quinta-feira, 19 de abril de 2018

Memórias da redação: a reportagem que virou memorial...


Em 1995, a Coluna Prestes - movimento político liderado por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, que percorreu o interior Brasil pregando reformas sociais -, comemorava 70 anos desde sua partida de Santo Ângelo (RS) em abril de 1925.

Alguns meses antes, o economista e pesquisador Luís Carlos Prestes Filho, que era colaborador da Manchete, propôs à redação uma pauta que parecia quase tão épica quanto a marcha que o pai empreendera dos pampas aos sertões nordestinos, cortando o cerrado do Centro-Oeste.

Prestes Filho queria refazer os passos do Prestes pai. A "coluna" jornalística revisitaria sítios históricos, identificaria as marcas do passado e localizaria descendentes dos revolucionários. O material apurado seria publicado em uma série de reportagens na revista.

E assim foi feito. Luís Carlos Prestes Filho partiu para o Rio Grande do Sul em dupla com o fotógrafo Gustavo Stephan.

Como a Coluna havia percorrido 11 estados, no total, cerca de 25 mil quilômetros, previa-se que a tarefa seria árdua. Na verdade, apenas Prestes Filho, naturalmente motivado pela ligação emocional com o episódio histórico, fez o trajeto completo. A Manchete providenciou um revezamento de fotógrafos. Stephan fez a primeira etapa, João Mário Nunes cobriu parte do Centro-Oeste e José Egberto fechou a jornada no Nordeste. Mesmo assim, todas longas e exaustivas etapas. A série publicada pela Manchete mostrou as mudanças que o tempo registrou na rota da Coluna, ouviu descendentes, localizou armas e objetos deixados no caminho pelos revolucionários.

Aquelas reportagens foram, pode-se dizer, o primeiro grande resgate jornalístico da epopeia vivida pelo Cavaleiro da Esperança.

O assunto seria abordado depois pelo Globo, em 1997, ano que marcava os 70 anos do fim da Coluna, em reportagem de formato semelhante assinada por Cristina Massari com fotos do mesmo Gustavo Stephan. Livros e documentários também refizeram os passos do Cavaleiro da Esperança por ocasião dos 80 e 90 anos da Coluna.

Aqui vale um exagero, mas não totalmente. A matéria da Manchete deve ter sido a primeira na história do jornalismo a resultar em um... memorial. Ao passar por Santo Ângelo, Luís Carlos Prestes Filho teve um encontro com o então prefeito Adroaldo Loureiro e a Coordenadora do Museu Municipal, Gládis Maria Pippi. A cidade, que estava programando uma solenidade para marcar os 70 anos da Coluna, foi surpreendida pela presença do filho do líder. E foi a partir daquela conversa que a ideia evoluiu para a instalação de um Memorial Coluna Prestes. A homenagem se concretizou em 1996, a família Prestes doou documentos, fotos e objetos, alguns deles localizados por Prestes Filho na longa jornada ao passado do pai. O acervo ocupa salas da antiga estação ferroviária de Santo Ângelo, de onde os revoltosos partiram, em 1925.

Tudo isso veio à rubrica Memória da Redação, neste blog, a partir de uma nota publicada no Jornalistas & Cia.

Em parceria com a fotógrafa Stela Martins, especializada em organizar expedições fotográficas, Gustavo Stephan, que hoje mora em uma fazenda em Minas Gerais, promove uma jornada de imersão no fotojornalismo e no trabalho do mestre Evandro Teixeira, além de passeios fotográficos na região.

Veja detalhes abaixo:




quarta-feira, 18 de abril de 2018

La Casa de Papel: quando as máscaras caem na real

Reprodução WhatsApp
por Ed Sá 

Deu no G1: três adultos e um adolescente foram presos, ontem, após invadirem um centro de triagem de detentos, em Abreu de Lima, próximo a Recife (PE). O grupo utilizava máscaras de Salvador Dali e o macacão vermelho dos personagens de "La Casa de Papel", série da Netlix.

Segundo mensagem de WhatsApp enviada à TV Globo, os quatro invasores seriam youtubers que tentavam gravar uma pegadinha.

Não é raro máscaras saírem da ficção ou até do rosto de personagens reais para cair na realidade. São muitos os exemplos. Veja alguns:


O gibi "V de Vingança" popularizou a face de Guy Fawkes, conspirador que tentou explodir o parlamento inglês em 1605 e acabou condenado à forca. O rosto de Fawkes virou logotipo de protestos e passeatas em todo o mundo.


"Barack Obama": assaltante usou máscara do então presidente, em 2013, em Oklahoma.
Foto Merrimack/Police Departament. 


A gangue "Ex-presidentes" em cena do do filme "Caçadores de Emoções": máscaras de
máscaras de Nixon, Carter, Reagan e Johnson.


