E por falar em saudade... esta postagem é dedicada aos fotógrafos, grandes profissionais de várias gerações que passaram pela Manchete e produziram os milhões de negativos e cromos que compõem o fabuloso Arquivo Fotográfico da Bloch Editores a ser leiloado no dia 22 de setembro. O produto do leilão será destinado às indenizações trabalhistas de 3 mil ex-funcionários da extinta editora que lutam há nove anos para receber o que lhes é devido. Entre estes profissionais, há muitos fotógrafos que certamente identificarão as imagens deste post. São do prédio do Russell, mais precisamente do térreo, nos fundos, onde ficava o Departamento Fotográfico da Bloch. Até o ano passado, quando foram feitas estas fotos (que foram encaminhadas por um colaborador do paniscumovum) , o Departamento, o Laboratório e o Estúdio estavam assim... como se tivessem sido abandonados às pressas. E, de fato, foi isso mesmo. Quando em agosto de 2000, foi decretada a falência da empresa, oficiais de justiça chegaram à Bloch com ordens de lacrar o prédio imediatamente. Os funcionários mal tiveram tempo para recolher seus objetos pessoais e deixaram o local como se escapassem de um navio à deriva, como revela o livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Desiderata). Há bolsas de fotógrafos largadas, ordens de serviço e de "cargas" de filmes, armários com pastas de dente, desodorante, uma dessas garrafas de bebida, de bolso, certamente para as noites frias e tensas naquelas últimas semanas nos porões do Russell... De cima para baixo: o estúdio, o fundo infinito do estúdio onde grandes estrelas posaram para as capas da Manchete, Desfile, EleEla, Amiga, Fatos&Fotos, Carinho, Mulher de Hoje e outras publicações, caixas de filmes que não chegaram a ser utilizados, adesivos dos crachás colados nos armários dos fotógrafos, equipamentos do laboratório de revelação e mesas da chefia do setor e dos demais fotógrafos. Era uma vez a Manchete...
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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2 comentários:
A gente que trabalhou na Manchete olha esses trapos que restaram não acredita que essa falência aconteceu. Era uma Empresa em que tudo funcionava. Parecia um relógio suiço. Tudo sempre bem arrumado, llimpo. Os Blochs, sempre girando pelos corredores vigiando, olhando, cobrando. perguntando. demitindo enfim, era uma fábrica à todo vapor. Sempre acontecendo alguma coisa. As redações dedilhando os seus teclados alliimentando as impressoras que, em Lucas, rodavam dia e noite. Tudo era efervescente. A fábrica de fazer revistas não parava. Ouvia-se no Russel o estrondar do trabalho: dia e nite, noite e dia. Hoje, vendo-se essas fotos ouve-se o estrondar do silêncio.
" Descanse em paz".
fui aluno do Curso Bloch e visitei esse estúdio nos áureos tempos. Como pode tudo isso acabar assim???
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