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Motherland, by Anna Juan |
Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
A Rússia está no alvo de todo tipo de sanções. Mas nada deve ser mais dramático do que a participação do Brasil na estratégia ocidental contra o país de Putin. Há sinais de pânico em Moscou. Cerca de 40% de tudo que o que o Brasil exporta para a Rússia é... amendoim. Pois é, como poderão sobreviver sem a leguminosa rica em ômega-3 e vitamina B? Grande parte do amendoim made in Brazil é consumido em forma de aperitivo naquelas tigelinhas largadas nos balcões dos bares e manuseadas por mãos que vão e voltam dos banheiros. É também usado para fazer doces. Nessa brincadeira, os russos compraram do Brasil, no ano passado, mais de 250 milhões de dólares desse tira-gosto típico do Bananão (apud Ivan Lessa). A Ucrânia também compra amendoim do Brasil, mas bem menos, cerca de 3 milhões de dólares anuais. O apagão de amendoim na Rússia poderá brochar a população. Como se sabe, a leguminosa leva a fama de competente energético sexual. Se os russos já se estressam com a falta de Big Mac, imagine a irritação na cama com a carência de amendoim. Isso sim pode derrubar Putin. Que mané OTAN que nada. O mérito será da subdesenvolvida pauta de exportação da pátria amada.
O futebol brasileiro viveu a fase dos mecenas, ricos comerciantes e industriais que botavam dinheiro nos clubes. Teve em seguida a era dos cartolas "izpertos" que se eternizavam nas diretorias, eram apaixonados pelo futebol mas já não tão transparentes no caixa. Passará agora à fase das SAF e dos donos dos times, começando pelos quase falidos como Cruzeiro, Vasco, Botafogo e outros na fila do que imaginam ser o paraíso. Não é. Os compradores de times estão aí para fazer negócio e ganhar dinheiro. Claro que vão querer botar a mão no patrimônio dos clubes, seja o dos contratos dos jogadores, os lucros da formação e venda de atletas, os imóveis, centros de treinamento e estádios, patrocínios, direitos televisivos, prêmio, sedes etc. Querem porteira fechada. É o caso do Ronaldo Fenômeno no Cruzeiro. Começou "fofo", mas começa a jogar duro. E o Cruzeiro com a corda no pescoço dificilmente resistirá ao avanço do investidor. Esse modelo deverá predominar no Botafogo e no Vasco. A SAF não está pra brincadeira. O futuro comprovará.
"A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.”
Orlando Brito - Reprodução Instagram |
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Esta loja do McDonald’s em Moscou já foi a maior de toda a rede no mundo. Reprodução NextaTV |
Um cidadão moscovita abarrotou sua geladeira de Big Macs comprados a peso de ouro. Reprodução Twitter |
O CEO do McDonald’s na Rússia, Chris Kempczinski9, disse que a empresa se une ao mundo para condenar a agressão e a violência contra a Ucrânia. Os funcionários russos continuarão recebendo seu salário integral enquanto durar a paralisação da rede. KFC e Pizza Hut também fecharam suas portas na Rússia.
Não é só a fast food que protesta. Itens de luxo também tiveram suas vendas à Rússia suspensas, como caviar, trufas, charutos e champanhe.
O tirano Vladimir Putin certamente não será privado das delícias do mundo em seu bunker. Mas vale perguntar: teria ele, a esta altura do campeonato, algum motivo para estourar e degustar uma Veuve Clicquot ou um Dom Perignon?
Está aberta a temporada de venda de armas. Reprodução O Globo |
"Políticos e fraldas devem ser trocados com frequência, e pelos mesmos motivos."
MARK TWAIN (1853-1910)
Carro movido a gasogênio. Fot reproduzida ddo livro Der Käfer II, de Hans-Rüdiger Etzold |
O Vasco, o Gigante da Colina, foi a Petrolina e se apequenou. Foi eliminado da Copa do Brasil nos pênaltis pelo Juazeirense, com direito a vexame do Nenê.
