segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Várias...

por Omelete
* Para que a delação premiada não se transforme em enrolação premiada espera-se que as provas sejam contundentes e tecnicamente aceitáveis. Se não, desmoraliza-se o instrumento para enquadrar os culpados. E a única premiada com a delação será a impunidade. Tome-se o caso do doleiro. No bilionário escândalo do Banestado, na era FHC, o mesmo sujeito beneficiou-se da tal delação. Como se sabe, os trambiqueiros do Banestado seguiram suas vidas políticas e empresariais adiante. E o doleiro ficou livre para cometer crimes semelhantes. Um exemplo da confiabilidade dos indiciados: as contas indicadas para bloqueio ou estão vazias ou contêm percentual ínfimo do que teria sido desviado e uma empreiteira, pelo menos, teve a cara de pau de apresentar à Justiça contratos falsos. Que a Justiça não caia no golpe da “delação criativa” e só oficialize o benefício das penas mais leves se os delatores de fato apresentarem documentos e provas.
* A prisão dos executivos das empreiteiras -  vários deles já esperavam a PF ao lado de advogados e tiveram tempo suficiente para “limpar” contas bancárias – vazou, segundo suspeita.  Surpresa? Nenhuma. Provavelmente a fonte que alimenta a peneira é a mesma que às vésperas das eleições vazou seguidamente para a mídia trechos selecionados dos depoimentos
dos indiciados, especialmente aqueles que teriam utilidade eleitoral.
* Um projeto apresentado no Congresso pretende fazer que os sonegadores respondam a processos. Parece incrível, mas no Brasil o elemento sonega impostos durante anos, faz caixa ou aplica o dinheiro, um dia paga, geralmente entrando em Refis interminável (o Refis é aquela lei que facilita a sonegação premiada) e fica limpo como qualquer contribuinte honesto. A lei proposta pretende acabar com essa moleza. O sonegador passa a pagar o que deve e a responder pelo crime.
* O Globo deu uma boa notícia na área econômica. E deu um jeito de incluir um “mas”. Na falta de dados concretos para desqualificar a notícia positiva, acrescentou uma previsão. Mais ou menos assim.
 “Ok, a notícia é boa mas se animem que em 2015 vai dar merda”. No jornalismo do “mas”, o importante não é a notícia, mas o “mas”. Depois reclamam que muita gente acha jornalista é aquele cara que conta ao amigo que nasceu o filho ontem, é menino, tá com todos os “documentos” em dia, ‘mas’ só lá pra 2025, 2028, por aí, a família vai saber se o “equipamento” funciona mesmo.
* Depois que consideram válida a “carteirada” do juiz da Lei Seca sob o argumento de que a ‘autoridade’ só se identificou normalmente, um sargento se sentiu no direito de “carteirar” e liberar no peito sua Hilux apreendida por estacionar em cima da calçada. O sargento não foi tão bom de argumento quanto o juiz e sacou uma pistola para se fazer entender que era uma “autoridade”.
* Há um movimento para a privatização do Aterro do Flamengo. A alegação é que o estado não tem verbas para cuidar. Ok, e qual será o retorno para o futuro concessionário do Aterro. Já que o estado não tem dinheiro, qual será a fonte de renda do empresário? De brisa, ele não vai viver. Aguardem então algo como pedágio para os carros, liberação para placas de publicidade, “taxa de corrida” para quem vai se exercitar no local, “taxa de bicicleta” para quem vai pedalar e “taxa de cadeira de rodas” para os portadores de necessidades especiais que vão curtir um solzinho.
* O diretor Fernando Meireles será um dos responsáveis pela cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, ao lado de Andrucha Waddington, da TV Globo e Daniela Thomas. Um trio que já demonstrou competência. Um pouco antes das eleições, Fernando Meirelles se desentendeu com um sócio, que acabou saindo da sua produtora, dado as posições eleitorais digamos extremadas, no auge da campanha, do parceiro cineasta. Meireles seria tucano empolgado, como a maioria na Av. Paulista. Faz parte da democracia. Espera-se, pelo menos, que não haja uma revoada apenas do citado pássaro no Maracanã, em 2016, e que a cerimônia contemple outras espécies...
* Joaquim Levy, o provável Ministro da Fazenda do segundo governo Dilma, estava na comitiva de Sergio Cabral a Paris, que resultou na famosa sequência de fotos dos guardanapos na cabeça. Como ex-secretário da Fazenda, ele compareceu ao convescote nada ortodoxo e nem um pouco austero na capital francesa. Veja matéria no jornal Extra, da época.
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Reprodução
* Roberto Dinamite, uma lenda vascaína, em campo, tornou-se o presidente que levou o Vasco à Segundona por duas vezes. Ontem, a duras penas, o time conseguiu o bilhete de volta à Primeira Divisão do futebol brasileiro. No dia 1° de dezembro, Eurico Miranda assume. O torcida espera duas coisas: um time para 2015 e que o Vasco volte a ser respeitado dentro e fora de campo. Entre outros títulos importantes, como as taças Libertadores e Mercosul, o Vasco foi duas vezes campeão brasileiro na gestão de Eurico Miranda como vice-presidente de futebol. A "aprovação" ou "desaprovação" da mídia à figura do Eurico têm rigorosamente importância zero. É irrelevante. Os vascaínos torcem por uma administração que detenha a decadência do clube - que está a caminho de se transformar em um América e virar saudade. Que a nova gestão tenha sucesso. E que o Roberto Dinamite volte a ser uma boa lembrança apenas pelo muito que fez em campo.
* Alberto Dines opina no Observatório da Imprensa sobre o erro assumido pela Polícia Federal ao classificar como "erro material" a divulgação de "indícios" contra o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Cosenza. Para Dines, quando a fonte, no caso a PF, erra, aqueles que divulgaram o erro também deveriam assumir a sua parte. Leia mais, clique AQUI