A famosa máscara do assassino do filme "Pânico", a do rosto aterrorizador, também foi usada por um ladrão de banco, em 2010, em Long Island, no estado de Nova York (EUA). Foto PD

terça-feira, 17 de abril de 2018

Memórias da redação: o "Forrest Gump" que viveu no Brasil...


Revista Fatos & Fotos/Reprodução



por José Esmeraldo Gonçalves

Acontece com todo jornalista. Algumas matérias entram na rotativa e logo são esquecidas, são perecíveis. Outras permanecem impressas na memória do repórter.

Em 1976, Justino Martins vivia um dos recorrentes litígios editoriais com Adolpho Bloch e havia sido afastado da direção da Manchete. Depois de uma breve temporada à frente de edições especiais, o gaúcho foi escalado para editar a Fatos & Fotos/Gente. O "Gente" fora acrescentado ao logotipo da revista por conta de uma parceria com a People, então o mais novo e badalado sucesso editorial do mercado americano.

Justino ficou pouco mais de um ano à frente da FF/Gente, mas deixou muitas lições para os jovens repórteres da revista. Lembro que as reuniões de pauta eram marcantes, quase um happening, tantas as histórias pessoais que ele intercalava entre uma e outra sugestão de pauta da equipe. Outra característica do "revisteiro", um dos maiores do Brasil, era chamar os repórteres à mesa para comentar cada texto, mais como aula do que como crítica. Talvez tivesse tempo para fazer isso apenas na sua fase de Fatos & Fotos, semanal que era, digamos, da segunda divisão da Bloch e, embora vivesse em crise, estava longe de ser a panela de pressão que mantinha a Manchete sob eterna vigilância e permanente ebulição.

Depois de uma daquelas reuniões, fomos escalados, eu e a fotógrafa Isabel Garcia, para entrevistar Jean-Gérard Fleury. Justino viajou de Paris para o Rio pelo Concorde, da Air France, e Fleury estava no mesmo voo. Voando a 20 mil metros de altura, à velocidade de 2.500km/h, o jornalista e piloto francês comentou com Justino que não podia deixar de lembrar do Breguet 14, o monomotor da Primeira Guerra com o qual cruzara o Atlântico. Foi desse encontro no Concorde que surgiu a pauta para a F&F.

Na grande mesa de edição em formato "L", no 7° andar do prédio da Rua do Russell, Justino deu instruções para a entrevista enquanto traçou sobre uma folha de diagramação, com uma lapiseira vermelha, a "foto de abertura". Ele sempre fazia esse tipo de storyboard. Raramente era possível conciliar a expectativa com a realidade, mas os fotógrafos até se esforçavam para replicar o tal desenho e, principalmente, voltar com coisa melhor.

Além de receber o desenho, ouvimos de Justino um briefing sobre Jean-Gérard Fleury - jornalista e escritor apaixonado por aviação, autor de livros como "A Linha", e "Caminhos do Céu" e de várias reportagens sobre a Aéropostale, a lendária companhia aérea que teve entre seus pilotos Saint-Exupéry, Jean Mermoz e Henri Guillaumet. Assim abastecidos, partimos para a casa do entrevistado, no Jardim Botânico.

Simpaticíssimo, vê-se pelo sorriso aberto captado por Isabel Garcia, o jornalista-aviador, como se definia, morava no Rio havia muitos anos e era, na época, correspondente do France Soir. Dedicou-nos uma tarde inteira recheada de fatos e fotos. E não podia ser diferente. Não comparei no texto Fleury a um Forrest Gump real porque a entrevista aconteceu em 1976 e o filme com o personagem vivido por Tom Hanks só seria produzido em 1994. Mas seria pertinente. Fleury estava no último voo do Hindenburg para o Rio de Janeiro (logo depois o dirigível foi transferido para a rota do Atlântico Norte e se incendiou em Lakehurst); cobriu a Guerra Civil Espanhola, fez reportagens na URSS de Stalin, conheceu Roosevelt, entrevistou Herman Goering; e denunciou o rearmamento da Alemanha e da Itália antes da Segunda Guerra.

Dos seus arquivos, ele nos cedeu várias imagens desses momentos "Forrest Gump". E posou para a foto de abertura segurando um desenho que Saint-Exupéry lhe dera, que mostra o avião do autor do  "Pequeno Príncipe" perseguido por um caça alemão. Na dedicatória: "Ah! Jean-Gérard Fleury, si se conchon m'attrape, je ne te reverrai plus! - Antoine Saint-Exupery".



Quanto a mim, também saí de lá com uma amável dedicatória (ganhei do entrevistado uma antiga edição do seu livro "Peregrinações Sul-Americanas", lançado no Brasil em 1944) e essa lembrança que a rotativa não apagou. 

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Que mídia é essa? Jeito e maneiras de ouvir e ver a Copa através dos tempos...

