Infelizmente, "Não há bem que sempre dure..." diz o ditado popular e o JB sufocado pelos altos juros da economia brasileira teve que fechar as portas do seu prédio na Avenida Brasil e tentar voltar ao mercado editorial instalando na Avenida Rio Branco a sua redação.
Tentou se renovar e mais uma vez voltou a mexer com o mercado jornalístico repaginando o jornal em um novo formato menor, mais compactado com um novo visual. Essa solução foi mais uma vez a sua grande tirada, tanto assim, que logo depois outros concorrentes procuraram seguir esa nova linha, como O Dia.
A repaginação do Dia, no meu entender, foi mais feliz do que a do JB. O Dia optou por uma llinha de textos mais concisos e naturalmente mais curtos oferecendo uma leitura mais rápida e ocupando menos espaços nas páginas podendo assim usar no texto um corpo maior facilitando a sua leitura. O JB continuou com as suas grandes reportagens obrigando a paginação usar nos textos corpos bem menores, criando com isso alguma dificuldade na sua leitura. Ora, os jovens, pelas estatísticas, não são os grandes leitores de jornais, os adultos e os mais idosos é que leem jornais. Se esses leitores encontrarem dificuldade em ler jornais, ele vai procurar um que possa ler sem problemas.
É claro, que não seria isso que iria tirar o JB das bancas de jornais, mas eu, como não conseguia ler o JB, devido ao tamanho do corpo dos seus textos deixei de ler as sua páginas. Gostava de ler as cronicas do Fausto Wolf .
O Fausto Wolf foi embora e o JB, pelo que dizem, também está indo embora.
Inverno de 2009
deBarros
3 comentários:
Há países, como a Argentina, que têm tradição no formato tabloide ou berliner, como chamam. O leitor já está acostumado e são publicaçoes com muito texto. Aqui, com exceçaõ de Porto Alegre, onde o tabloide é assimilado, esse formato parece associado a jornais populares. Nos dois, O dia e o JB, a sensação após a mudança foi de perda de espaço e conteúdo. Textos curtos, leves. É boa análise do debarros, um conhecedor do assunto. Com a concorrência de sites de notícias e blogs, que usam essa linguagem da internet, também de texto curtos e rápidos, me pergunto se o caminho dos jornais não seria o inverso: oferecer ao seus leitores o que a internet não comporta, reportagems mais aprofundadas, análises, entrevistas extensas. Notícias curtas, a internet, a Tv aberta e a caba, a mídia em celular etc dão com muito mais velocidade. Não sei o rumo que os jornais trerão que tomar mas isso caro debarros.
Fui leitor do JB. Digo fui porque há muito não o compro mais. Não tenho opinião técnica sobre o assunto, apenas senti falta de muitas coisas no jornal, bons colunistas, boas reportagens,não sei bem, me desinteressei. Foi uma pena. O JB tinha uma certa classe e charme, um jeito espirituoso de noticiar o cotidiano ou coisas da cultura,que não encontro em outros jornais.
O gonça fez uma observação, que na minha opinião, deveria ser pensada pelos editores. Ora, a mídia impressa está ameaçada seriamente de ser sufocada pela Mídia eletrônica, a Televisão. Essa guerra é pra valer. Tá na hora dos jornais pensarem numa nova solução gráfica, que venha sensibilizar seus leitores e ganhar novos. A idéia de reportagens mais aprofundadas, análises, entrevistas mais completas com aproveitamento das fotos mas sem exagerar. O texto é que será o foco. Porque não começar a pensar e tentar um "jornal piloto"?
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