quarta-feira, 27 de abril de 2016

Argentina sob arrocho neoliberal é um alerta: o Brasil da chapa Temer-Cunha será a bola da vez...

(Daniel Oiticica, de Buenos Aires para o Blue Bus) 

“Quero voltar a estar mal” | 
A Argentina vê renascer 
a música de protesto
 Ignacio Copani é um cantor e compositor argentino de 58 anos, autor de mais de 1.200 canções em mais de 30 anos de carreira. É também um artista comprometido com as causas sociais. E como grande parte da classe artística e intelectual argentina, vem sofrendo, angustiado, a realidade imposta pela política de arrocho do governo de Mauricio Macri.

Em menos de 5 meses no poder, o empresário Macri realizou a maior transferência de riqueza de que se tem notícia na história pós-ditadura, das classes mais pobres para os empresários mais ricos. Com sua caneta presidencial, legitimada por uma maioria democrática, mas suspeita por voraz e veloz, Macri isentou de impostos grandes empresários mineiros e agroexportadores, ao mesmo tempo em que desvalorizou o peso (o que fez triplicar a inflação dos alimentos); aumentou em até 500% as tarifas públicas de luz, gás e transporte; demitiu milhares de funcionários públicos. Sem falar do brutal endividamento do país que promoverá para pagar o acordo fechado com os fundos abutres, um punhado de especuladores financeiros, liderados por Paul Singer.

Apesar de representarem menos de 7% do universo total de credores da dívida argentina pós-moratória de 2001, Macri pagará a esses especuladores quase a metade do valor já pago aos outros 93%, durante o difícil, mas elogiado e bem sucedido processo de reestruturação da dívida, lançado em 2005 por Nestor Kirchner. Além disso, o governo Macri conseguiu dobrar com pressões o até então combativo sindicalismo argentino, exigindo negociações salariais com aumentos bem abaixo do índice projetado para a inflação anual, fato jamais ocorrido durante a Era Kirchner. Apesar de uma inflação anual que rondava os 30%, até o ano passado, a Argentina ostentava o salário mínimo com maior poder de compra de toda a América Latina.

E o desastre não é apenas econômico. Macri também destruiu importantes conquistas democráticas, como a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, que teve vários artigos eliminados, ficando reduzida a uma lei de livre mercado. Já não tem a prerrogativa de reestruturar a injusta concentração do espectro audiovisual argentino. Algumas semanas atrás, legitimado pelas modificações na lei, Macri deu sinal verde para um negócio de milhões de dólares: a compra da Nextel pelo Grupo Clarín, o imbatível king-kong local das comunicações, amigo e protetor midiático do presidente.

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