Os dois catarinas também dançaram. O Figueirense foi eliminado pelo Cuiabá nos pênaltis e o Avaí tomou um 2x1 do Ceilândia numa noite encharcada na Ressacada. A esta altura o torcedor número um do Avaí, o supercampeão de tênis Guga – está perdendo a paciência com o seu timinho.
Cartolas do Ceilândia pagam promessa. Imagem reproduzida de vídeo do GE.
Em compensação, os dirigentes do Ceilândia (DF) que acompanharam seu time a Floripa, atravessaram o campo da Ressacada de joelhos em gesto de agradecimento. A imagem do canal GE do Portal G1, viralizou nas redes sociais No primeiro jogo, o Ceilândia eliminou o Londrina. Já o Pouso Alegre (MG), que eliminou o Paraná, deu trabalho ao Coritiba na segunda fase e só perdeu nos pênaltis. Aguardem os próximos capítulos.
por Ed Sá
A Prefeitura do Rio de Janeiro tornou opcional o uso de máscaras em ambientes fechados. Antes, havia liberado o acessório em situações ao ar livre. A decisão é criticada por cientistas. Embora o controle da pandemia esteja à vista, cidades do Grande Rio com enorme integração com a capital não exibem números expressivos de vacinação.
Vale o bom senso. Ocorrendo aglomeração, use sua máscara em qualquer ambiente.
De qualquer forma, a decisão pode abrir alas para um carnaval total. A prefeitura já havia liberado os desfiles das escolas de samba em abril, segundo o calendário abaixo:
20/04 (Quarta-feira) – Série Ouro – Liga RJ
21/04 (Quinta-feira) – Série Ouro – Liga RJ
22/04 (Sexta-feira) – Grupo Especial – Liesa
23/04 (Sábado) – Grupo Especial – Liesa
24/04 (Domingo) – Desfile das Crianças – Aesm-Rio
26/04 (Terça-feira) – Apuração
30/04 (Sábado) – Campeãs – Liesa
Com o fim da obrigação de uso de máscaras, caso as estatísticas da pandemia no Rio permaneçam em queda, é possível que os blocos de rua, até agora não oficialmente autorizados, recebam sinal verde para botar o carnaval nas ruas também em abril. A conferir.
por Niko Bolontrin
Nos últimos meses, como os fatos indicam, aumentou a violência entre torcedores do futebol. Agressões, mortes, ofensas racistas já são contabilizadas em vários confrontos. Abel Ferreira, o vitorioso treinador do Palmeiras, revelou em coletiva que duvida se poderá permanecer em um país onde o hábito de ver futebol pode ser brutal e até mortal. Por tudo isso, os jogadores deveriam evitar provocar torcedores adversários. Isso piora a situação e amplia o clima de guerra. Resulta em conflitos. Claro que há entre os torcedores grupos que não precisam de incentivo para brigar e matar: são os bandos ligados a faccões criminosas. Esses são um problema crônico de segurança pública. Em todo caso, ir à margem do campo para provocar torcedores, como fez um jogador do Flamengo no último domingo, em nada ajuda.
Se as torcidas querem guerra bem que poderiam se voluntariar para lutar na Ucrânia. Garanto que a maioria que vai aos estádio ver o jogo ajudaria a pagar a passagem para Kiev. De ida.
Henry queria ser um menino feliz como os outros.Arquivo Pessoal |
O menino morreu de hemorragia interna quatro horas depois de sofrer uma laceração no fígado causada por objeto contundente. Nos documentos da perícia legal foram atestadas 23 lesões, que não foram causadas em um único momento ou num curto período. Ou seja, a criança seria um “saco de pancadas” do padrasto acusado pelo crime. A perícia revelou ainda detalhes de algumas lesões no rosto do menino: “As lesões na região nasal e infra-orbital esquerda são compatíveis com escoriações causadas por unha.” Seria uma mãe capaz disso? No caso desta criança, ficou evidente que até o impensável é possível. Na breve passagem pelo mundo, Henry Borel foi submetido às piores agressões e abusos – físicos, emocionais e morais – sujeitado ao silêncio dos inocentes, por sua total vulnerabilidade.
Em sua canção “God”, John Lennon diz: “God is a concept/ By which we measure our pain.”
“Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor.”
Por esse parâmetro, o sofrimento é a marca maior da santidade. O suplício de Henry Borel – por pouco que tenha durado, durou toda a sua vida – está à altura daqueles dos grandes mártires da história. Por uma coincidência impressionante, o dia de nascimento de Henry, 3 de maio, tem como santo padroeiro São Tiago Menor, um dos doze discípulos de Cristo, e um dos primeiros cristão martirizados em defesa de sua fé. No ano de 42 em Cesareia Palestina, Tiago foi perseguido por ordem do rei Herodes Agripa I, que mandou prendê-lo, decapitá-lo e jogar seus restos para os cães.
Sou daqueles que advogam a beatificação de Henry Borel. O próprio Papa Francisco acompanha a história do menino carioca desde o seu início. Em 24 de abril de 2021 – pouco mais de um mês depois da morte de Henry – seu pai, Leniel Borel de Almeida, recebeu uma carta em que o Papa Francisco lhe presta solidariedade pelo que classifica como “massacre” causado pela “loucura humana”.
Os pastorinhos que viram Nossa Senhora em Fátima: a prima Lucia e os irmãos Francisco e Jacinta. D.P |
Odetinha morreu aos oito anos já com uma aura de santidade. A.P |
Guido Schäffer, o Surfista Santo de Ipanema. A.P. |
No dia 1º de maio de 2009, Guido saiu para surfar no seu trecho preferido da praia, no Recreio dos Bandeirantes. Uma prancha desgarrada atingiu sua nuca, ele desmaiou e morreu afogado, vinte dias antes de completar 35 anos. Faltavam alguns meses para ele concluir os estudos de teologia no Seminário Arquidiocesano de São José.
Seu túmulo no cemitério São João Batista tornou-se lugar de devoção, principalmente na data do seu aniversário. Diante do culto do "Surfista Santo", a Arquidiocese do Rio de Janeiro transferiu seus restos mortais para a Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema e abriu um processo de beatificação junto à Santa Sé em 2014. Guido tornou-se um "Servo de Deus", primeiro título num processo de canonização. O próximo título, que deve vir em breve é o de “Venerável”, quando se conclui que a pessoa viveu as virtudes cristãs de forma heroica, ou sofreu realmente o martírio; o terceiro título é o de Beato, quando se comprova a existência de um milagre obtido pela sua intercessão e o último e mais importante é o de Santo, quando um segundo milagre é reconhecido. Alguns milagres já foram atribuídos a Guido Schäffer nos últimos anos.
Odetinha – por mais breve que fosse seu tempo de vida – e Guido, que desfrutou seus anos da juventude, tiveram oportunidade de praticar o bem. Já Henry Borel, nos 1723 dias que viveu, não teve sequer a oportunidade de se definir como pessoa; e a maior parte dos seus dias e noites foi ocupada pelo sofrimento causado pelas brutalidades praticadas em sua própria casa, pelas pessoas próximas que mais deveriam protegê-lo.
