sábado, 27 de novembro de 2010

Invasão ou rendição?

por Gonça
Em nota divulgada agora há pouco o governador Sérgio Cabral reafirma seu compromisso de prosseguir com a atual política de segurança do Rio de Janeiro e combater o poder paralelo que se instalou na cidade.
Cabral destacou a parceria do Rio com o governo federal, o presidente Lula e a presidente eleita Dilma Roussef. Leia a nota:
"As operações em curso no Rio de Janeiro, desenvolvidas por nossos policiais, pela Polícia Federal e pelas tropas militares, são essenciais para garantir o ir e vir das pessoas. É um direito básico, que é o nosso dever. O momento é de retomada de territórios, de afirmação da ordem e do Estado de Direito Democrático.
As equipes de Segurança vêm informando e esclarecendo à população sobre os acontecimentos, inclusive sobre o anúncio (hj, 27/11) de um ponto de rendição aos bandidos. O conjunto de ações no combate à criminalidade está recebendo o apoio da sociedade civil, o que nos estimula e reforça o fato de que estamos no caminho certo. Estamos todos unidos. Todos com o mesmo propósito: seguir em frente sem qualquer recuo na busca da libertação das pessoas do poder de bandidos nas comunidades.
A referência e o poder nas comunidades - e em toda a sociedade - deve ser a do Poder Público, com pacificação e ações sociais em seguida. Isso já ocorre em várias comunidades, a partir das Unidades de Polícia Pacificadoras, as UPPs, contra as quais a bandidagem agora reage, porque as UPPs lhes tomaram os territórios.
A parceria do Governo do Rio com o Governo federal, em contatos diretos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente eleita, Dilma Rousseff, e ministros de Estado beneficia diretamente à nossa sociedade. A população deseja e vai se libertar, porque não vamos recuar na nossa política de Segurança.
A população está confiante. Os nossos policiais estão orgulhosos por esse apoio. É o meu compromisso, reafirmo, pacificar todas as comunidades onde houver o domínio do poder paralelo." (Sérgio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro)
O trecho em que o governador afirma que "a referência e o poder nas comunidades e em toda a sociedade deve ser a do Poder Público, com pacificação e ações sociais em seguida" merece crédito. Cabral se refere ao programa de UPPs, a primeira estratégia de governo que tem resultados a apresentar na luta com o domínio cruel que os traficantes exercem sobre as comunidades. É possível que esse trecho da nota também carregue um alerta à "comissão" formada, entre outros, por um pastor e um dos dirigentes da ong Afroreggae (que faz, por sinal, um belo trabalho social), que foi conversar com os traficantes e propor uma rendição ao bando. A própria polícia, como diz a nota, fez esse apelo aos bandidos, indicando-lhes, inclusive, o local onde deveriam se apresentar. Há cerca de meia hora, alguns traficantes se entregaram. Um dos membros da "comissão" comentou, ao voltar do encontro, que subiu lá por ser "neutro" e, assim, tentar evitar um derramamento de sangue. A tentativa foi válida e merece elogios. Mas, como assim, "neutro", se as comunidades, as maiores interessadas, querem se livrar desses bandos opressores?  É possível ser "neutro" em um FlaxFlu se você é Vasco, mas nesse jogo sujo aí não dá.

Um comentário:

debarros disse...

O momento é de decidir essa parada de uma vez por todas. Ou o Estado de reafirma como poder público ou se desmoraliza de vez procurando dialogar com os narcotrafcantes,que mataram o Tim Lopes a golpes de "Katana". Esses bandidos não tem sentimentos, eles vão entender que o diálogo é uma demonstração de fraqueza. O ganha-pão deles é o tráfico de drogas, é o roubo, é o assalto de pessoas nas ruas e em casas, é o asassinato gratuito e covarde, por que contemporizar? Nas décadas de 40 e 50 esses Elias Malucos, Fernandinhos Beira-Mar e outros que tais já teriam desaparecidos do mapa.
Traficantes e bandidos não tem direitos.
Se é uma guerra vamos pra ela com determinação pra vencer. Algumas pessoas vão morrer? Vão. Mas esse é preço que a sociedade brasileira vai ter de pagar para gozar de um futuro mais tranquilo, sem medo, apavorada ao sair de casa. É preciso com coragem e determinação dar um BASTA a esse império do mal regido por traficante e bandidos que tomaram de assalto a sociedade e roubaram a nossa tranquiidade de viver em paz.