a que internet seja censurada, compartilhe essas informações e manifeste-se contra a CPI dos Cibercrimes e os oito projetos de lei que ela propõe para controlar a internet. Censura nunca mais.

Assine a petição para frear essas propostas. Clique AQUI

Veja essa e outras matérias no site do ITS, clique AQUI

Cidades de Norte e Nordeste tiveram maior desenvolvimento humano entre 2000-2010, diz PNUD

(do site ONU BR)
No período, o aumento bem acima do verificado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste contribuiu para eliminar as acentuadas desigualdades dentro do país, segundo novo levantamento do PNUD. De 1991 a 2000, crescimento do IDH municipal foi mais elevado no Centro-Sul do Brasil. Disparidades dentro das regiões e entre municípios perduram.

De 2000 a 2010, o Norte e o Nordeste do Brasil apresentaram um crescimento maior de seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do que o aumento verificado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A diferença contribuiu para eliminar as desigualdades acentuadas entres as partes do país que, atualmente, apresenta taxas de desenvolvimento médio e alto em todas as suas macrorregiões.

As informações são de um novo relatório elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro, e publicado na quinta-feira (31). O documento avaliou as variações dos IDHMs regionais dos anos 1991, 2000 e 2010.

De acordo com a pesquisa, o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste apresentaram taxas de crescimento mais elevadas dos IDHMs durante a década de 90. Entre 1991 e 2000, as três regiões registraram aumentos de 0,123, 0,132 e 0,128, respectivamente, ao passo que Norte e Nordeste observaram elevações mais modestas: 0,111 e 0,119.

Em 1991, todas as regiões apresentavam médias de desenvolvimento humano consideradas baixas ou muito baixas. Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentavam IDHMs acima dos 0,5, mas inferior a 0,6, enquanto Norte e Nordeste registravam 0,416 e 0,397.

A virada foi a década seguinte, quando os IDHMs das duas regiões que ocupavam os últimos lugares das listas crescerem 0,140 (Norte) e 0,147 (Nordeste), alcançando os índices 0,667 e 0,663 em 2010.

Embora tenham permanecido as porções do território brasileiro com os menores índices, os avanços foram bem mais altos do que os verificados para o Sudeste (0,090), Centro-Oeste (0,118) e Sul (0,094). As três regiões ainda apresentam os maiores IDHMs: 0,766; 0,757; e 0,754, respectivamente.

O levantamento nota que há diferenças entre as três regiões quando considerados os critérios específicos para o cálculo do IDH. A expectativa de vida foi avaliada como mais alta no Sul, mas a renda per capita é maior entre a população do Centro-Oeste. Quando considerado o quesito educação, o Sudeste apresenta o IDH mais alto.

Segundo o PNUD, as variações entre os ritmos de crescimento regionais mostram que o Norte e o Nordeste conseguiram reduzir suas desigualdades em relação às outras partes do Brasil.

O hiato de desenvolvimento entre as regiões Sudeste e Nordeste, ou seja, a diferença entre a macrorregião brasileira com IDHM mais alto e a com IDHM mais baixo, registrou um leve aumento entre 1991 e 2000, passando de 0,156 para 0,160. Já entre 2000 e 2010, a diferença entre as duas regiões caiu para 0,103.

O PNUD alerta que a análise das macrorregiões deve ser feita com cautela, pois as desigualdades internas são, muitas vezes, mascaradas pelas médias, dando a falsa impressão de que os municípios, estados e as próprias regiões são homogêneos.

Por exemplo, embora as taxas regionais sejam consideradas como índices médios ou altos de desenvolvimento, em 2010, o Nordeste contava com 1.099 municípios de baixo desenvolvimento humano (IDHM de 0,5 a 0,599) e outros 14 de IDHM avaliado como muito baixo (abaixo de 0,5).

No mesmo ano, no Norte, 180 municípios registraram IDHM baixo e, em 18, o índice foi calculado como muito baixo. No Sudeste, o número de cidades de baixo desenvolvimento humano chegou a 73.

