segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aeroportos: o outro lado

por JJcomunic
Faltam investimentos nos aeroportos do Brasil, que estão sobrecarregados com o surpreendente aumento de tráfego? Claro, isso é visível. Milhões de brasileiros ascenderam de classe e fizeram seus merecidos check-in. Com a persistente queda do desemprego e com os aumentos reais de salários - uma das conquistas da Era Lula que até a oposição reconhece (hoje, no Globo, até o colunista Noblat, a pretexto de criticar a influência de Lula na formação do governo Dilma, refere-se aos "resultados positivos" da gestão do operário) -, ganharam o direito de trocar o ônibus pelo avião e viraram turistas pela primeira vez na vida. Os aeroportos não estão preparados para atendê-los e, muito menos, as campanhias aéreas se organizaram para isso.
A mídia está em lobby pela privatização dos terminais. Isso explica porque noticiam amplamente quando o "caos" é estatal e o minimizam quando o tumulto é privado. Querem exemplos? Em fins de setembro, o aeroporto dos Confins foi fechado por pouco mais de uma hora em função do mau tempo. Isso foi o suficiente para uma companhia, a Web Jet, cancelar vôos e fundir outros. Supostamente, faltaram aviões e tripulação. Naquele dia, outras companhias normalizaram imediatamente suas rotas. Ou seja, o problema era da Web Jet, que por falta de aviões ou de tripulações transformou vôos que deveriam durar menos de três horas em uma peregrinação de 12 horas pelo país até levar o passageiro ao seu destino. Ontem, também coincidentemente em fim de mês, a Tam cancelou vôos e levou o "caos" a Congonhas. Tudo normal nas outras companhias. O problema seria outro, que a mídia nem badalou. As tripulações têm um número de horas regulamentares a cumprir durante o mês. E tendem a estourar esses limites. Aproximando-se o fim do mês, a fiscalização aperta o cerco e pilotos e comissários que estão no limite da lei são obrigados a ficar em terra. O passageiro paga o pato. Ou melhor, o passageiro é o pato. Alguém critica as companhias aéreas? Claro que não: vão dizer que culpa é do mercado que está "aquecido". Ou da falta de aviões e pilotos, cuja formação leva tempo. Ué! Contratem pilotos lá fora (a China faz isso, há brasileiros trabalhando lá). Façam leasing de aviões. Abram o mercado interno para companhias aéreas estrangeiras que queiram trabalhar aqui.
Ou globalização no dos outros é refresco?

2 comentários:

debarros disse...

Na sua opinião a estatização de todo complexo aéreo seria a solução para o tráfego de aeronaves no país. Por que nào tentar? O governo do tão elogiado operário teve todas as condições para tornar estatais todas essas companhias, que vem criando todo esse caos aéreo no Brasil. e não fez. Por que? Aliás, ele teve todas as condições para estatizar todo o país. Até o pipoqueiro, com sua barraca de venda na esquina da rua São José com a Avenida Rio Branco. Não estatizou por que?
Essa é uma pergunta que vai ficar sem resposta por muito tempo. NÉ?

Gonça disse...

Nem privatizou a troco de moeda podre nem estatizou. Foi o governo do equilíbrio. O que Lula deveria ter proposto ao Congresso era acabar com essas agências neo-liberais e retornar para o Estado o poder de fiscalizar e fazer cumprir a lei. Até acho que aeroportos devem ser privados. E não há obstáculo a isso. Cabo Frio, por exemplo, tem aeroporto privado construido e mantido por um grupo privado. Qualquer empresário pode construir um novo aeroporto em SP, por exemplo. Alguém vai se interessar? Claro que não. Querem apenas pegar o qu está pronto, descolar umas concessões baratinhas pagando em módicas prestações a perder de vista. Gostam de uma moleza que não está no gibi.