quarta-feira, 20 de julho de 2022

Cozinha do Absurdo, com receita • Por Roberto Muggiati

Vittore Carpaccio: São Martinho,
exposição permanente
 Arte das Igrejas
 em Zadar, Croácia.
Para ficar em sintonia com este mundo, vasto mundo, resolvi criar a Cozinha do Absurdo. A receita de estreia é uma ideia com a qual venho trabalhando há alguns anos: carpaccio de abobrinha. Carpaccio, como todos não sabem, foi um genial pintor veneziano, Vittore Carpaccio (1465-1525), homenageado com o nome de um prato criado em 1950 no Harry’s Bar de Veneza. 

Segundo Arrigo Cipriani, atual dono do bar, o carpaccio  foi servido pela primeira vez à condessa Amalia Nani Mocenigo, quando informou ao dono do bar que seu médico lhe havia recomendado o consumo de carne crua, rica em ferro, pois ela estava com anemia. O carpaccio, então, consistia em finas fatias de carne crua, temperadas com molho de mostarda, molho inglês, suco de limão, leite, sal e pimenta-do-reino branca. O prato foi nomeado carpaccio por Giuseppe Cipriani, o fundador e dono do bar, em referência ao pintor italiano, pois a cor vermelha forte do prato o fazia lembrar das pinturas de Carpaccio, que estavam na época em exposição numa grande retrospectiva na cidade.

Apliquei o conceito de um produto cru finamente fatiado não a alguma carne (depois da bovina, o carpaccio de salmão é a favorita), mas a um legume, a abobrinha, na versão italiana, chamada zucchini.


Carpaccio de abobrinha aos sabores aleatórios



Vale o gosto pessoal e a imaginação do gourmet aprendiz. Nesta primeira edição, usei uma abobrinha de 15cm de comprimento com 4cm de diâmetro cortada em rodelas infinitesimalmente finas e as temperei com:

• Alcaparras

• Teriyaki

• Chutney de abacaxi

• Mostarda amarela

• Ketchup

• Wasabi

• Algumas gotas de limão siciliano

• Salpicar moderadamente sal rosa do Himalaia

Todo cuidado é pouco com o Wasabi, a raiz forte japonesa: qualquer exagero é literalmente tiro e queda...

 

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Desculpe-me Muggisti, mas continuo com meu feijão preto com carne-seca comprada no velho armazém da esquina, o tradicional arroz e na sobre-mesa, aquele pedaço de goiaba, comprado também no armazém da esquina, às vezes consigo preparar uma farofa com " iscas " de bacon, pra dar um gostinho no arroz. Quando sobra algum, um copo de Guaraná pra acompanhar a minha refeição diária.