ACESSE O LEVANTAMENTO COMPLETO, CLIQUE AQUI

Jornalistas fazem ato em defesa da democracia e dos direitos sociais

No próximo 7 de abril (quinta-feira), às 19 horas, data em que se comemora o Dia do Jornalista, O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) realiza no auditório Vladimir Herzog, em sua sede (rua Rego Freitas 530 - sobreloja) um ato em defesa da democracia e dos direitos sociais. Ele reforça a posição da entidade e da categoria expressa no manifesto entregue no dia 31 de março, em Brasília, para a presidenta Dilma Rousseff, durante encontro com artistas e intelectuais.

Já confirmaram presença os seguintes jornalistas, primeiros signatários do manifesto: Amadeu Mêmolo (presidente da Associação dos Jornalistas Veteranos no Estado de São Paulo), Audálio Dantas (jornalista e escritor), Fernando Morais (jornalista e escritor), Paulo Zocchi (presidente do Sindicato do Sindicato dos Jornalistas SP), José Augusto Camargo (ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas SP), Igor Fuser (jornalista e professor universitário), Laurindo Lalo Leal Filho (jornalista e escritor), Maria Inês Nassif (colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo), Paulo Moreira Leite (jornalista e escritor), Rodrigo Vianna (jornalista e blogueiro), Rose Nogueira (jornalista e ex-presa política), Vilma Amaro (presidente do grupo Tortura Nunca Mais), entre outros.

O evento é aberto a todos os jornalistas e democratas que estão na luta pela manutenção da democracia no Brasil e contra o impeachment (golpe) da presidente Dilma Rousseff. O Manifesto dos jornalistas em defesa da democracia e dos direitos sociais, lançado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (leia abaixo), já possui mais de 1.700 assinaturas de jornalistas.

Manifesto dos jornalistas em defesa da democracia 
e dos direitos sociais

Nós, jornalistas brasileiros abaixo-assinados, vimos nos manifestar à Nação em defesa da democracia e do Estado de Direito. Não é a primeira vez, na história republicana do Brasil, que os jornalistas são obrigados a se pronunciar pela salvaguarda das conquistas sociais, das políticas públicas e das garantias democráticas obtidas nas lutas travadas, desde os primórdios da nossa nacionalidade, pelos verdadeiros democratas e pela ampla maioria trabalhadora de nosso povo.

Três décadas após o fim do regime militar, nos vemos novamente sob a ameaça do autoritarismo. A cada dia, crescem os sinais de que está em curso um golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff, eleita de forma legítima e democrática, e que, a despeito de qualquer crítica que se faça a seu governo, não está ligada a nenhum fato que dê base legal a um pedido de impeachment.

No entanto, parlamentares que acumulam denúncias de corrupção, como  Eduardo Cunha, e alguns dos principais partidos políticos do país já contabilizam votos no Congresso Nacional com esse intuito e negociam abertamente um futuro governo, num clima de golpismo institucionalizado.  Em nome do combate à corrupção, a Operação Lava Jato atropela garantias constitucionais duramente conquistadas, como a neutralidade do Judiciário, o direito ao devido processo legal e a presunção de inocência.

A hostilidade crescente nas redes sociais extravasa para as ruas, e o convívio plural e civilizado no espaço público, que em tempos recentes havia avançado bastante, já se turva. Queremos romper esta teia de ódio! Lembramos que o combate à corrupção também apareceu como pretexto para o golpe de 1964. A memória nacional não pode ser tão curta.

Repudiamos a corrupção e exigimos a punição de corruptos e corruptores, mas sempre com respeito às regras do Estado Democrático de Direito. Não aceitamos o retrocesso. Para nós, a democracia é um valor supremo, irmão da soberania popular. Defendemos os direitos sociais – o patrimônio público, as reservas de petróleo do pré-sal, as empresas estatais, os direitos trabalhistas, os avanços contra o racismo e o machismo, a redução da miséria e da desigualdade – ameaçados pelos adversários da democracia, muitos dos quais são notórios corruptos.

