sábado, 7 de setembro de 2013

Psiquiatras reclamam do tratamento dado a Paloma em “Amor à Vida”

por Eli Halfoun
Para a maioria dos telespectadores deve ser extremamente incomodo assistir as cenas em que a personagem Paloma é tratada (praticamente torturada) com eletrochoque em uma clínica psiquiátrica. Não é só a violência do tratamento que deve incomodar o público: o incomodo maior é o da injustiça praticada contra uma pessoa inocente – injustiça que, aliás, é comum na vida real que muitas vezes parece ficção. O tratamento psiquiátrico ao qual Paloma é submetida merece restrições da Associação Brasileira de Psiquiatria que enviou uma nota de esclarecimento para a Globo. No documento a ABP reclama o que segundo nota publicada no jornal Folha de São Paulo “da forma como a novela está retratando o tratamento psiquiátrico da protagonista Paloma (Paola Oliveira)”. Segundo a ABP a condução do tratamento psiquiátrico dado à personagem não corresponde à realidade. A nota chama atenção para a terapia de eletrochoque e diz que é um procedimento que embora seguro, eficaz e indolor “só tem indicação para pacientes que não tiveram resultados satisfatórios com medicação”.

Para a ABP o perigo maior “é que a psiquiatria da novela deu um diagnóstico baseado em achismo e pode reforçar a psicofobia da sociedade, já que é descrita como um preconceito contra portadores de transtornos e deficiências mentais”. Parece que faltou consultoria adequada para a criação e desenvolvimento das cenas e a ABP se dispõe a prestar esse tipo de consultoria “para que não venha a ferir o ofício do médico psiquiatra nem desrespeitar os 46 milhões de pacientes psiquiátricos do Brasil”, o que não é o caso da personagem Paloma que é apenas vítima de injustiça – injustiças não faltam em todos os aspectos da vida real e é com elas que se faz necessário e urgente acabar. Em tudo e para todos. No caso da novela o incomodo pode ser combatido simplesmente mudando de canal. É o que tenho feito quando são exibidas as cenas da tortura e da injustiça cometida com Paloma. Injustiça não dá mais para agüentar nem na ficção. (Eli Halfoun) 

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