Copa de 1938: a primeira transmitida 
para o Brasil, via rádio



A Copa de 1950 era exibida nos cinemas, 

dias depois dos jogos 


Em 1958, rede de rádios trazia as 

emoções da Suécia



Em 1962, a chegada do videotape



Em 1970, a primeira transmissão de uma Copa do Mundo,
ao vivo, pela TV, ainda em preto e branco


Em 1974, Zagalo convoca o torcedor a ver 

a Copa em cores

Desde 1930, quando a bola tinha cadarço, a Copa do Mundo já mobilizava jornais, revistas e rádios.
O primeiro mundial transmitido direto para o Brasil foi o da França, em 1938.  Com estática e tudo, coube ao rádio trazer a Copa "ao vivo" e, com ela, as jogadas de Leônidas da Silva e Domingos da Guia, os astros do scratch, como a seleção era chamada.

Os locutores tentavam fazer com que ouvinte "visse" o jogo, antecipando os lances que as precárias radiofotos dos jornais mostrariam nos dias seguintes. Daí a rica e panorâmica linguagem dos radialistas.

O escritor Luís Fernando Veríssimo já escreveu que se decepcionou na primeira vez em que foi a um estádio: o jogo, na voz do locutor, disse ele, era muito mais emocionante.

Trazer a "imagem" do jogo não era um desafio apenas dos locutores. O texto, nos jornais, era detalhista e, mais do que opinar, os jornalistas descreviam a experiência de ver os lances, as defesas do goleiros, os gols.

O futebol mudou e o caminho da bola até a sala da casa do torcedor, também. A Copa de 1950, no Brasil, ofereceu aos cariocas a chance de ver o jogo, de fato, embora com um atraso de dias, no cinema, mais precisamente no antigo Cineac, na Avenida Rio Branco. Nos anos seguintes, os cinejornais da Atlântida e, depois, o Canal 100, tornaram mais ágil a chegada dos jogos de futebol às salas de cinema. 1958 foi a última Copa em que o rádio reinou absoluto. Foi também o ano que o radinho portátil, a pilha e transistorizado, chegou ao Brasil. No Mundial de 1962, o videotape desembarcou aqui.  As fitas eram despachadas por avião, do Chile, e exibidas por uma rede de TV poucas horas depois dos jogos. 1970 foi o ano da Copa colorida. Mas não no Brasil, para nós foi só a estreia da Copa ao vivo. Embora transmitida em cores, do México, a imagem do Tri ainda era distribuída em preto e branco pela TV brasileira. Apenas alguns postos da Embratel especialmente montados para autoridades e convidados mostraram o novo sistema. Em 1974, Copa da Alemanha, sim, o Brasil viu as cores do Mundial. Pena que em tempo de derrota.

Aquele torcedor que, em 1938, ouviu os jogos do scratch pelas pioneiras Rádios Clube do Brasil e Cruzeiro do Sul se surpreenderia com a quantidade de modos e maneiras de ver futebol ao vivo que a Copa da Rússia 2018 vai oferecer à galera. TV aberta, TV por assinatura, sites e redes sociais, streaming, 4K, transmissão em 3D para salas de cinema e portais que narram em texto, minuto a minuto, o desenrolar das partidas, há gosto pra tudo e mídias para todos os gostos.

Até mesmo para o rádio, que sobreviveu à TV e pegou carona nos smartphones, tablets e PCs, nos receptores dos carros, nos modernos micro systems caseiros, sem esquecer as folclóricas "amplificadoras" que, por incrível que pareça, ainda existem em pequenas comunidades do interior do Brasil.

De um jeito ou de outro, a partir de 14 de junho, a Rússia é aqui.

domingo, 15 de abril de 2018

Na capa da Time, a arte do designer Tim O'Brien: a ventania que virou tempestade em um ano de governo de Donald Trump


HOJE

Time: capa de 27/4/2018


A capa da Time dessa semana mostra o caos tempestuoso que Donald Trump levou para a Casa Branca. Foi desenhada por Tim O'Brien, artista que já fez dezenas de capas de revistas.

Dessa vez, a redação pediu a O'Brien que recriasse uma capa da Time feita por ele em 27 de fevereiro de 2017. Naquela edição, o designer mostrou a ventania que começava a varrer a mesa do presidente. 

De lá para cá, na visão da revista e na arte de O'Brien, só piorou. Virou a tempestade que inunda o Salão Oval. 

Um detalhe: em plena era da computação gráfica, Tim O'Brien usa ferramentas analógicas para criar suas capas: lápis, pincel fino, airbrush, guache e óleo. 

ONTEM

Time: capa de 27/3/2017. 



sábado, 14 de abril de 2018

Carmen Lúcia na Presidência: audiência com o deputado Só na Bença

Corrente pra frente. Temer transfere o cargo a Carmen Lúcia. Foto de Marcos Correa/Presidência da República

por O. V. Pochê

No ano passado, havia quem indicasse Carmen Lúcia como candidata a presidente da República.
A "bolha" informativa não vingou. Mas isso não impediu que a mineira chegasse lá. Na ausência de Temer, a presidente do STF assumiu o Planalto.