Como jornalistas profissionais, denunciamos o papel nefasto que as grandes empresas de comunicação têm desempenhado na presente crise. Beneficiadas pela falta de regulamentação do artigo 220 da Constituição, que proíbe os monopólios no setor, utilizam sua posição no controle da mídia como ponta-de-lança na ofensiva política contra o governo federal, em defesa dos interesses econômicos das elites nacionais e estrangeiras e dos partidos políticos que as representam.

Essas empresas transformam seus veículos noticiosos em alto-falantes para que fontes ocultas no aparelho de Estado alardeiem vazamentos seletivos de informação, visando a destruir reputações e a soterrar o direito de defesa. Quando criticadas, usam como escudo a liberdade de imprensa, mas negam a seus jornalistas – trabalhadores assalariados – a cláusula de consciência, que permitiria a cada qual se recusar a agir contra a ética e em defesa da rigorosa apuração jornalística e da verdade dos fatos.

Assim, multiplicam-se casos de profissionais assediados por determinações superiores e obrigados a se subordinar a orientações com as quais não concordam para manter seu sustento. Não podemos nos conformar com o clima de intimidação reinante em diversas redações. Trabalhamos pela pluralidade na mídia impressa, falada, televisada e na internet, por um jornalismo ético e de qualidade, pelo respeito ao direito social à informação e ao operário da notícia, o jornalista.

Neste momento tormentoso, vamos nos manter a todo custo nas trincheiras da luta democrática e social. Queremos ao nosso lado todas e todos os que mantêm apreço pela democracia e pelos avanços que apontam para um Brasil mais justo, mais desenvolvido, mais independente e mais soberano.

Vamos nos somar, nas ruas, aos que se opõem ao impeachment e a outros meios ilegítimos com os quais pretendem derrubar o governo que resultou de eleições legítimas. Não vamos deixar que nos calem. Não ao golpe!  Viva a democracia!

 Subscrevem: Altamiro Borges (coordenador do Centro Barão de Itararé), Amadeu Mêmolo (presidente da Associação dos Jornalistas Veteranos no Estado de São Paulo), Antônio Carlos Fon (ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo), Audálio Dantas (jornalista e escritor), Celso Schröder (presidente da Federação Nacional dos Jornalistas), Fábio Venturini, Fernando Morais (jornalista e escritor), Franklin Valverde (jornalista e professor universitário), Fred Ghedini (ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas SP), Igor Fuser (jornalista e professor universitário), José Augusto Camargo (ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas SP), Laura Capriglione (Jornalistas Livres), Laurindo Lalo Leal Filho (jornalista e escritor), Maria Inês Nassif (colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo), Mauro Santayana, Paulo Moreira Leite, Paulo Zocchi (presidente do Sindicato do Sindicato dos Jornalistas SP), Robson Moreira (ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas SP), Rodrigo Vianna, Rose Nogueira, Roseli Fígaro (jornalista e professora universitária), Vilma Amaro (presidente do grupo Tortura Nunca Mais).

Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo

Contra o golpe : Entidades do campo do jornalismo se posicionam sobre o cenário político brasileiro

FENAJ/Reprodução
( do site da FENAJ)
Preocupadas com o agravamento da crise política instaurada no Brasil, diversas entidades do campo do jornalismo posicionaram-se em defesa da democracia e do Estado de Direito. Preocupadas com a postura da grande mídia e a cobertura jornalística em relação aos fatos, muitas delas alertaram que a postura tendenciosa dos meios de comunicação compromete o próprio jornalismo e sua credibilidade.

O Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) resgatou que, nos regimes democráticos republicanos, há um fator que precede toda e qualquer investigação e publicação de possíveis atos de corrupção: a garantia de que a investigação e a cobertura jornalística sigam os mais elementares valores jurídicos e éticos da presunção de inocência, da igualdade perante a lei, do devido processo legal, do respeito aos direitos humanos. “Sem isso, há vício não só de forma, mas de mérito, e corre-se o risco, como agora, de incitação à violência e à condenação popular antes da condenação judicial e o da condenação judicial por teorias que dispensam prova material”, criticou o FNPJ.

