por Omelete
Querem o cassetete de volta. Pelo menos era isso que alguma faixas pediam ontem em São Paulo. A cidade foi democraticamente movimentada por dois protestos sem grande público: um, pela água, contra Alkmin; outro, pelo impeachment, contra Dilma. O dado fora da curva foi esse dos derrotados nas eleições pedirem a intervenção militar. A direita levou às ruas cartazes, terços, imagens de santos conta a "ameaça comunista". Lobão era um dos cidadãos a discursar no palanque. Um dos Bolsonaros - não sei quantos são mas parecem uma multidão - também estava presente. Foi uma espécie de Marcha da Família, embora bem mais raquítica. A coisa toda parecia meio patética, lembrava uma "sessão de descarrego". Uma senhora de tailleur e salto alto chegou a fraquejar de tão emocionada ao pedir que um general a "salve". Outro incentivava a filha a gritar contra os 'comunistas". Um coxinha meio elétrico, cheio de adrenalina, xingava fotógrafos gritando "tudo comunista". À frente da manifestação, um rapaz que olhava em volta o tempo todo, talvez temendo os "comunistas", e parecia um dos líderes, comentou que "esperava mais gente". É que 100 mil pessoas confirmaram presença no Face mas só uns mil compareceram. Talvez uma parte do pessoal pensou em apoiar mas deve ter desistido ao saber que ia ter faixa "fora a corrupção". Mas não deixa de ser um começo, as ruas estão aí para, afinal, os golpistas assumirem que são golpistas e não apenas uma invenção que circula por aí há muito tempo.
O Brasil viverá dias movimentados, com direito a observar certas situações políticas. Um delas: Eduardo Cunha, do PMDB que se opõe a Dilma, desponta, por isso, como novo "herói", com direito a ganhar, como já está acontecendo, espaço não-crítico na mídia. Renan Calheiros e Henrique Alves, pelo mesmo motivo, ganham prestígio. Não chega a ser novidade quando se sabe que o PMDB conservador, que participou de todos os governos após a saída dos militares, incluindo FHC, Lula e Dilma, está lá porque é a grande sustentação da turma do alto da pirâmide, que o considera necessário na defesa das suas posições e no torpedeamento de projetos que não interessam a empresários, ruralistas, bancadas financeiras, religiosas, lobistas e corporativistas. Todos recorrem ao PMDB quando se trata da manutenção do atraso. Os últimos três presidentes abraçaram o mamute. Não por acaso, a oposição junta-se alegremente ao PMDB sempre que precisa derrotar o governo.
Mas o mais significativo da manifestação contra Dilma, ontem, foi mesmo ver os golpistas saindo do armário.
Uma declaração colhida pelos jornais é ilustrativa. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), um dos mais aplaudidos, filho de Jair Bolsonaro (PP-RJ), declarou, segundo o Estadão, "Voto no Marcola, mas não em Dilma". Aí, foi demais, a multidão que já estava embalada pelo "descarrego", ficou "molhadinha".
Querem o cassetete de volta. Pelo menos era isso que alguma faixas pediam ontem em São Paulo. A cidade foi democraticamente movimentada por dois protestos sem grande público: um, pela água, contra Alkmin; outro, pelo impeachment, contra Dilma. O dado fora da curva foi esse dos derrotados nas eleições pedirem a intervenção militar. A direita levou às ruas cartazes, terços, imagens de santos conta a "ameaça comunista". Lobão era um dos cidadãos a discursar no palanque. Um dos Bolsonaros - não sei quantos são mas parecem uma multidão - também estava presente. Foi uma espécie de Marcha da Família, embora bem mais raquítica. A coisa toda parecia meio patética, lembrava uma "sessão de descarrego". Uma senhora de tailleur e salto alto chegou a fraquejar de tão emocionada ao pedir que um general a "salve". Outro incentivava a filha a gritar contra os 'comunistas". Um coxinha meio elétrico, cheio de adrenalina, xingava fotógrafos gritando "tudo comunista". À frente da manifestação, um rapaz que olhava em volta o tempo todo, talvez temendo os "comunistas", e parecia um dos líderes, comentou que "esperava mais gente". É que 100 mil pessoas confirmaram presença no Face mas só uns mil compareceram. Talvez uma parte do pessoal pensou em apoiar mas deve ter desistido ao saber que ia ter faixa "fora a corrupção". Mas não deixa de ser um começo, as ruas estão aí para, afinal, os golpistas assumirem que são golpistas e não apenas uma invenção que circula por aí há muito tempo.
