por Gonça
Há dois temas no ar, pedindo para serem estudados por especialistas estudantes de Comunicação. Com isenção, de preferência. São eles: a partidarização da velha mídia nas últimas eleições e o desempenho e influência crescentes da internet na corrida eleitoral. Os marqueteiros - que têm sido apontados pelo baixo nível da campanha - correram para tentar usar a rede social mas, aparentemente, sem régua nem compasso, sem mouse nem pendrive. Coube ao verdadeiro dono da rede - o público - difundir opiniões, debater e influenciar eleitores. Houve baixo nível na conversa digital? Sim. Como houve baixíssimo nível na cobertura da mídia tradicional. Esta, aparentemente, limitou-se a temas que, supostamente, na opinião dos seus proprietários, causariam danos na campanha candidata de Lula. Não é exagero constatar que os rumos do Brasil foram muito mais discutidos no meio digital do que no papel.
A cada dia, milhares de brasileiros se conectam à rede. Uma progressão geométrica irresistível que será força e voz a atuar ainda mais nas próximas eleições. Para a democracia, nada melhor. Atribui-se às redes sociais, por exemplo, a escalada de Marina Silva e, na reta final para o segundo turno, a sustentação de Dilma frente à ofensiva midiática de Serra. Em recente reunião em São Paulo, estrategistas da campanha avaliaram que a operação tucana junto à velha mídia, até por encontrar boa receptividade, foi eficiente. Mas tanto o comando da campanha como a própria velha mídia subestimaram o poder da rede social. A mídia tradicional acusou o golpe e ensaiou uma reação ao tentar generalizar e colar em toda e qualquer manifestação política que circulou na internet o rótulo de caluniosa e irresponsável. Serra chegou a se referir aos "blogs do mal" e a imprensa fez coro. Não funcionou. Quem navega na rede aprende a diferenciar as fontes. E "correntes" de emails ofensivos que atingiram Dilma e Serra não traduzem o conteúdo principal das redes sociais. Aliás, muitos "fatos" absurdos difundindos nessas "correntes" nasceram em comitês de campanha. Os próprios internautas, em "contra-correntes", se encarregaram de desmolarizar esse recurso.
Resumindo: as redes sociais foram um poderoso instrumento para a liberdade de expressão diante do "pensamento em bloco" difundido pela mídia comercial.
Sai da frente, amigo, que a banda é larga e a sociedade ganhou um canal para se expressar.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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Um comentário:
Na verdade, entendo que a ''midia não teve muito culpa da derrota do candidato da oposição. Esse candidato teve de lutar contra duas forças: a primeira foi ele mesmo, que não teve carisma e pior, incompetência dele e do seu partido que não soubertam conduzir a campanha. E em segundo estava lutando, não contra a candidata, mas contra o governo que usou de todos seus recursos – inerentes ao governo – para eleger a sua candidata. Ninguem consegue derrotar um governo quando ele se recusa a ser derrotado e quer eleger um candidato seu.
O governo venceu as eleições e elegeu o seu candidato. Isso é um fato real.
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