Grafiteiros da Zona Norte do Rio homenagearam Henry com asas de anjo num mural. Foto Facebook |
por Ed Sá
Os arquivos desaparecidos da Manchete guardam fotos históricas de todas as áreas. Da política à cultura, das conquistas no esporte às tragédias, o acervo registrava uma Amazônia quase intocada e também flagrava o começo da destruição que hoje é crítica. Na área cultural, especialmente da música popular, a revista publicou fotos memoráveis a partir de um tipo de pauta que juntava os destaques do momento em um encontro no estúdio da Bloch. Os repórteres conseguiam levar à Manchete, em grupo, por exemplo, os ídolos da música. Fizeram isso com o pessoal da Bossa Nova, com a Jovem Guarda, com a turma da chamada música de protesto dos anos 1960 e com os tropicalistas. Em 1966 chegava aos cinemas o filme Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos de Oliveira. Manchete repetiu a fórmula e levou as "mulheres do mundo" e parte da equipe do filme ao estúdio da Rua Frei Caneca. Paulo Scheunstuhl fotografou, a reportagem foi de Maurício Gomes Leite.
Tropas brasileiras desembarcam em São Domingos. Foto Esko Murto/Manchete |
Os militares chamaram a tropa - cerca de 4 mil soldados, a maioria recrutas - de "Pracinhas". Uma injustiça com a Força Expedicionária que lutou na Itália, na Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião, combatia-se o fascismo de Mussolini e o nazismo de Hitler. Em São Domingos, o sinal foi trocado: a invasão atendia a um pedido ou ordem dos Estados Unidos para apoiar um golpe político de direita. Em 1961, um atentado matou o ditador Rafael Trujillo, que comandava o país desde 1930. Com a convocação de eleições livres em 1962 - as primeiras desde 1914 - foi eleito Juan Bosch, um político de oposição. Sete meses depois, acusado de adotar políticas esquerdistas, Bosch foi deposto e a Constituição cancelada. Um triunvirato assumiu o poder. E em abril de 1965, um grupo de jovens oficiais se rebelou, botou algumas tropas nas ruas e distribuiu armas à população exigindo a volta do eleito Bosch. Os Estados Unidos, que apoiaram a longa ditadura de Trujillo, organizaram uma operação para conter os rebeldes. e implantar um "governo amigo". Lyndon Johnson temia uma "nova Cuba" e os brasileiros foram "convidados" a participar da operação Power Pack, juntando-se a tropas dos Estados Unidos, Paraguai, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador. No fim, a insurreição foi derrotada e eleições controladas colocaram no poder o caudilho Joaquin Balaguer, político amestrado pelo Estados Unidos. Ele manobrou para ser sucessivamente reeleito impondo novo regime autoritário à República Dominicana.
Na operação, o Brasil submisso contabilizou quatro mortos e dezenas de feridos. A ditadura acumulou mais uma vergonha na sua folha corrida de desprezo pela democracia. E a imprensa brasileira, Manchete inclusive, como se vê, assumiu o vexame de tratar uma intervenção que reimplantou um regime autoritário como de épico heroismo.
Bunker na Normandia. Foto Pixabay |
Os grandes impérios da comunicação, como a Globo, não investem o mínimo nessa área particular. Gastam montanhas de dinheiro em futilidades. No caso, bastaria contratarem uma pessoa culta e/ou poliglota para orientar seus apresentadores quanto à pronúncia correta das palavras estrangeiras. Cujo uso, aliás, deveria ser limitado ao essencial, quando não houvesse equivalente em português.
E há também a preguiça dos próprios comunicadores, quando tais questões podem ser esclarecidas com uma rápida navegação da internet. Vejam aí:
Um búnquer (do alemão bunker, possivelmente de origem ânglica-escocesa; pronúncia em alemão: [búnkәr]) é uma estrutura ou reduto fortificado, parcialmente ou totalmente construído embaixo da terra (subterrâneo), feito para resistir a projéteis de guerra.
Se quiserem aprofundar, vejam aí:
A palavra entrou para o vocabulário internacional quando Hitler e sua cúpula se suicidaram no Bunker* de Berlim quando a cidade foi tomada pelas tropas russas na 2ª Guerra.
* Todo substantivo alemão leva maiúscula.
