terça-feira, 15 de março de 2022

A paz não tem chance. Conheça o grande vencedor da Guerra da Ucrânia

Está aberta a temporada de venda de armas. Reprodução O Globo

por José Esmeraldo Gonçalves
Ucrânia e Rússia se reuniram hoje para mais um tentativa de por um fim à guerra. Um acordo agora ou em algum momento será possível até por exaustão militar e econômica das partes. Mas o desastre já se impõe. 
Putin está cercado por duas forças poderosas: sanções de proporções nunca vistas e o desgaste político interno que só tende a crescer. A Ucrânia perde a infraestrutura e vê milhões dos seus cidadãos se transformarem em refugiados. Ucrânia perde vidas aos milhares. A Rússia recebe os corpos dos soldados mortos e começa a enfrenta em casa um movimento de mães que perderam os filhos. 

Durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos experimentaram os efeitos na opinião pública da dramática chegada dos corpos de volta do atoleiro mortal em que o país se meteu nas selvas asiáticas. Isso contou na época para a Casa Branca e vai contar agora para o Kremlin.
 
A guerra fria.2  esquentou de lado a lado. Nos últimos anos a OTAN se expandiu para o Leste europeu. Isso é fato. A Rússia reclamou do que considerou ameaça e reagiu agora de forma desastrada. Putin parece ter blefado mas não tinha Royal Straight Flush na mão. Acabou fazendo o jogo do Joe Biden.

O que surgiu no cenário geopolítico do planeta para o Leste europeu voltar a ser tão estratégico para os Estados Unidos? Algo que fica bem longe da região: a China. O Pentágono vê o gigante da Ásia como o mega e atual inimigo. A aproximação recente entre China e Rússia ligou o alerta nas duas frentes de tensão. No Leste europeu , com a Ucrânia virando peça do xadrez; e no Mar da China, agora uma "octógono" de provocações as forças navais estadunidenses e chinesas. 
A guerra na Ucrânia torna-se indutora da lucrativa venda de armas para os países que formam a OTAN. Alemanha já abre os cofres para adquirir caças F55 fabricados nos Estados Unidos. Reino Unido e Itália farão o mesmo. Às portas da China, no segundo foco, Austrália compra dos Estados Unidos submarinos de propulsão nuclear. Japão e Taiwan adquirem caças. 

O próximo conflito pode ser naquela região onde vários incidentes já acontecem. 

Na guerra que curiosamente envolve dois países governados por líderes da direita, Putin e Zelenski são perdedores. O VAR já tirou qualquer dúvida:  a indústria bélica da terra de Joe Biden fez o touch down e o shopping das armas abriu para ofertas. Os mortos serão em breve esquecidos, os negócios, não. Os canhões nem silenciaram e os CEO já festejam os lucros.

Um comentário:

Corrêa disse...

Como anotam historiadores, Estados Unidos se tornaram potência na Segunda Guerra quando ganharam bilhões e perderam poucas vidas em relação países europeus. Gostaram do negócio e desde então não passaram um dia sem guerrear ou invadir outros países criando guerras para faturar no mercado de armas.