Sergio Mamberti, o Dionísio de Flor do Caribe. Foto: TV Globo/Divulgação |
por Eli Halfoun
A principal função das
novelas é divertir e conquistar audiência e assim faturamento comercial
(audiência e faturamento andam de mãos dadas). Isso não impede que todos os
folhetins tenham quase sempre a preocupação de colocar na trama discussões que
chamem a atenção do público para alguns problemas e movimentos. Nem sempre o
que se propõe é a discussão em torno de fatos atuais. Muitas vezes é preciso
relembrar o passado para que não se permita fazê-lo presente e muito menos
futuro. Embora “Flor do Caribe” seja uma novela “açucarada”, como se costuma
dizer nos bastidores, nem por isso perde a oportunidade de levantar uma
antiga questão que deixou muitas, graves e cruéis marcas e que por isso mesmo
deve ser sempre lembrada como uma espécie de aviso e alerta para o amanhã. A
novela de Walter Negrão revive na memória do telespectador uma das mais vergonhosas
faces da história humana: a do nazismo, discutido na novela através do personagem
Dionísio (Sergio Mamberti) que foi um carrasco nazista e continua tentando se
impor pela força de uma conduta que traçou seu caráter e personalidade.
Aparentemente o nazismo, como o imposto por Hitler e sua gangue, não mais é exercido
daquela forma, mas está presente de outras maneiras violentas e preconceituosas
que pregam a desigualdade e a violência contra alguns setores da sociedade. Ao
discutir o nazismo a novela mostra que qualquer forma de preconceito é
apavorante e desnecessária. “Flor do Caribe” mostra ao seu açucarado público o quanto
é necessário estar alerta para não permitir que esse tipo de violência ainda
tenha vez em um mundo que usa armas químicas para cometer crimes hediondos.
Portanto, é importante estar alerta e reagir até inconscientemente contra qualquer
e mínima atitude preconceituosa que no fundo é sempre uma forma de nazismo. O
mundo precisa - e precisa cada vez mais - caminhar junto. Sempre em nome da paz
e, portanto, do amor. (Eli Halfoun)
Nenhum comentário:
Postar um comentário