A entidade também alertou que “Se a mídia não conseguir refletir um contraditório real em lugar do contraditório formal, em que os tempos de acusação e adjetivação contrários ao governo e eleitores que lhe dão sustentação não se equilibrarem com a defesa destes e com as acusações já feitas à oposição, teremos outro grave prejuízo: o próprio papel do jornalismo é que estará sendo questionado”.

Dirigindo-se a seus associados, a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) manifestou sua preocupação com o atual ambiente de insegurança político no Brasil, que coloca em xeque atribuições das instituições de poder nacionais e direitos das mais diversas ordens. A entidade rechaçou atos de intolerância e violência em qualquer âmbito, reafirmou a defesa dos valores constitucionais e o regime democrático e criticou a forma como a imprensa tem conduzido suas coberturas. “A atividade jornalística tem papel e função social importantes, relacionadas à defesa da democracia e à garantia do exercício da cidadania. Não pode, portanto, abdicar desse lugar que, conforme nossas pesquisas têm pontuado, é esperado e exigido não apenas por parte das audiências, mas também é norteador da práxis jornalística”, registra o texto.

Também em nota publicada no seu site, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), diante do grave momento vivido pelo país, ressalta “a importância de uma atuação equilibrada da imprensa, que deve dar espaço ao contraditório e não pode funcionar, jamais, como tribunal midiático”. A entidade resgata que há menos de 30 anos os brasileiros voltaram a ter o direito de escolher pelo voto o presidente da República e destaca que “ Nossa jovem democracia precisa de vigilância para que atalhos não comprometam seu pleno exercício e lancem o país em aventuras de triste memória”.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) convocou a participação de suas entidades e comitês filiados nos atos unificados em defesa da democracia e contra o golpe. Para o FNDC, “A rutpura da legalidade democrática em curso está sendo conduzida de forma venal pelos conglomerados de mídia que concentram as comunicações no país, o que reforça ainda mais a luta histórica do FNDC pelo fim dos monopólios do setor, por mais liberdade, diversidade e pluralidade nos meios de comunicação”.

Em Carta Aberta contra o golpe e em defesa da democracia, estudantes e professores de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) defendem o fim da corrupção, mas exigem respeito constitucional. No documento, manifestam “total indignação às ações que a sociedade brasileira tem assistido e acompanhado através dos noticiários da maioria dos meios de comunicação deste País, em nível nacional e regional, incluindo as redes sociais, que dedicam amplas coberturas favoráveis às ações do Poder Judiciário, sem a devida apuração jornalística em relação a práticas ilegais e abusivas cometidas na condução de boa parte das investigações das instâncias jurídicas, que comprometem sua validade e legitimidade, como vazamentos para imprensa de delação premiada sem provas, escutas telefônicas (grampos) que envolvem a Presidência da República sem a devida autorização prévia do Supremo Tribunal Federal”

A Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (Compolítica), diante do cenário político nacional, também se posicionou repudiando a corrupção, o cerceamento à liberdade de expressão, o abuso de poder, a parcialidade da cobertura jornalística e a tentativa de ruptura da institucionalidade democrática e do Estado de Direito. “A Compolítica considera o jornalismo uma prática fundamental para a democracia, e como tal cabe a seus praticantes o dever de zelar pelos seus princípios éticos elementares. Nesse sentido, entende que a não verificação exaustiva da veracidade das informações divulgadas pelos veículos de comunicação, assim como a substituição da investigação jornalística criteriosa por ilações que são tornadas públicas como se fossem verdades indiscutíveis, constituem não somente procedimentos que ferem a Constituição Federal, mas que também comprometem a credibilidade e a legitimidade da mídia enquanto instituição fundamental do regime democrático, sem o qual os próprios meios de comunicação não podem existir livremente”, diz o documento.

Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)

sábado, 2 de abril de 2016

Memórias da redação - FUTEBOL: A FALTA QUE A CRÔNICA FAZ

por Onotonio Baldruegas

Em junho de 1956, há quase 60 anos, a seleção brasileira jogou em Assunção. A Manchete Esportiva - revista semanal criada em 1955 e que sobreviveu até meados de 1959 - publicou as fotos da "batalha" (qualquer jogo na América do Sul transformava-se, então, em uma "guerra") e fechou aquela cobertura com uma crônica de Nelson Rodrigues. O Brasil ganhou de 5 x 2.

