sábado, 30 de abril de 2016

Memórias da redação: há 30 anos, a imprensa esportiva já discutia se a seleção brasileira devia formar um time-base de "locais" ou se era melhor insistir nos "estrangeiros" não liberados pelos seus clubes para treinar

(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")
Em 2007, a imprensa esportiva debatia: a seleção brasileira deveria convocar os jogadores que atuavam na Europa e que raramente são liberados para um período mínimo de treinamento ou se seria melhor formar um time-base com os craques que estavam aqui e que, por isso, podem treinar mais?
A discussão não era nova. Às vésperas da Copa do México, em 1986, o colunista da Fatos, Sandro Moreyra, escreveu:
"Voltou, então, Telê, para dirigir as Eliminatórias e sob aplausos gerais convocou os "italianos", base do seu time em 1982: Zico, Falcão, Sócrates, Edinho, Cerezo, Júnior. 
Da convocação para a Copa do México em fevereiro e até agora, Telê só fez esperar que o joelho de Zico se comportasse bem, que Falcão, Oscar e Sócrates voltassem à forma. Como nada disso aconteceu, a seleção, a duas semanas da estréia, só tem um jeito: é apelar para um milagre".
Sandro Moreya estava certo na sua previsão: o milagre não veio e o Brasil perdeu a Copa nos pés da "geração perdida", na definição do cronista aquele grupo de craques que embora excepcional não foi campeão do mundo.

2 comentários:

Neto disse...

O Brasil exporta mais de mil jogadores por ano com menos de 18 anos. Fica difícil segurar os talentos

Freitas disse...

Essa fórmula deveria ser testada. Só que os patrocinadores multinacionais da CBF não deixam, eles querem os "ídolos" que já não são bem ídolos no Brasil por não terem ligação com torcida e clubes brasileiros. Desse jeito o desastre com a Alemanha vai se repetir muitas vezes nos próximos anos. Time que não treina craque não dá jeito. Futebol é association não é a toa.