Deu no jornal na última terça-feira que em novembro a população do planeta ultrapassará os 8 bilhões. Em novembro estarei com 85 anos de idade. Portanto, só no meu modesto tempo de vida, este pequeno geoide teve sua população aumentada quase quatro vezes!
Há algum tempo criei um conceito que, se não repercutiu nos meios acadêmicos, deve ter sido por causa do Efeito Groucho Marx (“Eu jamais entraria para um clube que me aceitasse como sócio...”) Tenho a certeza de que é um conceito sólido que tem tudo a ver com as mazelas sócio-políticas do nosso tempo: a “poluição demográfica”.
Considero-me até um otimista, acho um milagre que a nave Terra ainda não tenha explodido. O excesso de gente se acotovelando pelas ruas – por necessidade de sobrevivência correndo atrás do leite das crianças, ou pela busca insana do prazer nas baladas da noite – é um espetáculo atroz.
A esta altura me vem à
cabeça aquela fala esperta e urgente: “Parem o mundo, eu quero saltar fora!”
Muitos já a ouviram, poucos sabem a origem. É o título de um musical de sucesso
dos autores ingleses Leslie Bricusse e Anthony Newley, Stop the World – I Want to Get Off, lançado em Londres em 1961 e
que depois fez sucesso na Broadway. Segundo o pianista Oscar Levant, o título
foi inspirado num grafito. Ah, a sabedoria dos anônimos.
O lado bom da pesquisa
da ONU que anunciou os 8 bilhões para novembro é que, pela primeira vez em meio
século, graças à Covid, a expectativa de vida no mundo caiu de 72,8 anos para
71 anos. No Brasil a queda foi ainda maior, de 75,3 para 72,8 anos. Segundo
esses critérios, estou com o saldo devedor, melhor ficar quietinho no meu
canto...
Um comentário:
Parem o mundo que quero descer
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