Este blog já elogiou o técnico Dunga, que é, ou era, muito criticado pela mídia menos pelo seu trabalho e mais pela característica pessoal de não abaixar a cabeça para jornalistas. Ontem mesmo, durante a coletiva logo após a vitória de 3x1 sobre a Argentina, lá dentro em Rosário, o treinador irritou-se, com razão, com a pergunta de um repórter sobre as falhas da defesa argentina ao não deter o "jogo aéreo" brasileiro. Antes de responder que apenas um dos três gols havia resultado de bola alta na área, o que já invalidava o raciocínio do repórter, Dunga rebateu que o autor da pergunta partia da premissa de que o Brasil não havia jogado bem mas sim que a Argentina tinha jogado mal. "E sempre assim", disse o treinador, sublinhando corretamente a prepotência da mídia e mostrando como é difícil para a imprensa brasileira reconhecer méritos a não ser nos seus "amigos", protegidos ou aliados. Dunga venceu a Copa América, a Copa das Confederações e classificou o Brasil para a África do Sul com três rodadas de antecedência. Não é pouca coisa. A Argentina mesmo, com um time de craques, está aí penando para ir à Copa. Dunga é um treinador experiente, um bom estrategista? Talvez não, talvez lhe falte ainda experiência. Mas já mostrou que tem um rumo e a dez meses da Copa já pode dizer que tem o time quase armado (mas anotem aí: a imprensa ainda vai fazer campanha para a convocação de Ronaldo, esteja gordo ou alcance o milagre de perder os quilos extras). E Parreira, eleito pela mídia e que não sofreu tal campanha? E um bom treinador? Não. É um burocrata que permitiu o desastre de 2006 e, em 94, só convocou Romário (que seria apontado como o melhor jogador da Copa) porque estava desesperado e a ponto de não se classificar para o mundial dos Estados Unidos (classificou-se, aliás, no último jogo). Mas tudo isso que eu estou falando é blá-blá-blá de torcedor. Quero mesmo é mostrar essa primeira página do caderno de esportes do Globo. O "enterro' de Dunga, em 2008, há menos de um ano, mereceu a capa. A classificação, ontem, a última meia página. E na capa do jornal, uma foto de quatro colunas na metade inferior da página, aquela que os editores consideram menos "nobre". A primeira metade, a que fica exposta na banca com o jornal dobrado é, tradicionalmente, a de maior visibilidade e "prestígio". 
4 comentários:
Concordo com você Gonça e assino em baixo, porque sou fã do Dunga há muuuuuuito tempo!!!
Bem, eu venho defendendo a idéia, há muito tempo, de que a volta do Parreira a ser treinador era na verdade uma armação, se preparando para voltar à ser técnico da Seleção. Não sei se isso estava de comum acordo com o presidente da CBF. Não posso afirmar. Mas é tudo muito estranho.Se afastou do comando da seleção da Africa do Sul empurrando o cargo para o Joel Santana. E olha que era muita grana em dólares. Por volta de 250 mil ou mais. Foi ser técnico de um time já em pedaços como estava o Flluminense. Alguns setores da imprensa – na minha opinião – faziam parte do complô. Os conspiradores contavam com o fracasso do Dunga e prepararam esse plano B para encaixar o Parreira na seleção. Se deram mal. Parreira fracassou no Fluminense e com a ascenção da Seleção vencendo seus adversários Dunga confirmou a sua posição como o técnico da Seleção e classificando o Brasil para a copa de 2010. Bravo Dunga!
Também estou com Dunga, ele tá trabalhando sério. Não tem o apoio da imprensa mas está dando seu recado
essa questão de prepotência da mídia vale um bom debate. Patrões e proprietários à parte, jornalistas profissionais não devem perder a objetividade. Há muita patota, grupinhos, interesse pessoais, gente, vamos baixar a bola.
Postar um comentário