domingo, 14 de novembro de 2010

Teatros não são para demolição, mas para construir cultura

por Eli Halfoun
São muitos os teatros e cinema que foram transformados em lojas, mercados, comitês eleitorais ou templos de igrejas evangélicas, mas essa festa vai acabar: quem quiser demolir um teatro (como aconteceu com o Glória e o Galeria) terá de se comprometer a construir um novo teatro, que mais do que um local de diversão é um símbolo da cultura. Em seu blog, Arthur Xexeo informa que a Câmara dos Vereadores do Rio tem projeto para colocar um ponto final na derrubada de teatros. O projeto de lei diz entre outras coisas que será “vedada a transformação de uso de salas de espetáculos teatrais para quaisquer outras atividades, salvo se o interessado comprovar a abertura de outra sala com a mesma capacidade de público da que pleiteia a alteração”. Sabemos que as leis não são rigorosamente cumpridas por aqui e que existe sempre um jeitinho de escapar do que elas, as leis, realmente determinam. De qualquer maneira a lei proposta pelo vereador Carlos Caiado abre a possibilidade de evitar mais especulações imobiliárias e tirar do público importantes casas de espetáculos, como se tem feito impunemente nos últimos anos, especialmente para a abertura de templos religiosos. Nesse aspecto, a cultura deve continuar sendo um religião.Com muita fé.

Um comentário:

debarros disse...

Meu caro Eli, isso é a cara do Brasil. O brasieiro não respeita suas tradições. A casa do Padre Anchieta na cidade de Anchieta, no Espirito Santo, já foi até cadeia e o quarto onde morreu, tem piso de cimento vermelho, sem falar nas paredes de cimento.
Se não me ngano o Teatro Recreio, na Praça Tiradentes acabou e ficou tudo por isso mesmo.
Na cinelândia, alguns cinemas viraram templos evangélicos. Prédios antigos, que conservavam a sua arquitetura do século XIX, foram transformados para uma arquitetura modernosa. E por aí vai,. Um povo que não preserva a sua cultura, as suas tradições é merecedor de ser governado por analfabetos e ignorantes.