quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Microfone: o vilão ataca


Em setembro de 1994, o então ministro da Fazenda Rubens Ricúpero conversava com o repórter Carlos Monforte, no estúdio da Globo em Brasília, pouco antes da gravação de uma entrevista. O tema do bate-papo informal era o IPC, o índice de preços ao consumidor, de agosto, publicado pelo IBGE. Ricúpero considerava alto o número apontado pelos pesquisadores. O então ministro não sabia mas o microfone estava ligado e captou o diálogo. Estimulado pelo repórter a revelar as previsões do IPC de setembro, ele diz que deveria conversar antes com os economistas da Fazenda: "Senão eles me matam. Vão dizer: 'Pô, você proibiu da vez anterior quando (o índice) era ruim, agora que é bom...' No fundo é isso mesmo. Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura, o que é ruim, esconde". No último domingo, dia 13, foi a vez de Barack Obama cair na mesma armadilha. No momento em que aguardava entrar no ar para uma entrevista, o presidente americano assistia nos bastidores da CNBC a transmissão de uma premiação da MTV americana.Na tela, viu o rapper Kanye West invadir o palco grosseiramente e interromper a cantora Taylor Swift, que agradecia o troféu de Melhor Clipe, para dizer que a vencedora deveria ter sido a Beyoncé. O microfone captou a reação de Obama: "Jackass (babaca). Por que ele fez aquilo?". Kanye West foi vaiado, depois pediu desculpas e revelou que bebera uma garrafa de conhaque antes do prêmio e o "jackass" presidencial corre o mundo. Diferença entre Ricupero e Obama? O moreno está cheio de razão, embora esteja recebendo críticas pelo episódio.

Um comentário:

deBarros disse...

O comentário do Ricúpero no audio aberto da entrevista, ouvido pelo Brasil inteiro, custou-lhe a cabeça. Se não me engano, logo depois da gafe, foi demitido pelo então presidente Itamar Franco.
Dizem que história não se repete mas, parece que se repetiu com Barack Obama, gritando a palavra "jackass", com o microfone aberto, sendo o palavrão ouvido pelo mundo inteiro. A história se repetiu até aí. Barack Obama não sofreu "inpeacheamente" do cargo que ocupa e nem será.
Com se pode ver, a importância de cargo que se ocupa é fundamental para sorerviver nos cargos públicos.