Na semana passada, o time de Dunga jogou em Assunção. Outros tempos. Nem a CBF era CBF. Atendia pelo nome de CBD.

Nelson era capaz transformar jogo de 'purrinha' em prosa épica. O que ele escreveria sobre o último Paraguai 2 x 2 Brasil? Vamos ficar sem saber. Mas é certo que chutaria a crônica no melhor ângulo. Encontraria um caminho. Talvez identificasse no campo algum jogador paraguaio travestido de Bela Lugosi, o astro dos filmes clássicos de terror, para explicar o pânico, os minutos de poltergeist, que a atual seleção vive quando sob pressão.

Dunga, que não é o queridinho da mídia, já está no paredón. De nada vai adiantar trocar o técnico. A "Geração 7X1"  precisa de um exorcista para apagar a lembrança dos mortos-vivos do jogo contra a Alemanha.

Na crônica, Nelson destaca a atuação de Zizinho, autor de dois gols, embora já estivesse no ocaso da carreira. E atribui a vitória ao fato de aquela seleção ter como base um clube, o América. Curiosamente, há quem defenda que a seleção utilize como base o melhor clube brasileiro do momento e importe alguns "europeus", os mais dispostos a vestir camisa do Brasil, para determinadas posições. O próximo compromisso da seleção nas eliminatórias para a Copa da Rússia será em setembro. Por acaso, no começo de temporada na Europa, quando os jogadores, lá, estarão voltando de férias. Os daqui, em pleno Brasileirão, estarão em atividade e obrigatoriamente em forma. Digamos que até lá, Corinthians, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Internacional ou Grêmio estejam mostrando jogo? Poderia estar em um deles, ou qualquer outro, desde que na ponta das chuteiras, a base para uma seleção capaz de exibir conjunto. Coisa que parece impossível com os "importados".

Sem nostalgia, mas em reverência à memória do futebol e da crônica esportiva (esse gênero jornalístico que já teve craques das letrinhas como o próprio Nelson, além de Mário Filho, Armando Nogueira, Ney Bianchi, João Saldanha...), leia, abaixo, a crônica de Nelson Rodrigues publicada na Manchete Esportiva sobre o jogo Brasil 5 x 2 Paraguai, em Assunção.

Os trechos assinalados em preto poderiam perfeitamente valer para os dias de hoje.

Substitua, em uma das frases destacadas, os nomes de Ferreira, Canário e Edson, do América,  pelo nome de Neymar, do Barcelona.

Você entenderá o que Nelson Rodrigues quis dizer.



GOLEADA EM ASSUNÇÃO

por Nelson Rodrigues (para a Manchete Esportiva

Ontem, vencemos, mais uma vez, em Assunção. Desta feita, ampliamos o marcador: 5 x 2!

Um amigo meu, que, pendurado num rádio de pilha, ouviu a irradiação, não se conteve. Quando Hilton enfiou o tiro de misericórdia, ele bufou: "5 x 2 é troço pra chuchu!" E era.

Acresce que vencer em Assunção é uma calamidade. Lá, a torcida costuma abrir uma faixa com os seguintes dizeres: "Vencer ou Morrer". Ao esbarrar nessa legenda ferocíssima, o quadro visitante treme nos seus alicerces. No Maracanã há um fosso cordial, que protege, que encouraça, que torna inexpugnáveis os 22 jogadores, os bandeirinhas e o juiz. No Paraguai, não. Ninguém é inatingível: todos são suscetíveis, em caso de invasão, de um minucioso linchamento. A hipótese de massacre, que ronda a equipe de fora, pode liquidar-lhe o ímpeto, a gana, a garra.

