domingo, 23 de janeiro de 2011

Memória da redação: Aconteceu na...


Com esta foto, publicada na revista Fatos & Fotos, o repórter-fotográfico Antonio Andrade conquistou o Prêmio Esso de 1967. O flagrante impressionante mostra a luta de soldados do Exército para salvar dois homens que eram arrastados pelas águas do Rio Maracanã. Além de ganhar o Esso, a imagem de Andrade virou história: foi reproduzida no livro "A Revista no Brasil", da Editora Abril e no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou", da Desiderata (no detalhe, abaixo).
por José Esmeraldo Gonçalves
Com suas "armas" - Speed Graphic, Hasselblad, Rolleiflex, Leica, Pentax, Canon e Nikon - gerações de fotógrafos da Manchete registraram conquistas esportivas, atualidades, aventuras em cinco continentes, ajudaram a despertar a consciência ecológica ao desvendar territórios como a Amazônia, o Pantanal, a Caatinga, e fixaram nos corações e mentes dos leitores a dor dos brasileiros vítimas de tragédias. Para quem viveu a história das revistas, como leitor ou como jornalista, é inevitável a pergunta: como a Manchete e a Fatos&Fotos cobririam a tragédia da Serra fluminense? Não é difícil imaginar que a bordo de todo e qualquer meio de transporte fotógrafos e repórteres da Manchete traçariam um completo e detalhado retrato da maior catástrofe natural do Brasil. Fatos e personagens estariam flagrados e relatados com emoção, indignação, como tantas vezes as equipes das duas revistas o fizeram em ocasiões semelhantes. A Manchete, provavelmente, sairia com uma edição mais encorpada, fotograficamente mais elaborada. A Fatos & Fotos, mais ágil, com certeza chegaria às bancas no máximo dois dias depois, com o Rio e o Brasil ainda sob o impacto da tragédia. Antes disso, os sites das duas publicações fariam uma cobertura on line dos acontecimentos, fartamente ilustrada como era típico da cultura jornalística da editora. A internet seria a novidade na cobertura da Manchete e Fatos & Fotos. No mais, não seria muito diferente do que está acima descrito.

3 comentários:

Antenor disse...

Fui leitor da Manchete e da Fatos & Fotos, já sou um sessentão. sempre me chamou a atenção o fato de essas revistas chegarem rápido nas bancas com acontecimentos importantes. Acontecia alguma coisa e naturalmente o povo já esperava que essas duas revistas viessem com reportagens completas. No meu entendimento ainda fazem falta. E o talento dos seus fotógrafos era uma característica. pessoas que moram na serra dizem que a tragédia é muito maior do que a imprensa mostrou até agora. eu duvido que essas revistas não mostrassem a verdadeira extensão da tragédia. fizeram isso muitas vezes. os jornais do Rio até devem ter feito boas matérias, mas circulam no Rio, com poucos exemplares chegando às capitais. As revistas nacionais falavam para o país. Moro em João Pessoa, vi muita coisa na internet e nenhum jornal do Rio e SP. Os jornais locais registram a tragédia mas sem muitas fotos.

debarros disse...

Sem querer desmerecer os fotografos da Manchete, que foram brilhantes sem dúvida nenhuma, nào posso deixar de lembrar os fotografos da também extinta revista O Cruzeiro, como Jean Manzon, Flávio Dan, Henri Ballot, Indalécio Wanderley, George Torok, Luciano Carneiro – talvez o primeiro fotografo brasileiro a usar a Leica nas suas fotos – e tantos outros, que talvez tenham sido os fotografos pioneiros a desbravar e fotografar os indios Xavantes nas suas aldeias na bacia Amazônica.
Mas, quero dizer que todos eles foram brilhantes, alem de criarem e sedimentarem como profissão a arte de fotografar os fatos e acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia fazendo se tornarem notícias.

Isabela disse...

Vi boas fotos e muita informação na internet. Até mesmo em twitter de moradores das regiões da chuva.