A assessoria da Presidência divulgou a agenda da dona Carmen, quase sem compromissos. Ontem, estava previsto que ela receberia empresários do setor de transportes, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli e uma comitiva de políticos de Rondônia. Um dos encontros era com um representante daquela unidade federativa, o deputado estadual Só na Bença (MDB).

Em entrevista ao Diário da Amazônia, em 2015, Só na Bença fez uma estanha analogia para explicar porque foi a grande surpresa das eleições de 2014. "Me colocaram para encher linguiça na chapa do PMDB, para ajudar na eleição de outros candidatos, mas a linguiça preta cresceu, cresceu e devorou as linguiças brancas”, disse ele.

Só na Bença é evangélico e, na mesma entrevista, revelou a origem do apelido. "Era a minha forma de cumprimentar as pessoas. Eu encontrava você e dizia “só na benção” e a coisa foi pegando".

Não se sabe o que Só na Bença conversou com dona Carmen. Apenas que dificilmente o Brasil será o mesmo após o proveitoso encontro. 

Candice Swanepoel: anjo (da Victoria Secret) também engravida... e quebra a internet

Reprodução Instagram
por Clara S. Britto
A modelo Candice Swanepoel, 29, uma das "angels" da grife Victoria Secret, postou essa foto há dois dias no Instagram e a internet enlouqueceu. Aos seis meses de gravidez, a modelo espera seu segundo filho. “O corpo desabrochando entre o espiritual e o físico… as mulheres não são incríveis ?! # 6 meses ”, escreveu Swanepoel. O pai é o modelo brasileiro Hermann Nicoli.

Viralizou! Identificada bactéria que ataca alguns políticos...


Marielle: tuitaço daqui a pouco, @anistiabrasil. Participe...


Deu no Paris Match... Enquanto Tite espera...



A MATÉRIA COMPLETA COM GALERIA DE 
FOTOS (BACKGRID USA/BESTIMAGE) ESTÁ NA PARIS MATCH. 
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Chico Anysio, a graça do dia - por Guina Ramos

Chico Anysio, 1978. Foto de Guina Araújo Ramos
Chico Anysio no Canecão. Fatos & Fotos, Agosto de 1978. Fotos de Guina Araújo Ramos


por Guina Ramos (para o blog Bonecos e Pretinhas)

De repente, falam no Vídeo Show que 12 de Abril é o Dia do Humorista. Fui dar uma olhada na Internet e conferi: realmente, a data é oficial.

O engraçado foi encontrar dezenas de sites que repetiam o mesmo texto, sobre comediantes e humorismo, mas aos poucos vi que a coisa era séria: o Dia do Humorista é uma homenagem a Chico Anysio (e, não por acaso, marca o seu aniversário).

Durante a comoção internacional pelo ataque terrorista à revista francesa Charlie Hebdo, em Janeiro de 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei, proposta, em 2008, pelo deputado José Airton Cirilo (PT-CE), que instituía o dia 12 de abril como o Dia do Humorista. A data já se tornara oficial no Estado do Ceará desde julho de 2003, passando então o Dia do Nacional do Humorista a ser comemorado, a partir de 2015, em todo o Brasil.

Chico Anysio nasceu em 1931 e faleceu em 23 de março de 2012. Criou mais de 200 personagens diferentes, que se apresentavam nas mais diversas situações. Entre os personagens clássicos estão o Professor Raimundo, Bento Carneiro, o vampiro brasileiro e o repórter Alberto Roberto. Chico é referência no humor, não só pelo talento de criar tantos personagens, mas por escrever os próprios roteiros durante os 40 anos em que trabalhou na televisão brasileira.

Fotografei Chico Anysio dezenas, quiçá centenas de vezes, em produções de filmes, em palcos de teatro, em shows individuais, mas, na grande maioria das vezes, nos estúdios de TV, gravando os programas que apresentava na TV Globo. À época, antes da construção do Projac, que centralizou os estúdios, essas fotos aconteciam, conforme a época, na própria sede da Globo, no Jardim Botânico, ou nos estúdios Herbert Richers, na Usina, ou mais frequentemente nos estúdios da Cinédia, na Taquara, em Jacarepaguá.

Das poucas fotos que me restaram, esta foto (no alto) me parece a mais interessante, e pelo simples detalhe de que Chico Anysio está quase sério...

E gosto especialmente desta edição da revista Fatos & Fotos (# 888, Agosto de 1978), de uma série de entrevistas feitas por Renato Sérgio, em que, por artes do pessoal da Bloch e numa improvisada colagem de recortes, Chico Anysio, como ele muito bem sabia fazer, mais uma vez se multiplica!

