Por Eli Halfoun
Que venham os turistas estrangeiros com seus euros (nesse momento nós e o mundo estamos dispensando dólares) atraídos por nossas imbatíveis belezas naturais e por outras ofertas nada recomendáveis. Embora os gringos sejam importantes turisticamente não se pode esquecer o chamado turismo interno que também é uma alta fonte de renda. O turismo interno, ou melhor, os brasileiros descobrindo, enfim, o Brasil e percebendo que a sempre tão sonhada Miami é uma fria. Parece que pelo menos turisticamente o Brasil está finalmente ficando nas mãos dos brasileiros que proporcionaram um aumento de 83% em número de viagens turísticas em relação ao total registrado entre 2005 e 2007. Recente estudo mostra que esse crescimento ocorreu pela maior participação das classes C e D no consumo. Não é quem ganha altos salário (alto salário nesse país de mínimo salário mínimo é quase ficção) o viajante mais comum: pesquisa do Instituto Vox Populi ( realizada entre 17 de junho e 17 de julho desse ano) revela que nos dois últimos ano 35,5% das pessoas que viajaram ganham até cinco salários mínimos e 61%estão ente os que recebem até dez mínimos Entre os felizardos que ganham mais do que dez mínimos os turistas representam 39%. A maioria (63,2%) prefere pagar a viagens à vista, mas 36,8% na dispensam as suaves ( nem sempre tão suaves assim) prestações e 64% preferem “turistar” em cidades de praia, principalmente da Região Nordeste. Nenhuma novidade na confirmação de que a festiva Bahia é o destino preferido de 11,6% dos entrevistados. Afinal, o brasileiro gosta é de festa e o Brasil é, em todos os sentidos, uma festa. Para o Ministério do Turismo o aumento do turismo interno reflete o maior crescimento da economia, sobretudo em 2007, e melhoria no mercado de trabalho. Um dado que a pesquisa não revela, mas que está na cara é o de que tem muita gente viajando apenas em busca de paz e aí a solução é fugir da violência implantada (parece que definitivamente) nos grandes centros urbanos. Nossos turistas preferem (41,8%) viajar de carro, o que confirma a necessidade de maior fiscalização nas estradas, inclusive da lei seca, sempre muito criticada, mas sem dúvida eficiente. Boa parte (33.5%) dos turistas prefere o avião, o que não deixa de ser um bom programa para quem gosta de sofrer nos nossos nada confortáveis aeroportos. Há (23,8%) ainda preferem os ônibus.
Os dados não deixam de ser um alerta para a necessidade de incentivar cada vez mais o turismo interno. Só assim os brasileiros poderão descobrir o Brasil. É verdade que apenas um Brasil de cartão postal e não o Brasil pé no chão, escravizado pela falta de condições sociais, sofrido, massacrado e esquecido. É esse Brasil que, com ou sem turismo, precisa ser lembrado e descoberto. Principalmente por aqueles que o governam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário