quinta-feira, 14 de julho de 2016

De joelhos? A selfie do atraso...



por Jean-Paul Lagarride
A cena é mais ridícula do que histórica.
A primeira-ministra da Brexit e líder do Partido Conservador, Theresa May, dobra os joelhos, subserviente, diante de Elizabeth II. Sinal de tradição ou não, a foto é um logotipo da mentalidade "nobre", ou pobre, que retirou a Grã-Bretanha da União Europeia.
The Independent projeta para até 2030 o fim da monarquia no Reino Unido. Diz-se que a instituição sobrevive por causa dos turistas - como uma espécie de Disneylândia -, pelo apoio das gerações mais velhas e pela figura carismática da rainha. Findo o seu prazo de validade, o sucessor pode não ter condições de manter aberto o parquinho.
Elizabeth II foi a favor do rompimento. A nova primeira-ministra inicialmente também apoiava o bota-fora. Depois, a pedido de David Cameron, deu declarações a favor do "remain". Apesar dos problemas econômicos que afetam os trabalhadores - e por isso muitos votaram pela Brexit - a intolerância racial e o medo da onda de imigração deram ainda maior suporte à direita para alcançar a apertada mas problemática vitória.
Para os analistas, já está claro que os prejuízos serão grandes. A mídia inglesa nunca publicou tantas análises de "especialistas" como nas últimas semanas. Muitos acreditam que há duas opções após a debandada da UE: aproximar-se dos Estados Unidos e aumentar o grau de dependência econômica e política como Tio Sam; e pedir à UE que mantenha a Grâ-Bretanha em um status especial, com acesso ao mercado europeu e alguns privilégios. Mas a alemã Angela Merkel já avisou que não vai permitir que os ingleses tirem só a cabecinha, ficando com a parte boa e livrando-se das obrigações com a Comunidade.
Até agora a Brexit não foi formalmente notificado à Comissão Europeia. As negociações vão demorar porque todas as decisões terão que ser submetidas aos Parlamentos nacionais. Mas a partir do momento em que Theresa May desdobrar os joelhos e oficializar a Brexit, o Reino Unido não terá mais opinião na UE, será ouvido como qualquer outro país, e novos acordos e contrapartidas serão negociados, como acontece com qualquer nação fora da Comunidade.
Uma possibilidade que não pode ser descartada é que o Reino Unido se aproxime de países como a Grécia ou nações do Leste Europeu em crise, com alguma insatisfação com a UE, e com o poder da Alemanha no bloco, para tentar incentivar outros rompimentos que enfraqueçam a Comunidade e facilitem relações bilaterais especiais.
Muito milho ainda vai rolar sob os joelhos de dona Thereza.
Dizem dela que pode ser a nova "dama de ferro".
Pela foto, parece estar mais para dama de companhia diarista..., sem ofensas.

ENQUANTO ISSO, HERDEIRO DO TRONO DA ITÁLIA PILOTA UM FOOD TRUCK DE MASSA EM LOS ANGELES...

No futuro, famílias reais poderão ser mais úteis à sociedade. Emanuele Filiberto, herdeiro do que já foi o trono da Itália (ele é neto do rei Umberto II, que foi despachado para o exílio quando a Itália se tornou uma república depois da Segunda Guerra), trocou o nobre ócio pelo trabalho honesto: ele ganha a vida vendendo pasta em um caminhão nas ruas de L.A. Veja a foto, abaixo, que Filiberto publicou no Facebook.
Reprodução Facebook

terça-feira, 12 de julho de 2016

"A Valise Mexicana": exposição em São Paulo reúne fotos de Robert Capa, Chim e Gerda Taro encontradas na Cidade do México. São imagens da Guerra Civil espanhola e estavam perdidas desde 1939...

Foto de Chim (David Seymour). Retrato da comunista espanhola Isidora Dolores, conhecida como La Pasionaria, Madrid, Espanha. Divulgação Caixa Cultural São Paulo/International Center of Photography (ICP) 
Foto de Robert Capa. Homem carregando garoto ferido, batalha de Teruel, Espanha.
Divulgação Caixa Cultural/International Center of Photography (ICP).
por José Esmeraldo Gonçalves
Em 2013, a exposição de fotografia La Valise Mexicaine, em cartaz no Musée d'art et d'histoire du Judaisme, no belo Hôtel de Saint-Aignan, em Paris, atraia milhares de pessoas.

O tema era instigante: revelava-se o conteúdo da lendária mala mexicana que guardava negativos de Robert Capa, Chim (David Seymour) e Gerda Taro (morta em combate), um material da Guerra Civil Espanhola dado como perdido desde 1939.

A "valise", na verdade, três pequenas caixas com 4.500 negativos, foi encontrada em 2008, na Cidade do México, por herdeiros de um general. A exposição parisiense era a primeira a mostrar as imagens que lançaram os conceitos da moderna fotografia de guerra.

No próximo de 23, a mostra A Valise Mexicana chega a São Paulo, na Caixa Cultural, onde poderá ser visitada até o dia 2 de outubro. Imperdível.