Em vez de gatilhos, teclas. Kviv, Ucrânia, 2022. |
Veja no You Tube o vídeo e ouça o piano que desafia a estupidez dos senhores da guerra. AQUI
Também no You Tube, ouça Imagine, que recebe os refugiados na fronteira com a Polônia AQUI
O discurso-“empolgação” do deputado Arthur do Val sobre as mulheres ucranianas foi desastroso até na data: Dia Internacional da Mulher. do Val junta-se à imensa legião dos “homens ocos” que, infelizmente, enchem cada vez mais todas as áreas e camadas do nosso mundo. São sociopatas incapazes de captar o sentimento e a dor do próximo. “Os homens ocos” é o poema de T.S. Eliot que termina com a famosa estrofe: “This is the way the world ends/Not with a bang but a whimper.” Literalmente: “Assim acaba o mundo/Não com uma explosão, mas um choramingo.” O poema de Eliot faz cem anos em 2025. O mundo gira, mas o homem não sai do lugar... (Roberto Muggiati)
O "frago" de Daniel. Reprodução Imagem Sportv |
O Vasco, acuado e sob forte pressão da Ferroviária de Araraquara, SP, conseguiu escapar da degola com um gol de cabeça de Raniel, uma de apenas quatro finalizações no jogo inteiro, em mais uma assistência milagrosa de São Nenê. O São Paulo se safou num empate de 0x0 com a Campinense.
Timinho simpático em alta – na verdade é um timaço – a Portuguesa da Ilha do Governador, RJ, eliminou o veteraníssimo CRB de Alagoas por 1x0. Já o experiente Volta Redonda, da Cidade do Aço, foi ao Maranhão para ser eliminado pelo Tuntum por 4x2. Outro maranhense de garra, o Moto Clube, eliminou a Chapecoense por 3x2.
Os pernambucanos se deram mal: o Sport foi eliminado pela quarta vez seguida na primeira fase, agora pelo Altos, do Piauí, por 1x0. O Náutico perdeu para o Tocantinópolis por 1x0. A capixaba Nova Venécia despachou o Ferroviário do Ceará por 2x1. Outro time do Espírito Santo, o Real Noroeste, eliminou por 2x1 o Operário de Ponta Grossa, PR. O Londrina perdeu para o Ceilândia do DF por 2x0 e o Paraná deu adeus à Copa na derrota para o Pouso Alegre (MG) por 2x0. Outros paranaenses menos notórios despacharam equipes veteranas: o Cascavel picou a Macaca, ganhou da Ponte Preta por 1x0. Já ouviram falar no Azuriz, um clube-empresa de Marmeleiro? Eliminou o Botafogo de São Paulo por 1x0. Finalizando a festa, a Tuna Luso Brasileira de Belém do Pará mandou passear o paulista Grêmio Novorizontino, por 1x0.
O "caneco" do Brasil. Foto Divulgação CBF |
por Niko Bolontrin
Tomando um shot de vodca russa - "seu" Manoel do boteco ainda não aderiu ao boicote - soube que os times de futebol estão se transformando em empresas. Deve ser uma solução para a penúria da imensa maioria dos nossos clubes de futebol. Vá lá que seja. Pelo que entendi muita coisa vai mudar.
Explico: andei meio ausente, isolado em um sitio, por conta da pandemia, e me desatualizei dos fatos. Confesso que não senti falta. Só se fala em SAF. Botafogo SAF, Cruzeiro SAF, Vasco SAF... Quer dizer Sociedade Anônima do Futebol. Na prática, permite que um time seja vendido a investidores.
Quem critica a nova lei afirma que essas empresas se tornarão ativas plataformas para formação e venda de jovens talentos. De fato, vender jogadores é a atividade mais rentável do futebol. No Brasil, onde patrocínios, direitos de TV, venda de ingressos e de camisas não sustentam nem 90 % dos clubes eternamente endividados, vender jogadores tem ajudado a pagar folhas salariais.
O torcedor é que terá que se acostumar com mudança na cultura do futebol. Tudo vai virar business. Se as SAF não forem bem administradas poderão falir, como qualquer empresa. Diálogos assim serão possíveis.
