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terça-feira, 26 de novembro de 2024

A Folha publicou ontem uma matéria sobre os 100 anos da Coluna Prestes, que começou sua epopeia em 28 de outubro de 1924. Em 1995, Manchete fez uma série épica por ocasião dos 70 anos da jornada revolucionária do Cavaleiro da Esperança. Durante nove meses Luiz Carlos Prestes Filho cruzou o Brasil do Sul ao Nordeste recolhendo memórias históricas dos passos do pai

 

Folha de São Paulo 


por José Esmeraldo Gonçalves 

A revista Manchete publicou uma série de 10 reportagens em uma monumental e exclusiva revisita à trajetória da Coluna no Sul, Centro Oeste e Nordeste do Brasil. Ao longo de nove meses, Luiz Carlos Prestes Filho percorreu 25 mil quilômetros. Ele não apenas reencontrou as memórias revolucionárias, como ouviu testenunhos, localizou antigas armas e apetrechos, comparou os tempos, as perdas ecológicas, relatou espécies animais desaparecidas e rios que perderam a pujança desde meados do século passado aos anos 1990. 


Na foto de Gustavo Stephan, Luiz Carlos Prestes Filho à frente de cavaleiros gaúchos e...

Luiz Carlos Prestes em imagem de arquivo da época no comando da tropa revolucionária

Como repórter, cumpriu sozinho o desafio de compor a série "Nas Trilhas da Coluna Prestes, em 1995, quando dos 70 anos da Coluna, mas a produção de imagens exigiu o revezamento de uma equipe de fotojornalistas. Prestes Filho foi acompanhado  Gustavo Sthepan, Marcos Corazza, João Mário Nunes, J.Egberto e Izan Peterle. Juntos os cinco profissionais operaram cerca de 10 mil fotos.  Esse material original integra ou integrava o arquivo fotográfico da Manchete leiloado após a falência da Bloch e que até hoje encontra-se em paradeiro e condições de preservação desconhecidos. 

A série, contudo, pode ser lida e vista na coleção da revista digitalizada pela Biblioteca Nacional.      

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Memórias da redação: a reportagem que virou memorial...


Em 1995, a Coluna Prestes - movimento político liderado por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, que percorreu o interior Brasil pregando reformas sociais -, comemorava 70 anos desde sua partida de Santo Ângelo (RS) em abril de 1925.

Alguns meses antes, o economista e pesquisador Luís Carlos Prestes Filho, que era colaborador da Manchete, propôs à redação uma pauta que parecia quase tão épica quanto a marcha que o pai empreendera dos pampas aos sertões nordestinos, cortando o cerrado do Centro-Oeste.

Prestes Filho queria refazer os passos do Prestes pai. A "coluna" jornalística revisitaria sítios históricos, identificaria as marcas do passado e localizaria descendentes dos revolucionários. O material apurado seria publicado em uma série de reportagens na revista.

E assim foi feito. Luís Carlos Prestes Filho partiu para o Rio Grande do Sul em dupla com o fotógrafo Gustavo Stephan.

Como a Coluna havia percorrido 11 estados, no total, cerca de 25 mil quilômetros, previa-se que a tarefa seria árdua. Na verdade, apenas Prestes Filho, naturalmente motivado pela ligação emocional com o episódio histórico, fez o trajeto completo. A Manchete providenciou um revezamento de fotógrafos. Stephan fez a primeira etapa, João Mário Nunes cobriu parte do Centro-Oeste e José Egberto fechou a jornada no Nordeste. Mesmo assim, todas longas e exaustivas etapas. A série publicada pela Manchete mostrou as mudanças que o tempo registrou na rota da Coluna, ouviu descendentes, localizou armas e objetos deixados no caminho pelos revolucionários.

Aquelas reportagens foram, pode-se dizer, o primeiro grande resgate jornalístico da epopeia vivida pelo Cavaleiro da Esperança.

O assunto seria abordado depois pelo Globo, em 1997, ano que marcava os 70 anos do fim da Coluna, em reportagem de formato semelhante assinada por Cristina Massari com fotos do mesmo Gustavo Stephan. Livros e documentários também refizeram os passos do Cavaleiro da Esperança por ocasião dos 80 e 90 anos da Coluna.

Aqui vale um exagero, mas não totalmente. A matéria da Manchete deve ter sido a primeira na história do jornalismo a resultar em um... memorial. Ao passar por Santo Ângelo, Luís Carlos Prestes Filho teve um encontro com o então prefeito Adroaldo Loureiro e a Coordenadora do Museu Municipal, Gládis Maria Pippi. A cidade, que estava programando uma solenidade para marcar os 70 anos da Coluna, foi surpreendida pela presença do filho do líder. E foi a partir daquela conversa que a ideia evoluiu para a instalação de um Memorial Coluna Prestes. A homenagem se concretizou em 1996, a família Prestes doou documentos, fotos e objetos, alguns deles localizados por Prestes Filho na longa jornada ao passado do pai. O acervo ocupa salas da antiga estação ferroviária de Santo Ângelo, de onde os revoltosos partiram, em 1925.

Tudo isso veio à rubrica Memória da Redação, neste blog, a partir de uma nota publicada no Jornalistas & Cia.

Em parceria com a fotógrafa Stela Martins, especializada em organizar expedições fotográficas, Gustavo Stephan, que hoje mora em uma fazenda em Minas Gerais, promove uma jornada de imersão no fotojornalismo e no trabalho do mestre Evandro Teixeira, além de passeios fotográficos na região.

Veja detalhes abaixo: