quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Futebol não pode mais ser cabide de emprego para cartolas

por Eli Halfoun
Se for aprovado pela Câmara dos Deputados (já foi no Senado) o projeto que limita em quatro anos (sem reeleição) a permanência de dirigentes em entidades de futebol pode ser o início de uma partida que colocará vários dirigentes que nada dirigem para córner. O futebol brasileiro precisa mesmo de uma renovação que só é possível com a mudança de mentalidade e esse tipo de mudança só se consegue mudando as pessoas que estão no comando. Um dirigente que permanece mais de quatro anos na, por exemplo, presidência da CBF acaba reunindo possibilidades e assessores que lhe permitam fazer o futebol um grande negócio para eles mesmo e não para o esporte. O projeto pode ser também o tiro de meta para que modificações sejam feitas nos clubes. Clubes de futebol são empresas privadas e, portanto, ninguém de fora pode interferir no comando, mas se os próprios clubes não permitirem em seus estatutos que um presidente se perpetue no cargo com seu timinho de assessores não há a menor dúvida de que o futebol sairá ganhando em termos de gestão, principalmente se ao final de cada mandato o clube for obrigado (obrigado mesmo) a colocar em dia suas dívidas fiscais. Os clubes devem os olhos da cara ao INSS e ao Imposto de Renda e continuam fazendo uma espécie de linha de passe com as dívidas e as vantagens que nenhum outro tipo de empresa consegue com tanta facilidade. O que encarece o futebol para os clubes não são os salários (aliás, sempre em atraso) dos jogadores, mas sim investimentos mal feitos e geralmente superfaturados que obrigam a rolar as dívidas que assim encarecem e rolam (e enrolam) cada vez mais. Futebol bem jogado não é só aquele que se joga em campo. Também é o que deve ser joga na administração de um clube. Clubes e entidades de futebol não podem continuar fazendo gols contra - contra os próprios clubes e contra o futebol brasileiro de uma maneira geral. (Eli Halfoun)

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