- "Como é que tá teu time?"
- " Ih, irmão, faliu. Tá devendo na praça e um fornecedor entrou com pedido de falência. As torcidas organizadas estão discutindo a portabilidade, vão tudo pra outro time".
Outra mudança virá no próprio nome dos times. Claro, os contratos não permitem que um Vasco, por exemplo, deixe de ser Vasco. Já os names rights poderão ser incorporados às marcas. Vasco Havan, Cruzeiro Brahma, Botafogo Supermercados Guanabara, futuramente, quem sabe, Flamengo Lojas Marisa, Corinthians Caninha 51, Fluminense Copa d'Or, Grêmio Churrascaria Laçador.
Os torcedores SAF- ou "clientes" - também entrarão na nova era.
- "Vai no jogo da tua SAF hoje?"
O Flamengo sonha em abrir uma franquia na Europa. Antes ensaiou instalar uma filial na Flórida, um Fla-USA, mas aparentemente o projeto virou hamburguer queimado. A ofensiva, agora, é em Portugal. O rubro-negro carioca tenta adquirir o Tondela, um time lusitano de segunda divisão. Quer "internacionalizar' a marca, dizem.
Um diretor do clube da Gávea revelou recentemente que pensa em comprar clubes em vários países. Podia começar pelo Chelsea. Pressionado pela repercussão da invasão da Ucrânia por Putin, o bilionário russo Roman Abramovich, dono do time inglês, resolveu vendê-lo a quem aparecer com grana na mão. Deve pedir até 3 bilhões de libras, algo que ultrapassa R$ 20 bilhões. Mas pode dar um desconto, desde que o comprador já venha com um contêiner de dinheiro e entregue a grana em algum banco a salvo das sanções americanas e europeias.
O Flamengo tem entre seus patrocinadores o rico bolsonarista conhecido como Véio da Havan, quem sabe ele se coça e banca essa transação? Também tem boas relações com Bolsonaro e pode descolar um empréstimo do BNDES, não custa tentar. Em último caso pode vender o estádio da Gávea quase nunca utilizado, a sede da Lagoa, Gabi Gol, Bruno Henrique, Felipe Luís, Arrascaeta... Pode também fazer um crowdfunding com a sua torcida tão apaixonada que poderá cair nessa.
Maiores informações no site do Chelsea.
Pede-se referências, nome limpo no Serasa, pagamento à vista. Moedas do Terceiro Mundo, como Real, nem pensar. PIX também não. Não serão aceitas trocas por terrenos, áreas do pré-sal, instrumentos da charanga rubro negra, títulos do Tesouro Direto ou cheques pré-datados.
Se a compra for fechada, a chave do clube está com o porteiro, em horário comercial, no endereço Stamford Bridge - Fulham Road- SW6 1HS London-Inglaterra.
Hughes asséptico |
Michael Jackson paranoico |
Nos dois casos, as máscaras estavam certas. Anunciavam que a atmosfera ia se tornar irrespirável. Hoje, muitos de nós já estamos nos conformando com a ideia de que teremos de usar máscaras para o resto de nossas vidas. O ar ficou fétido, pútrido, não só por obra e graça dos maus tratos que cometemos contra a Natureza (e ela está dando o troco, na medida em que merecemos).
Manifestação da Argentina desmascara Putin |
Putin, Trump, Kim Jong-un e os fantoches nanicos que tentam imitá-los, para citar só alguns.