Fonte: Guina Araújo Ramos trabalhou na Manchete e na Fatos & Fotos, é autor dos livros "O Jogo do Resta um", "Personagem Cabal", "A Outra Face das Fotos", "2112... é o fim", "Rio Só de Amores" e (O dos) Bonecos e (a das) Pretinhas", mantém a editora Guina Edita e o blog Bonecos e Pretinhas que você pode conhecer AQUI 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

É capa da Boa Forma! Fátima Bernardes libera as curvas que a bancada do JN escondia...


Reprodução Instagram

Reprodução O Globo

Governo toxico de Donald Trump esquenta mercado de abrigos nucleares nos Estados Unidos

Um dos novos abrigos nucleares, versão 2018, vendidos pela Atlas Survival Shelters. Abaixo, a instalação
no quintal de casa. Fotos:Divulgação




por Flávio Sépia

A Terceira (e última) Guerra Mundial deverá ser anunciada pelo Twitter. Precisamente, no @realDonaldTrump. Pelo menos, é o que pensa um número expressivo de americanos.

Nos anos 1960, a Guerra Fria fez disparar a paranoia de um ataque nuclear aos Estados Unidos por parte da antiga União Soviética. Centenas de abrigos públicos foram construídos. E muitos mais as empresas privadas, que viram no medo uma oportunidade de negócio, ofereceram ao mercado.

Pois o supermercado para proteção nuclear está reaberto e em promoção nesse 2018 desgovernado.

Nos anos 1960, abrigos nucleares eram capa da Life.

Em 1961, os americanos instalaram mísseis nucleares na Inglaterra, Itália e Turquia. Os soviéticos responderam pouco depois com a montagem de plataformas de foguetes em Cuba. No auge da crise cubana, em 1962, famílias de red necks instalaram refúgios em porões e se obrigavam a fazer simulações e treinamento semanais, da vovó ao bebê.

Já a União Soviética, que ao longo da história foi vítima de invasões e bombardeios, adaptou antigos abrigos da Segunda Guerra escavados em cidades como Moscou e São Petersburgo. A economia socialista não tinha espaço para uma industria privada de proteção anti-atômica, que para os americanos mais ricos era objeto de consumo.


Reprodução Flickr
A cidade de Nova York, achando que o perigo não voltaria, retirou das ruas apenas há pouco tempo as placas (foto ao lado) que informavam a localização de abrigos subterrâneos construídos há mais de 50 anos. Só as placas, os complexos para refúgio estão lá, cheios de ratos e vazamento de esgotos, mas ainda em pé. Quem acessa as ameaças do @realDonalTrump já defende faxina e reforma nas dezenas de abrigos espalhados pela cidade.

Em pouco mais de um ano de governo tóxico, Trump trouxe de volta a Guerra Fria, a corrida armamentista, estimulou novos conflitos e militarizou a política externa. Além da corda esticando nas relações com a Rússia, focos de tensão se multiplicam, casos da Coreia do Norte, Ucrânia e outros países do Leste Europeu, China, Irã, Síria, Venezuela, Iémen, e da interrupção da aproximação com Cuba.

Em dois casos, o risco de confronto nuclear está presente: Coréia do Norte, onde do outro lado do míssil está o imprevisível Kim Jong-un, e, agora, Irã e Síria, sendo que esta tem, no momento, tropas americanas e russas no seu territórios e bases navais e aéreas de ambos os lados. Assim como a Ucrânia, Síria e Irã são países estratégicos para a Rússia, o que potencializa o risco de um confronto direto entre as duas superpotências. Disputas territoriais no Mar da China também colocam perigosamente próximas forças navais americanas e chinesas.

Tudo isso junto reabriu o mercado de abrigos nucleares nos Estados Unidos, agora mais modernos, confortáveis e sofisticados. O problema é saber se os eventuais sobreviventes terão para onde ir após deixarem os tais abrigos. O arsenal atual varrerá do mapa as 100 maiores cidades do mundo e produzirá poeira e fumaça suficientes para ocultar a luz do sol por anos. Quem não morrer na hora vai encarar o "inverno nuclear". É o quadro que está na mesa do falcões de guerra.

Em tempo: o Brasil está fora da corrida por abrigo nuclear. Boa parte da população, aqui, ainda está a procura de casa para morar. Em todo caso, juízes e políticos com direito a auxílio-moradia podem, se o desejarem, comprar abrigos pela internet no site da Atlas Survival. O contribuinte paga.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Sabia disso? Biblioteca Pública de Nova York guarda acervos de fotógrafos brasileiros



O trabalho de milhares de fotógrafos e variadas coleções digitalizadas podem ser acessados na Biblioteca Pública de Nova York.  E o Brasil está representado lá, com vários fotógrafos. Há normas e condições para se incluir fotos no acervo.
Mais informações no site oficial da NPL. AQUI

Já viu? Marcelo Adnet faz uma hilária "homenagem" aos reaças...


PARA VER O CLIPE, CLIQUE AQUI

Pesquisa mostra que leitores dos meios impressos e digitais estão mais desconfiados do que leem


Pesquisa global divulgada pela Edelman Trust Barometer 2018, que ouviu 33 mil pessoas em 28 países, indica que a mídia é, pela primeira vez desde estudo de 2003, a instituição menos confiável no mundo.