Foto Andrew Hone/Pirelli
 Hamilton campeão, chega ao fim a temporada 2014 de Fórmula 1. Monótona, na maioria das provas. Os especialistas podem falar o que quiserem sobre os pneus especiais, compostos revolucionários, mas para o espectador comum, nós, ver um carro parar para trocar pneu após cinco voltas é quase incompreensível, além de ser chato e interromper muitas vezes os poucos duelos que as corridas proporcionavam. Ok, todo mundo sabe, as pistas de corrida também são um campo de pesquisa e as inovações estarão nos pneus de série amanhã, bla, blá, blá, blá. Provas com até três paradas no boxe para trocar pneu jogam a competição na brita. Acho que pilotos várias vezes campeões como Piquet, Mansell, Jim Clark, Prost, que eram, digamos, menos pacientes e mais esquentados, não suportariam ouvir no rádio a ordem para poupar pneus que toda hora o boxe transmite. A pergunta final: você compraria para o seu carro um pneu de Fórmula 1?      

5 comentários:

Rick disse...

A campanha contra Eurico foi feita apenas porque ele não é submisso à TV e tem coragem de enfrentar esse poder que destroi o futebol brasileiro.

J.A.Barros disse...

Na minha opinião, na há ninguém impune nas diretorias da Petrobras, ou melhor ninguém na Petrobras do contínuo ao presidente está livre de qualquer acusação.

J.A.Barros disse...

Esse tal diretor deve ter alguma culpa no cartório. Diretor da Petrobras é inocente? Desde quando? Esse escândalo que não tem começo e não terá fim tal o tamanho dele e de uma empresa envolvida nele que me faz temer o momento que investigarem ou se já estão investigando o M de Minas e Energia com as hidroelétricas que estão construindo, com a de Belo Monte e outra mais. Todas as empresa envolvidas na corrupção da Petrobras são as mesmas que estão construindo essas hidroelétricas. Gente, o que vem por aí não vai se brincadeira de "mensalão ".

J.A.Barros disse...

Omelete: "The dreamer is over ". O rei está nu. Não mais choro nem vela,quero uma camisa amarela com os nomes deles. E vem mais. Não vamos nos iludir que esse caso da Petrobras acaba aqui. ele vai ter desdobramentos e muitas cabeças ainda serão espetadas nas pontas das lanças da punição que merecem.
PS. Preso no Brasil tem direito, cumprindo pena, em casa – mas está sob jurisdição penal – a viajar, passear, jantar em restaurantes de fama, enfim, na verdade está gozando férias sustentada pelo povo brasileiro

Corrêa disse...

O PT ganhou a eleição e o PSDB está assumindo a Fazenda. Dilma é mesmo perdida e sem rumo