Nem com todo o vinho e conhaque que consumia por dia o conservador Churchill... |
imaginaria ser comparado a tipos daextrema direita como Bolsonaro e... |
...Zelinsky, o presidente da Ucrânia eleito na onda da antipolítica |
Cena do filme Stefan Zweig:Adeus Europa. Foto Divulgação |
Agora encontrei um “Danúbio Azul” humorístico, beirando o histriônico, no filme austríaco-germânico-francês de 2016, dirigido por Maria Schrader, “Stefan Zweig: Adeus, Europa”, sobre os últimos dias do escritor no Brasil. Um prefeito do interior da Bahia oferece um “presente musical” a Zweig. Vejam aí, dos 46:00 aos 48:00:
Adolpho Bloch em Kiev. Foto Manchete |
Sobrinho-neto de Adolpho Bloch, mas já nascido no Brasil, Jonas Bloch brilhou no teatro, cinema e na TV e passou o talento para sua filha, a premiada atriz Deborah Bloch.
Clarice Lispector. Foto Manchete |
Samuel Malamud, nascido em Mogilev-Podolsk, chegou ao Rio em 1923, no auge da perseguição aos judeus com os pogroms da Rússia e Ucrânia. Formado em direito, tornou-se um dos mais conceituados juristas brasileiros e também importante líder da comunidade judaica.
Adolpho Milman, mais conhecido como Russo, nascido na província de Entre Ríos, , foi um futebolista argentino de origem judaico-ucraniana naturalizado brasileiro. É um dos cinco futebolistas que não nasceram no Brasil a ter sido convocado para a Seleção Brasileira. Russo foi um dos grandes artilheiros da história do Fluminense, tendo feito 154 gols em 249 jogos, entre 1933 e 1944, e um dos destaques do famoso "Fla-Flu da Lagoa", na final do Campeonato Carioca de 1941. Russo conquistou quatro campeonatos cariocas, um Torneio Aberto e um Torneio Municipal pelo Tricolor.
Noel Nutels nasceu em Nanaiyev, Ucrânia, e chegou ao Recife ainda menino. Lá se formou pela faculdade de medicina. Mudou-se para Botucatu em 1941 e depois ficaria para o resto da vida no Rio de Janeiro. Tornou-se um dos mais conhecidos indigenistas do país, batalhando pela causa dos povos nativos ao lado dos irmãos Villas-Boas e ajudando com eles a implantar o Parque Indígena do Xingu. Médico da primeira expedição Roncador-Xingu em 1943, acabaria trabalhando para o resto da vida pela saúde dos índios. Dizia: “Eu não clinico, não tenho consultório. Fazia Malária e agora faço Tuberculose. Minha mania: o índio”. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, em Frei Caneca, volta e meia aparecia por lá, pois era casado com a prima, Elisa Trachtenberg, secretária de redação da Manchete.
Agitadora da cena cultural carioca, a psicanalista Irina Popow também veio da Ucrânia. É mãe de Andrucha Waddington, diretor, produtor e roteirista de cinema e publicidade, casado com a atriz e escritora Fernanda Torres.
São Paulo recebeu em 1920 Leon Feffer, nascido em Kolki, que aqui fundou o Grupo Suzano de papel e celulose, que seria expandido por seu filho, Max. Trompetista de jazz na juventude, Max Pfeffer foi Secretário de Cultura do estado e desenvolveu os importantes projetos do Festival de Jazz São Paulo-Montreux e do Festival de Inverno em Campos do Jordão.
Gregori Ilych Warchavchik , nascido em Odessa, foi um dos principais nomes da primeira geração de arquitetos modernistas do Brasil. Chegou a São Paulo em 1923. Naturalizado brasileiro, entre 1927 e 1928, projetou e construiu para si aquela que foi considerada a primeira residência moderna do país.
Nascido em Zolotonosha, Gregório Gregorievitch Bondar foi um agrônomo, entomologista e pesquisador que chegou à Bahia em 1921. Contratado pelo estado como entomologista e patologista de plantas no Departamento de Agricultura morou na Bahia até o final da vida. Em 1932, foi transferido para o Instituto de Cacau da Bahia. Em 1938, foi contratado como consultor técnico pelo Instituto Central de Fomento Econômico da Bahia. Bondar descreveu várias novas espécies de palmeiras. Seu livro "Palmeiras do Brasil" foi publicado postumamente, em 1964, pelo Instituto de Botânica de São Paulo. Descreveu 318 espécies de insetos, incluindo muitas pragas das plantas que estudou. A coleção de Bondar foi adquirida pela fundação David Rockefeller e doada para o Museu Americano de História Natural.
