A Faculdade de Direito da USP divulgou, no dia 26-7, a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito". O documento já recebeu mais de 250 mil assinaturas de apoio entre ministros, juristas, membros do Judiciário, docentes, banqueiros, empresários, personalidades de várias áreas e nomes da sociedade civil, incluindo jornalistas.
"Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.
Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.
Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.
A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.
Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.
Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.
Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.
Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.
Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.
Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.
Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.
No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.
Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:
Estado Democrático de Direito Sempre!!!!"
* O texto entre aspas, acima, foi reproduzido do site Migalhas.com apoiado por dezenas de escritórios e departamentos jurídicos.
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4 comentários:
Estou, sinceramente, temeroso do que pode vir a ocorrer, com o resultado das eleições. A cada entrevista, cada oportunidade que é dada ao atual presidente deste brasil, de emitir suas opiniões, sente-se nelas, o desejo incontido de continuar a exercer o poder, independente de ser sufragado ou não nas urnas eleitorais. Entendo que a sua vontade de continuidade no poder, o levará a romper com as leis constitucionais e implantar mais uma vez, neste infeliz país, um governo ditatorial. Não posso esquecer que esse presidentes é antes de tudo, um homem formado nos bancos militares, que aprendem - o que é natural, na formação de um oficial de Forças Armadas, a destruir o inimigo - que é pela força e poder que se ganha a guerra. Na sua campanha afirmou que não concorreria à reeleição. Mas, o poder é envolvente, é atraente e muda a cabeça de governantes, e hoje esse atual presidente, persegue e luta para que o seu poder tenha continuidade a qualquer preço. Hoje temo do que pode vir a ocorrer com o resultado das eleições de outubro de 2022
É preciso quem defende a democracia ir às ruas durante a campanha.Naovexiste opção. O voto pela democracia é 13
Nunca foi tão importante votar, como está sendo nas eleições de outubro deste ano. È o momento do brasileiro mostrar nas urnas que sabe votar, que tem consciência da transcendental importância do seu voto e tem certeza de que o seu voto poderá salvar ou acabar de uma vez com o futuro este brasil. Em outubro, ficaremos sabendo que o brasileiro sabe votar ou não. Amém
Esse merda de presidente vai fazer merda pior no dia 7 de setembro. Espera só.quer dar um golpe na acenismda atlântica?
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