por Eli Halfoun
Se for aprovado pela
Câmara dos Deputados (já foi no Senado) o projeto que limita em quatro anos (sem
reeleição) a permanência de dirigentes em entidades de futebol pode ser o
início de uma partida que colocará vários dirigentes que nada dirigem para
córner. O futebol brasileiro precisa mesmo de uma renovação que só é possível
com a mudança de mentalidade e esse tipo de mudança só se consegue mudando as
pessoas que estão no comando. Um dirigente que permanece mais de quatro anos
na, por exemplo, presidência da CBF acaba reunindo possibilidades e assessores
que lhe permitam fazer o futebol um grande negócio para eles mesmo e não para o
esporte. O projeto pode ser também o tiro de meta para que modificações sejam
feitas nos clubes. Clubes de futebol são empresas privadas e, portanto, ninguém
de fora pode interferir no comando, mas se os próprios clubes não permitirem em
seus estatutos que um presidente se perpetue no cargo com seu timinho de
assessores não há a menor dúvida de que o futebol sairá ganhando em termos de
gestão, principalmente se ao final de cada mandato o clube for obrigado
(obrigado mesmo) a colocar em dia suas dívidas fiscais. Os clubes devem os olhos
da cara ao INSS e ao Imposto de Renda e continuam fazendo uma espécie de linha
de passe com as dívidas e as vantagens que nenhum outro tipo de empresa
consegue com tanta facilidade. O que encarece o futebol para os clubes não são
os salários (aliás, sempre em atraso) dos jogadores, mas sim investimentos mal
feitos e geralmente superfaturados que obrigam a rolar as dívidas que assim
encarecem e rolam (e enrolam) cada vez mais. Futebol bem jogado não é só aquele
que se joga em campo. Também é o que deve ser joga na administração de um
clube. Clubes e entidades de futebol não podem continuar fazendo gols contra -
contra os próprios clubes e contra o futebol brasileiro de uma maneira geral. (Eli Halfoun)
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