O Brasil viverá dias movimentados, com direito a observar certas situações políticas. Um delas: Eduardo Cunha, do PMDB que se opõe a Dilma, desponta, por isso, como novo "herói", com direito a ganhar, como já está acontecendo, espaço não-crítico na mídia. Renan Calheiros e Henrique Alves, pelo mesmo motivo, ganham prestígio. Não chega a ser novidade quando se sabe que o PMDB conservador, que participou de todos os governos após a saída dos militares, incluindo FHC, Lula e Dilma, está lá porque é a grande sustentação da turma do alto da pirâmide, que o considera necessário na defesa das suas posições e no torpedeamento de projetos que não interessam a empresários, ruralistas, bancadas financeiras, religiosas, lobistas e corporativistas. Todos recorrem ao PMDB quando se trata da manutenção do atraso. Os últimos três presidentes abraçaram o mamute. Não por acaso, a oposição junta-se alegremente ao PMDB sempre que precisa derrotar o governo.
Mas o mais significativo da manifestação contra Dilma, ontem, foi mesmo ver os golpistas saindo do armário.
Uma declaração colhida pelos jornais é ilustrativa. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), um dos mais aplaudidos, filho de Jair Bolsonaro (PP-RJ), declarou, segundo o Estadão, "Voto no Marcola, mas não em Dilma". Aí, foi demais, a multidão que já estava embalada pelo "descarrego", ficou "molhadinha".
Cartaz no protesto em SPReprodução |
Cartaz na manifestação, em São Paulo, contra Dilma e a favor de golpe militar. Reprodução |
10 comentários:
São os novos fascistas. Merecem atenção
O texto é bom, humor legal, ironia, mas infelizmente o assunto é sério e assustador. Pessoas com essas ideias ja fizeram o Brasil sangrar. Triste.
Esse país já sangrou muito com o golpe de 64. Não vamos deixar repetir essa tragédia. Toda a eleição foi feita respeitando as normas democráticas e a presidente foi reeleita legitimamente. Vamos respeitar as urnas e a democracia porque é assim que ela funciona.
Mas, no regime democrático o direito de protestar contra o que lhe for contrário é protegido pela Constituição. E esse direito deve ser garantido e protegido seja ele idiota e burro como esse.
Protestos são permitidos pela Constituiç
ão só não me consta que pedir golpe está na Constituição já que ela, a Constituição, é a primeira vítima dos golpes.
O lider do movinento é Lobão, precisa dizer mais? Nem instrução tem, fala decoreba pra dar pinta de intelectual. É a Sarah Palin do Brasil
O que quer dizer esse neologismo: "coxinhas "?
É fácil, J.A, principalmente pra um paulistano como eu, são uma praga individualista, se ligam só nas aparências e nas grifes, são preconceituosos, contra povão que melhora de vida e começa a atrapalhar eles em aeroportos, viagens, escolas, restaurantes, não gostam de ouvir fala em distribuição de renda, já votaram muito no Maluf hoje votam no deoutado paulista filho do Bolsonaro. Basta abrirem a boca que você vai reconhecer.
Esse classe a imbecis querem o quê? Anular o voto popular? Golpistas !!!!!!!
Bem, o Lula foi na casa dele e deu um grande abraço no Maluf. Essa foto foi publicada em todos os jornais do Brasil. Agora fica a pergunta: será que o ex-presidente votou no Mauf?
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