Aleixo Belov, nascido Alexey Dimitrievitch Belov em Merefa, na Ucrânia, em 1943, durante a ocupação alemã é um empresário, engenheiro e navegador radicado em Salvador, Bahia. Aleixo recebeu da Marinha do Brasil o diploma reconhecendo-o como o primeiro navegador a dar uma volta ao mundo em solitário com veleiro de bandeira brasileira, o Três Marias. A viagem é relatada minuciosamente em seu primeiro livro A Volta Ao Mundo Em Solitário, lançado em 1981 pela Editora Nórdica.
Embora nascidos já no país, vários filhos e netos de imigrantes ucranianos marcaram profundamente a vida do Brasil. Radicado em São Paulo, José Ephim Mindlin, cujos pais nasceram em Odessa, além de repórter, advogado, empresário e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, foi sem dúvida o mais famoso bibliófilo brasileiro.
Jacob Gorender e Nicolau Sevcenko, filhos de ucranianos, radicados em São Paulo, figuram entre os mais importantes cientistas políticos do Brasil.
Um dos mais importantes cineastas radicados em São Paulo, Hector Babenco, de ascendência judaico-ucraniana, nasceu na Argentina e naturalizou-se brasileiro. O filme “O beijo da mulher-aranha” lhe valeu a indicação para o Oscar de melhor direção em 1986.
Bakun, autoretrato |
Helena Kolody. Foto UEM. Divulgação |
• “Corrida no parque/o menino inválido/aplaude os atletas.”
• “O brilho da lâmpada/no interior da morada/empalidece as estrelas.”
• “A morte desgoverna a vida/hoje sou mais velha/que meu pai.”
Denise Stocklos em cena. Foto Manchete |
Em Curitiba – que conta hoje 70 mil descendentes de ucranianos – nasceu Alexi Stival, que se tornaria conhecido como Cuca, o técnico que acaba de encerrar uma carreira vitoriosa como campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil pelo Atlético mineiro.
Manifestação. Reprodução imagem RPC |
Molotov |
Na Segunda Guerra, o exército polonês utilizou um dispositivo de ignição por impacto (éter etílico), tornando desnecessária a pré-ignição da arma. Este consistia na adição de ácido sulfúrico à mistura, que iria reagir, após a quebra da garrafa, com uma mistura de clorato de potássio e açúcar, cristalizada sobre um pano enrolado em torno da garrafa.
Em confrontos urbanos e guerrilha urbana são ainda utilizados outros tipos de misturas e dispositivos. O princípio de funcionamento básico da arma reside na dispersão química de líquido inflamável após o impacto num alvo ou no chão. A ignição não é imediata, dando tempo para que uma pequena parte do líquido evapore (éter etílico) o que provocará uma espécie de explosão de fraca potência, que pode ajudar à dispersão do restante líquido sobre uma área maior. O agente adicionado (sabão, detergente ou óleo) aumenta a aderência do combustível ao alvo.
A inovação ucraniana consiste em colocar no interior da garrafa pedacinhos de isopor em meio a óleo e gasolina, para aumentar o potencial incendiário do petardo.
A modelo, influencer e ex-atriz pornô libanesa Mia Khalifa causou polêmica no Twitter ao compartilhar uma ilustração com receita para a produção de um coquetel Molotov. A celebridade de 29 anos – que tem usado suas contas no Twitter e no Instagram para denunciar e criticar o ataque russo à Ucrânia – compartilhou a imagem com as instruções para fabricação da bomba caseira após o Ministério da Defesa da Ucrânia sugerir nas redes sociais que a população local fabrique e utilize coqueteis Molotov para combater o exército russo.