O Brasil está entre os 22 países que registram expressiva queda de confiança em relação ao ano anterior, menos 5 pontos percentuais. A confiança nos meios digitais, que inclui redes sociais, sites e aplicativos de busca também não vai bem, perdeu os mesmos 5% em relação a 2017. O fenômeno das fake news nas redes sociais é apontado como o principal responsável pela queda de credibilidade nas plataformas digitais.

Na caso do Brasil, a desconfiança nas instituições e nos políticos, por exemplo, se reflete no noticiário: ao publicar a fala das "suas excelências" - das quais a maioria do público duvida - o leitor certamente anexa a suspeita ao meio que divulga tais conteúdos. A atual polarização da opinião pública também pesa nas respostas. O levantamento constata que 67% dos brasileiros avaliam que os veículos apoiam uma ideologia em detrimento da informação confiável e isenta.

O estudo é extenso e não traz apenas más notícias. A palavra dos especialistas, jornalistas, economistas, diretores de empresas recuperou credibilidade em relação a 2017. Os jornalistas, individualmente, aí incluídos profissionais da mídia impressa e plataformas digitais, ganharam 12 pontos percentuais em confiança.

A pessoa comum - parente, vizinho, colega de trabalho e amigos adicionados nas redes sociais - perdeu alguma credibilidade mas ainda é a fonte mais confiável para 70% dos entrevistados.

A pesquisa completa pode ser acessada AQUI



Justiça é para todos? Voa, tucano, voa...

Imagem reproduzida do Globo 12/4/2018
Da Lava Jato para a Lava Urna: suspeito de ter recebido R$10 milhões da Odebrecht, segundo delação da empresa, o governador tucano Geraldo Alckmin (SP) é o Messi dos tribunais. Bate um bolão. O STF despachou seu caso para a Justiça Eleitoral de São Paulo. Apesar do tamanho da bufunfa, será julgado apenas, se for, por "falsidade ideológica eleitoral", segundo a Procuradoria Geral da República.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

O ator David Schwimmer mostra em série baseada em histórias reais que o assédio sexual pode ser sutil, mas não deixa de ser assédio...


David Schwimmer produziu seis vídeos curtos sobre assédio sexual em ambientes profissionais. A edição da Esquire, de abril, publica uma entrevista com ator e mostra dois episódios ("O chefe" e "O médico") de "That’s Harassment". São situações baseadas em histórias reais que deixam claro que o assédio não necessariamente é grosseiro, vulgar, pode ser sutil, encoberto por uma falsa capa de delicadeza, disfarçado por amabilidades e nem por isso deixa de ser opressivo ou fruto de uma condenável demonstração de poder a partir do momento em que a mulher diz "Não!".
Veja os dois vídeos e uma entrevista com David Schwimmer no site da Esquire, Clique AQUI

Em nota oficial, Fenaj repudia agressões a jornalistas

"A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) mais uma vez vem a público repudiar toda e qualquer forma de violência contra jornalistas. Na noite de ontem, 5 de abril, mais de um profissional foi agredido e/ou hostilizado e/ou ameaçado, enquanto estava no exercício de sua profissão.

Em Brasília (DF), equipes do jornal Correio Braziliense e do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) foram vítimas de manifestantes que participavam de ato em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores. Cerca de 30 manifestantes avançaram sobre o carro do Correio Braziliense e quebraram os vidros do veículo. Ninguém da equipe ficou ferido. Manifestantes também ameaçaram uma equipe do SBT e um repórter fotográfico da Agência Reuters, que estavam no local.

Em São Bernardo do Campo (SP), o jornalista Nilton Fukuda, repórter da Agência Estadão Conteúdo, e a jornalista Sônia Blota, da Band, foram agredidos ao registrarem manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ambos foram atingidos por ovos jogados pelos manifestantes.

A FENAJ reitera que agressões a jornalistas são injustificáveis. Também reafirma sua defesa das liberdades de expressão e de imprensa e do Jornalismo como atividade essencial à democracia e à constituição da cidadania.

Não há verdadeira democracia sem Jornalismo e não há Jornalismo sem jornalistas."


"Lei da mordaça" nas redes sociais particulares dos jornalistas é pra valer ou é seletiva?

No ano passado, o New York Times criou diretrizes para a atuação dos seus jornalistas nas redes sociais. Um dos trechos do documento é enfático: "Em postagens nas redes sociais, nossos jornalistas não devem expressar opiniões partidárias, promover visões políticas, apoiar candidatos, fazer comentários ofensivos ou dizer algo que mine a reputação jornalística do Times".

Em outro tópico, o jornal questiona: "Você talvez pense que sua página no Facebook, Twitter, Instagram ou Snapchat são zonas privadas, separadas do seu papel no Times, mas tudo o que nós postamos ou curtimos é público e provavelmente será associado ao Times".

