por Niko Bolontrin
Tomando um shot de vodca russa - "seu" Manoel do boteco ainda não aderiu ao boicote - soube que os times de futebol estão se transformando em empresas. Deve ser uma solução para a penúria da imensa maioria dos nossos clubes de futebol. Vá lá que seja. Pelo que entendi muita coisa vai mudar.
Explico: andei meio ausente, isolado em um sitio, por conta da pandemia, e me desatualizei dos fatos. Confesso que não senti falta. Só se fala em SAF. Botafogo SAF, Cruzeiro SAF, Vasco SAF... Quer dizer Sociedade Anônima do Futebol. Na prática, permite que um time seja vendido a investidores.
Quem critica a nova lei afirma que essas empresas se tornarão ativas plataformas para formação e venda de jovens talentos. De fato, vender jogadores é a atividade mais rentável do futebol. No Brasil, onde patrocínios, direitos de TV, venda de ingressos e de camisas não sustentam nem 90 % dos clubes eternamente endividados, vender jogadores tem ajudado a pagar folhas salariais.
O torcedor é que terá que se acostumar com mudança na cultura do futebol. Tudo vai virar business. Se as SAF não forem bem administradas poderão falir, como qualquer empresa. Diálogos assim serão possíveis.
- "Como é que tá teu time?"
- " Ih, irmão, faliu. Tá devendo na praça e um fornecedor entrou com pedido de falência. As torcidas organizadas estão discutindo a portabilidade, vão tudo pra outro time".
Outra mudança virá no próprio nome dos times. Claro, os contratos não permitem que um Vasco, por exemplo, deixe de ser Vasco. Já os names rights poderão ser incorporados às marcas. Vasco Havan, Cruzeiro Brahma, Botafogo Supermercados Guanabara, futuramente, quem sabe, Flamengo Lojas Marisa, Corinthians Caninha 51, Fluminense Copa d'Or, Grêmio Churrascaria Laçador.
Os torcedores SAF- ou "clientes" - também entrarão na nova era.
- "Vai no jogo da tua SAF hoje?"
2 comentários:
É o futebol SAFado!...
Muggiati
Acho que Vasco,Cruzeiro, Botafogo são meio que boi de piranha desse negócio. Tão na pior e toparam qualquer grana. Muitos outra clubes pretendem não abrir mão do poder sobre o time. Querem investidores mas não dono. Tão certos.
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