Pois bem: apesar disso, o escrete levou tudo de roldão, tudo, e obteve duas vitórias monumentais, sendo que a última de goleada. Mas, no feito dos nossos, há dois aspectos que convém destacar. Digo "aspectos" e já especifico: duas lições. Vejamos a primeira: nada como o escrete que é um clube disfarçado. Que mandamos nós a Assunção? Um América com leves enxertos do Bangu e de São Paulo. O nome do Brasil não foi bem um nome, mas um deslavado pseudônimo do clube rubro. Logo ao primeiro jogo, verificou-se que não se podia desejar uma fórmula mais sábia e mais eficaz. Pela primeira vez, um escrete nascia feito, pela primeira vez um escrete rendia na estréia, cem por cento. Seja do ponto de vista técnico e tático, seja do ponto de vista emocional, o comportamento da equipe encheu as medidas.

E por quê? Eis a verdade, amigos: o jogador, em campo, atende mais ao apelo do clube do que ao da pátria. Examinemos o caso de um Ferreira, de um Canário, ou de um Edson. Ele funciona melhor como americano do que como brasileiro. Ponham-no dentro do clima normal de um América e ele será um. Desloquem-no para o escrete e ele será outro. Como americano, ao lado de outros americanos, o jogador se realiza e se afirma, e alcança sua plenitude de craque. Em Assunção, os brasileiros pareciam estar em casa, porque continuavam no América. E mesmo os enxertos foram foram rápida e implacavelmente assimilados. Daí a compacta, indissolúvel e eufórica unidade do time.

A seleção brasileira que jogou contra o Paraguai, em 1956.
A CBD formou convocou um time com base no América e Bangu. Em pé:
Djalma Santos, Pompéia, Edson, Formiga, Zózimo e Hélio.
Agachados: Canário, Zizinho, Leônidas da Selva, Romeiro e Ferreira.
A outra lição da "Taça Oswaldo Cruz" foi, a um só tempo, de futebol e de vida.  De fato, as duas vitórias ensinaram que tudo passa, menos Zizinho. O que nós chamamos idade, o que nós chamamos tempo, o que nós chamamos velhice nada mais é do que um jogo de aparências e de ilusões. A idade ricocheteia por Zizinho sem atingi-lo. Em Assunção, ele se projetou aos olhos do público e dos companheiros, isento de tempo. E vamos e venhamos: sua velhice  é mil vezes mais nova, quinhentas vezes mais nova do que a a adolescência dos seus companheiros.

Zizinho sentado, lendo jornal ou gibi atua, influi, decide, mais do que os brotinhos do futebol. 

Assunção veio confirmar o que se sabia, isto é, que todos os caminhos do futebol levam a Zizinho. Na hora de escalar um escrete, ele se torna a nossa alucinante ideia fixa. Não conseguimos ignorá-lo, excluí-lo, pô-lo na cerca.

Mesmo as pessoas que não gostam ou não entendem de futebol, que não sabem se a bola é quadrada ou não, mesmo essas pessoas conhecem Zizinho e só Zizinho.

Com uma eternidade assim irritante e assim obstinada, é possível que daqui a duzentos anos ainda o convoquem para salvar a pátria. 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Choque cultural flagrado em foto

Reprodução/Instagram

por Omelete
Aconteceu em Dubai. Duas locais cruzam com uma "infiel" bem dotada. O olhar das duas é intraduzível. Pode ser de indignação, admiração, surpresa, inveja, ciúme. Dubai é um emirado liberal, relativamente tolerante. Os turistas devem atentar, em todo caso, que o islã é religião e modo de vida locais. Alguns guias recomendam um certo cuidado quanto a roupas. Os Emirados investem em turismo, o idioma inglês muito falado não apenas em hotéis e lojas mas em restaurantes, comércio e nas ruas, em geral. Beber em local público e dirigir embriagado pode resultar em graves sanções. Bebidas alcoólicas são servidas apenas em bares e restaurantes localizados dentro de hoteis internacionais. A  jovem e bela loura ocidental que se encaminhava a um evento (Dubai costuma atrair importantes torneios de hipismo, tênis, golfe, além de congressos, feiras e exposições internacionais) arrasou no figurino. Partiu pro esculacho, como se diz. Daí, a "secada" das locais devidamente trajadas de hijab e abayas.