sábado, 27 de novembro de 2010

Edney Silvestre: da Manchete ao Prêmio Jabuti

Globo, Segundo Caderno.
A capa do Prêmio Jabuti de Melhor Romance
O trecho em que Edney revela sua passagem pela Manchete.
por José Esmeraldo Gonçalves
Vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance com o livro "Se eu fechar os olhos agora", o jornalista Edney Silvestre conta ao Globo (Segundo Caderno), hoje, em excelente matéria de Karla Monteiro, que há mais de 14 anos dormia e acordava com a trama do livro na cabeça: um cadáver de mulher encontrado no meio do mato por adolescentes numa cidade do interior do Rio. Segundo o autor, foram seis anos escrevendo o romance que tem como cenário o Brasil dos anos 60. Essa também foi a década em que Edney, que nasceu em Valença, chegou ao Rio para estudar. Sem dinheiro para frequentar a noite carioca - como o texto do Globo revela - ele ia ao cinema. Acabou aprendendo inglês com os filmes e passou a traduzir livrinhos de faroeste. Curiosamente, foi este o caminho que o levou à Manchete. Edney fazia História, mas trancou a matrícula na faculdade por falta de dinheiro. Arranjou um emprego de datilógrafo na Bloch. Como dominava o inglês foi parar na Manchete Press, a agência de notícias da editora, onde fazia a versão das matérias publicadas nas revistas e traduzia para português o material jornalístico que vinha do exterior. Em pouco tempo, passou a fazer reportagens para a Fatos & Fotos e, depois, para a Manchete. Ainda passou pelo O Cruzeiro, trabalhou em propaganda e no jornal O Globo, antes de ir para a TV Globo e ser escalado para o posto de correspondente em Nova York. Edney escreveu outros dois livros: "Dias de Cachorro Louco", uma seleção de crônicas, e "Contestadores", com entrevistas que fez ao longo da carreira. É mais um escritor entre tantos que passaram pelas redações do Russell.

Um comentário:

debarros disse...

Parece que nessa premiação do Jabuti começou uma briga de cachorro grande. Não entendi muito bem o que ocorreu nessa premiação. Parece que quem teria ganho ou deveria ganhar o Jabuti, seria o Edney Silvestre, mas quem levou no final foi o Buarque de Hollanda. Vamos esperar pra ver como é que fica esse imbroglio.