quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Jornalismo?

Qual a diferença entre os plebiscitos que o Chávez, da Venezuela, promove para se eternizar no poder e o mesmo "golpe" legislativo do Uribe, da Colômbia, para a sua segunda, eu disse segunda, reeleição? Quase nada, a não ser a cobertura "isenta" da imprensa brasileira. Ontem, Uribe forçou a aprovação de um projeto de lei que permite que concorra ao terceiro mandato. Leu isso com destaque nos jornais de hoje? Não. Sabe-se que o Chávez é um fanfarrão, já deu um golpe armado na Venezuela, foi vítima de outro, incomoda poderosos mas não resolveu os problemas sociais do país, assim como seu antecessores milionários jamais se preocuparam com a grande desigualdade de renda e a pobreza em um nação abastecida por petrodólares. O problema é que a imprensa brasileira, por motivos óbvios e coerência ideológica, apoia a oposição na Venezuela e é situação na Colômbia. Se fosse o Chávez (ou o Rafael Correa, do Equador), a segunda reeleição seria capa dos jornais hoje, que já estariam pedindo o desembarque dos "marines" em Caracas. Mas o golpe autoritário foi do Uribe.... disfarça jornalista!!!
Curioso é que instituir a reeleição nos países sul-americanos foi uma manobra recomendada pelo famoso Consenso de Washington. Em curto espaço de tempo, Brasil, Argentina, Colômbia, Peru etc, adotaram o sistema. A idéia, em época de neo-liberalismo, era dar uma conveniente "estabilidade" ao continente. No Brasil, a aprovação da reeleição foi motivo de compra de votos, doações de canais de tv e rádio a políticos, pra variar com os responsáveis pela maracutaia jamais punidos. Tudo tranquilo. Mas o feitiço se voltou... O que não estava previsto era o aparecimento dos Evo Morales, Chávez, Rafael Correa... que agora também se acham no direito de renovar seus mandatos. Em tempo: entre tantas coisas a reformar na política, o Brasil deveria acabar com reeleição em todos os níveis. Isso afastaria os políticos profissionais. Em um mundo informatizado onde a troca de informação e dados é cada vez mais acelerada, quatro anos de mandato valem por dez, não cabe mais o argumento de que é pouco tempo. Depois, governadores, presidentes, prefeitos, deputados, vereadores e senadores devem pegar seus respectivos bonés e ir para casa. Quem sabe, sem a chance de fazer da política um meio de vida os picaretas vão encher o saco em outras freguesias.

Um comentário:

deBarros disse...

Bem gente, não adianta se enganar mais. A América Latina foi, é e sempre será liderada por caudilhos, ditadores, generais que conseguem se eleger ou tomar na marra o poder nos paises que formam esse infeliz continente. Do Chile a última Guiana só aparecem picaretas, aventureiros que se dizendo protetores do povo e em nome dele se enriquecem, dilapidando as suas riquezas comerciais, minerais, industriais, quando não desapropriam terras e bens de civis deixando-os na maior pobreza. Não vamos citar nomes porque sabemos muito bem quem são, o que são e o que na verdade querem fazer. A grande solução é a Educação, a alfabetização desses milhões e miilhões de analfabetos infelizes que habitam estas miserável América Latina.