Por Eli Halfoun
Costuma-se dizer que o Brasil é o país da piada pronta e a cada dia essas pessoas que acham que mandam muito mas não mandam nada se encarregam de confirmar isso. Agora é a vez de José Mariano Beltrame, o secretário estadual de Segurança Pública, que já vem tentando fazer graça há muito tempo, aumentar o seu rol de piadas sem graça. Não é que ele teve a cara de pau, em meio aos tiroteios e assaltos que apavoram a cidade, de dizer na Câmara dos Deputados, em Brasília (onde devia comparecer para dar voz de prisão a muita gente) que “o Rio não é violento”. Vai ver o nosso secretário de (in) segurança mora em outro estado ou país. Para justificar tão absurda comparação José Mariano apresentou índices de criminalidade em algumas áreas da cidade que podem ser comparados aos de países europeus. Primeiro estamos (nós, todos os cariocas) loucos para descobrir que áreas são essas que a gente procura, procura, procura... e não acha. Segundo: índices europeus (de violência ou qualquer outra coisa) nada têm a ver com a realidade brasileira seja no que diz respeito ao comportamento da população, aos salários e principalmente a qualidade de vida, especialmente no que diz respeito ao trabalho de segurança pública. Beltrame, que tem tudo para acabar no elenco do humorístico “Zorra Total”, disse ainda que a questão da criminalidade no Rio está restrita a determinadas regiões onde “existem núcleos de violência”. Pelo que se vê e lê o Rio é um núcleo só. De violência, é claro.
Como a preocupação com a Olimpíada já virou (como era de se esperar) desculpa pra tudo o secretário estadual de Segurança Pública não ficou fora dessa e mandou ver dizendo que está preocupado em melhorar os índices de segurança para a Olimpíada 2016. Quer dizer que a segurança pode melhorar e se pode, por que e para que esperar até 2016 deixando até lá o povo no meio desse cada dia mais cruel fogo cruzado de algumas (vai ver ele quis dizer todas) as áreas. E depois de 2016 como é que fica? Sem mídia, que será grande durante a Olimpíada, a tendência é o Estado ficar entregue as baratas e aos ratos, o que, pensando bem, já está. Aliás, a manchete do jornal Povo resumiu bem o que o carioca certamente pensa das declarações do Secretário de Segurança: “Ele só pode estar de sacanagem”. Tá mesmo.
Um comentário:
Andasse eu de carro blindado, cercada de seguranças e com batedores a abrir o caminho, também acharia o Rio uma cidade sem violência e trânsito caótico.
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