por Eli Halfoun
Basta ler os jornais diários
para ter certeza de que esse é um país absurdo e como dizem os humoristas, da
piada pronta. Vamos lá:
1- O deputado (até quando?) Donadon deveria ser tomado como exemplo de moda no Congresso: aquela nem tão
moderna pulseira dupla (uma em cada punho) que ele usou (parecia orgulhoso com
o acessório) quando voltou para exercer a função de presidiário na Papuda, em Brasília,
deveria ser adotada como moda entre os deputados, pois cabe perfeitamente nos
punhos de muitos deles. Essa seria uma boa maneira de, como se faz nas fazendas
(geralmente de propriedade de deputados), marcar o gado para formar uma nova
bancada (com muitos dos mesmos 511 deputados de hoje) no partido da Papuda;
2 – Os americanos produziram
e viram tantos filmes de espionagem que parecem estar cansados da ficção e
decidiram aplicar os ensinamentos dos filmes na vida real. Não foram tão bons
intérpretes assim: ficaram mal com o mundo inteiro. Talvez agora aprendam definitivamente
que cinema é ficção, mas vida real é coisa séria. Talvez devessem espionar-se
uns aos outros para ver que por lá as coisas não andam tão limpas assim. Nem no
cinema;
3 –Juro que não entendo a
atitude de alguns médicos brasileiros nessa questão de trazer para o Brasil
profissionais de outros países dispostos a trabalhar aonde os brasileiros não
querem. O Brasil está recebendo médicos de várias nacionalidades, mas a grita é
somente contra os cubanos. É injusto: Cuba pode ter mil e um defeitos, mas quem
é mais bem informado sabe que em Cuba se pratica uma boa medicina. Com profissionais
competentes. Portanto essa preconceituosa reclamação contra os médicos cubanos
precisa ser tratada com urgência. Com vacinas contra a raiva.
4- É estranhamente engraçado
o comportamento popular em torno das tramas de novelas desenvolvidas em novelas.
Em “Amor à Vida”, por exemplo, o público, que tem dado excelente audiência para
a novela, coloca como principal ponto de discussão a homofobia que César mostra
claramente contra Felix, o filho gay. Parece que o público anda mais preocupado
com a opção sexual do que com o fato de Felix ser um péssimo caráter e de
comportamento de bandido da pior espécie. Esse sim é o problema maior em torno
do personagem, mesmo porque ser gay não chega a ser um problema. É apenas uma
opção sexual. Já a falta de caráter, muito comum na vida real brasileira, é
outra história. Triste história. (Eli Halfoun)
Nenhum comentário:
Postar um comentário