Também no ano passado, em comunicado interno, a Folha de São Paulo, orientou seus jornalistas a não expressarem opiniões políticas nas redes sociais. "Parcela do público pode pôr em dúvida a isenção daquele que, na internet, manifesta opiniões sobre assuntos direta ou indiretamente associados a sua área de cobertura, especialmente as opiniões de cunho político-partidário e em áreas de cobertura de tópicos controversos”, diz a Folha em manual de conduta.

A Rede Globo, vê-se nos twitts de vários dos seus âncoras, não é tão explícita quanto a isso. Talvez porque os comentários dos empregados expressem geralmente opiniões perfeitamente ancoradas na atuação política do veículo. Até foi possível observar recentemente um fenômeno curioso a comprovar isso. No ano passado, quando o grupo Globo pediu em editorial agudo a cabeça de Michel Temer, as redes sociais dos âncoras imediatamente passaram a dançar conforme aquela música. Aos poucos, a Globo esfriou a cabeça, tomou o remédio que havia esquecido, refez alianças, Temer segurou duas denúncias no Congresso e voltou a ser poupado. Os âncoras, alguns mais rápidos do que outros, acertaram o passo na mesma coreografia.

A polêmica volta agora à pauta com o vazamento no Whatapp de um áudio pró-Lula atribuído a Chico Pinheiro. Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo, soltou a nota abaixo divulgada em primeira mão pelo site Notícias da TV. O alerta não cita Chico Pinheiro, mas foi dado logo após o vazamento do áudio.


Vários âncoras fazem política em suas contas privadas. Resta saber se a determinação é seletiva e  expressar opinião política é permitido, desde que escorada na viga mestra das posições políticas do patrão, ou se, ainda mais em ano eleitoral, vale para todos e todas. Aparentemente, não

OUÇA O ÁUDIO VAZADO, CLIQUE AQUI

Leia a nota da Globo 

"Em e-mail no ano passado, eu alertei para o uso de redes sociais. Na ocasião, lembrei que jornalistas, de forma não proposital, publicavam fotos em que marcas apareciam. Eu alertei então para aquilo que todos nós sabemos: jornalistas não fazem publicidade e que todo cuidado é pouco para evitar que nossos espectadores equivocadamente pensem que se descumpre esse preceito.

Hoje, volto a falar sobre o uso de redes sociais. O maior patrimônio do jornalista é a isenção. Na vida privada, como cidadão, pode-se acreditar em qualquer tese, pode-se ter preferências partidárias, pode-se aderir a qualquer ideologia. Mas tudo isso deve ser posto de lado no trabalho jornalístico. É como agimos.

Daí porque não se pode expressar essas preferências publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos. Pois, uma vez que se tornem públicas pela ação de um desses amigos, é impossível que os espectadores acreditem que tais preferências não contaminam o próprio trabalho jornalístico, que deve ser correto e isento.

Como entrevistar candidatos, se preferências são reveladas, às vezes de forma apaixonada? O mais grave é que, quando os vazamentos acontecem, as vítimas, com toda a minha solidariedade, dizem que foram mal interpretadas. Não importa, o dano está feito.

A Globo é apartidária, independente, isenta e correta. Cada vez que isso acontece, o dano não é apenas de quem se comportou de forma inapropriada nas redes sociais. O dano atinge a Globo. E minha missão é zelar para que isso não aconteça. Portanto, peço a todos que respeitem o que está em nossos Princípios Editoriais (e nos dos jornais sérios de todo o mundo):

'A participação de jornalistas do Grupo Globo em plataformas da internet como blogs pessoais, redes sociais e sites colaborativos deve levar em conta três pressupostos:

[…] 3– os jornalistas são em grande medida responsáveis pela imagem dos veículos para os quais trabalham e devem levar isso em conta em suas atividades públicas, evitando tudo aquilo que possa comprometer a percepção de que exercem a profissão com isenção e correção.'

É com isso em mente que envio esse e-mail.

Ali"

terça-feira, 10 de abril de 2018

Durante um rápido "Fora Temer", Carmen Lúcia pode assumir a Presidência na próxima sexta-feira, dia 13. Tá bom pra você?

Foto de Antonio Cruz. Agência Brasil

por O.V. Pochê

Aproveitando que estão com os passaportes válidos, Michel Temer vai para o Peru, Rodrigo Maia para o Panamá e Eunicio Oliveira para o Japão.

Se confirmadas as três ausências simultâneas, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, assume a Presidência da República.

O Brasil está tão esquisito que a data é, apropriadamente, uma sexta-feira, 13.



Memória da propaganda: quando o Brasil sonhou com o american way of life...

O carrão Nash.


O brasileiro queria ser o "Howard Hughes" dos trópicos e...


...aposentar a navalha. 


Enlatados para as crianças e...


...o fabuloso Studebaker para o pai.


