domingo, 6 de março de 2022

A Copa do Brasil é para principiantes... • Por Roberto Muggiati

O "frago" de Daniel.
Reprodução Imagem Sportv
Maior competição de futebol do país, reunindo 80 times de quase todos os estados, a Copa do Brasil tem um  regulamento estranho. Na sua primeira fase, times menores, agraciados com a participação, entram praticamente como “bois de piranha”. Jogando em casa contra times maiores, têm a obrigação de vencer; o empate classifica o visitante. Nesta edição de 2022, os pequenos foram todos à luta e promoveram um festival de zebras. O Mirassol paulista eliminou por 3x2 o Grêmio, o segundo maior vencedor da competição. Pior sorte coube ao Internacional, que já foi até campeão do mundo. Com um frango antológico do goleiro Daniel e um gol em contra-ataque fulminante no final, foi eliminado pelo Globo FC de Natal, RN.  Num duelo gaúcho, o Brasil de Pelotas foi eliminado pelo obscuro Glória de Vacaria por 1x0. Já o Juventude fez a lição de casa: despachou o Porto Velho de Rondônia por 2x1.

O Vasco, acuado e sob forte pressão da Ferroviária de Araraquara, SP, conseguiu escapar da degola com um gol de cabeça de Raniel, uma de apenas quatro finalizações no jogo inteiro, em mais uma assistência milagrosa de São Nenê. O São Paulo se safou num empate de 0x0 com a Campinense.  

Timinho simpático em alta – na verdade é um timaço – a Portuguesa da Ilha do Governador, RJ, eliminou o veteraníssimo CRB de Alagoas por 1x0. Já o experiente Volta Redonda, da Cidade do Aço, foi ao Maranhão para ser eliminado pelo Tuntum por 4x2. Outro maranhense de garra, o Moto Clube, eliminou a Chapecoense por 3x2. 

Os pernambucanos se deram mal: o Sport foi eliminado pela quarta vez seguida na primeira fase, agora pelo Altos, do Piauí, por 1x0. O Náutico perdeu para o Tocantinópolis por 1x0. A capixaba Nova Venécia despachou o Ferroviário do Ceará por 2x1.  Outro time do Espírito Santo, o Real Noroeste, eliminou por 2x1 o Operário de Ponta Grossa, PR. O Londrina perdeu para o Ceilândia do DF por 2x0 e o Paraná deu adeus à Copa na derrota para o Pouso Alegre (MG) por 2x0. Outros paranaenses menos notórios despacharam equipes veteranas: o Cascavel picou a Macaca, ganhou da Ponte Preta por 1x0. Já ouviram falar no Azuriz, um clube-empresa de Marmeleiro? Eliminou o Botafogo de São Paulo por 1x0. Finalizando a festa, a Tuna Luso Brasileira de Belém do Pará mandou passear o paulista Grêmio Novorizontino, por 1x0.

O "caneco" do Brasil. Foto Divulgação CBF

Menos engessada e elitista do que o Brasileirão, a Copa do Brasil é um fator de integração no esporte nacional e promete suspense e surpresas sem fim nos seus embates, além de injetar muito dinheiro nos clubes e garantir ao campeão uma vaga na Libertadores. Quando rola, mesmo nos gramados mais remotos, um jogo da Copa do Brasil, a democracia de certa forma entra em campo.

Um comentário:

Luispooorcooo disse...

Um campeonato que não iguala os competidores é injusto se considerar a esportividade. Mas concordo que é bom torneio principalmente no terço final