As mulheres se livraram das toalinhas e...


... as mamães tinham gelo em casa e congelavam alimentos.


Contra o calor do Rio, Crush importado de Chicago. (Reproduções bqvMANCHETE)
por Pedro Juan Bettencourt 

O Brasil anda deprê. Mas há 70 anos, o país acelerava a urbanização e ensaiava momentos de euforia. A industrialização patinava com carência de energia elétrica, estradas e mão de obras especializada, grande parte da população ainda vivia em áreas rurais.

Apesar disso, com os cofres cheios de divisas acumuladas desde o boom de exportações de minério, borracha, madeira, açúcar etc, motivado pela Segunda Guerra, o governo do militar Eurico Gaspar Dutra implantou política econômica liberal, manteve o câmbio valorizado, facilitou pagamentos ao exterior e abriu os portões da alfândega.

Com as economias destroçadas pela guerra, a Europa e o Japão perderam relevância no comércio mundial. Os Estados Unidos, que não tiveram o parque industrial afetado por bombardeios, ao contrário, cresceram no período, eram os grandes fornecedores de bens de consumo para o mundo. Eles tinham o que vender e Dutra queria comprar. Carrofs, eletrodomésticos, produtos de beleza, alimentos enlatados, viagens aéreas, roupas, aparelho de barba, canetas, máquinas de costura, produtos farmacêuticos, brinquedos de plástico lotavam navios rumo aos trópicos.

Foi um breve surto, o Brasil acabou torrando as divisas e voltou ao pendura.

Enquanto a festa durou, as revistas ganharam páginas de anúncios.

E incipiente classe média das capitais a ilusão do american way of life.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Protesto, sim. Violência contra jornalista, não.

por José Esmeraldo Gonçalves

Violência contra repórteres, fotógrafos e cinegrafistas é inadmissível.

Os profissionais estão em campo cobrindo os fatos. Tais equipes não merecem se tornar alvos da revolta dos manifestantes contra a orientação política da grande mídia.

Não há dúvida de que tudo isso resulta de um acirramento de ânimos estimulado há muito tempo. As lideranças responsáveis dos partidos e dos movimentos sociais condenam as agressões. Mas assim como a mídia tem os seus comentaristas e colunistas que escrevem ou falam com sangue nas teclas e ódio no aúdio, os protestos abertos, nas ruas, recebem a adesão dos mais revoltados, com um potencial de inconsequência que explode com vigor ainda maior diante da repressão policial violenta que transforma a praça em zona de guerra.

Aliás, os jornalistas também acabam vítimas dos excessos e do despreparo das forças de segurança e não raro, no exercício do seu trabalho, são agredidos por políticos, juízes, autoridades e empresários eventualmente questionados e até por torcedores em jogos de futebol.

Os mesmos jornais que publicam matérias em que entidades criticam com razão agressões a jornalistas destacam colunistas que adotam a linguagem hater comum nas redes sociais e, infelizmente, replicada em análises provocativas que deveriam ser mais racionais e menos emocionais. Alguns postam como vândalos que atiram baldes de tinta. Ironicamente, articulistas e colunistas podem lançar suas pedras sem qualquer risco, suas trincheiras têm carpete e ar condicionado. Quem fica exposto às agressões da polícia e dos manifestantes de todos os lados é o repórter de campo, é ele o profissional que carrega o logo do veículo para a terra de ninguém.

Em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula avaliou que sua prisão provocaria orgasmos múltiplos nos meios do jornalismo de guerra. Lula errou. Antes fosse. Orgasmo é coisa de Eros. Quem comentou os últimos fatos na grande mídia foi Tânatos.

domingo, 8 de abril de 2018

Revista Time está à venda: de novo. Pensa que está fácil arrumar comprador?

Quem dá mais? Time Magazine, Fortune e Sports Illustrated estão à venda. A Meredith Corporation, havia comprado à Time Warner no ano passado. Agora, os executivos do grupo avaliam que os  títulos, que custaram US $ 1,8 bilhão, são excessivamente masculinos e não se encaixam com os títulos femininos tradicionais do grupo (Better Homes and Gardens, Family Circle e Martha Stewart Living).

Das revistas que faziam parte do pacote adquirido da Time Warner, a Meredith ficará com  People, Entertainment Weekly e InStyle. O Citigroup está encarregado de encontrar compradores.

A propósito do anúncio da venda, o New York Times publica um artigo bem-humorado onde lista nove razões para não comprar a Time. Analistas do mercado indicam, segundo o jornal, que a revista Time não vale mais de 10 milhões de dólares. Por esse valor, diz a autora do artigo, Sara Barret, dá para comprar um apartamento de luxo no Upper East Side, em Nova York, o quadro “Study for Peace Through Chemistry” de Roy Lichtenstein, mandar gravar um episódio particular do "Game of Thrones" ou botar na garagem um Rolls-Royce Phantom VIII, entre outros investimento melhores, segundo o NY Times.