Serviço: 

Local: Caixa Cultural São Paulo
Data: 23/07/2016 a 02/10/2016 
Horário: Terça a domingo, das 9h às 19h
Horário da Bilheteria: -
Local: Caixa Cultural São Paulo
Entrada: Praça da Sé, 111 
Valor do Ingresso: Entrada Franca 
Exposição fotográfica de Robert Capa, Gerda Taro e David Seymour (Chim) sobre a Guerra Civil Espanhola. Acervo conservado, armazenado e tornado acessível através do International Center of Photography (ICP), sediado em Nova York.

O projeto também apresenta minicurso de fotojornalismo, em duas turmas: 06 e 13 de agosto; 03 e 10 de setembro. Inscrições até 05 de agosto pelo e-mail valisemexicana@gmail.com

Fonte: Caixa Cultural São Paulo

Por achar que a mídia conservadora não representa os 48% da população que votaram contra a Brexit, jornalistas britânicos lançam The New European, uma voz contra o atraso...

Reprodução Twitter

por Jean-Paul Lagarride
A ressaca da Brexit está aí e não vai passar tão cedo. Mas, pelo menos para o jornalismo, há boas notícias em torno da drástica decisão dos conservadores ingleses. A parcela que não apoia a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia não se desmobilizou. Os 48% da população que foram contra a Brexit (52% votaram a favor do isolamento) dão sinais de que a luta continua.

Um novo jornal chegou às bancas de Londres. Lançado por um grupo que considera que a mídia tradicional não os representa, The New European pretende veicular fatos e opiniões do país que surge após a surpreendente vitória da direita, do neoliberalismo, da intolerância, do medo da imigração e até do racismo.

Os idealizadores do novo jornal avaliam que apenas dois veículos ingleses firmaram posição clara contra a Brexit e mesmo assim na reta final da campanha quando pouco poderia ser feito para mobilizar a população.

The New European tem apenas quatro edições programadas, com tiragens de 200 mil exemplares. Se vai continuar, depende do apoio dos leitores. E não pretende falar só de política e economia, mas de futebol, literatura, moda, comportamento etc.

The New European bate uma espécie de recorde: segundo o editor Matt Kelly, que idealizou o jornal ao lado de outros jornalistas, intelectuais, universitários e jovens economistas, da ideia à concepção do site e a chegada em bancas passaram-se apenas nove dias.

Segundo Kelly, o verão de 2016 será lembrado "como um momento zeitgeist na história política e social britânica e toda sexta-feira, durante quatro semanas, um novo jornal vai desempenhar o seu papel neste momento de discussões críticas". O editor avisa que The New European não está alinhado com partidos políticos mas com o "entusiasmo pela Europa". A redação reúne importantes profissionais da Inglaterra e da Europa e jornalistas independentes, como Peter Bale, do Centro para a Integridade Pública, grupo que revelou os Panama Papers.

Para tentar ultrapassar o limite de sobrevivência - as quatro edições programadas - The New European abriu uma site para venda tanto da edição impressa quanto da versão digital.
Agora é com os leitores.


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segunda-feira, 11 de julho de 2016

A mídia na Eurocopa 2016: Capas que contam uma história, previsões que falharam...









por Jean-Paul Lagarride
Portugal não venceu apenas a Eurocopa. Venceu os céticos. No começo do torneio, Portugal quase nem era notado. Apenas Cristiano Ronaldo era citado nos comentários. Quando Islândia e País de Gales se tornaram as gratas surpresas do torneio até CR7 perdeu espaço.
Enquanto isso, o jogo da Alemanha era exaltado como "inteligente", de jogadas altamente científicas e planejadas, quase imbatível; a Espanha, a julgar pelos elogios, era dada como certa nas finais; Iniesta, que é um craque, foi aclamado como sendo dotado de poderes extraterrestres até que se apagou na eliminação da Espanha pela Itália desacreditada. Diziam que a França, embora sem um grande time, talvez chegasse à decisão no Stade de France por sua tradição de se superar em casa. Até a Bélgica ganhou adjetivos admirados.
Portugal, que não passaria de um esforçado coadjuvante, avançou à custa de empates e um golzinho na prorrogação. Só quando os patrícios mandaram País de Gales pra casa passaram a chamar alguma atenção. Os favoritos ficaram no caminho. Curiosamente, perdedores adeptos de um mesmo estilo, o de intensa e rápida troca de passes, Alemanha, Bélgica e Espanha praticaram um esquema que levava a bola às imediações da pequena área mas falhava nas finalizações. Mais ou menos como a França, ontem.
Ao tiki-taka que rolou nos estádios da França, como o estilo da Espanha importado do Barcelona, faltavam um Messi, um Neymar e um Suárez para balançar as redes.
Do Brasil me contam que, ontem, na TV, o capitão Carlos Alberto Torres, que não achou assim tão alto o nível da Eurocopa 2016, deu uma invertida em um comentarista que se preparava para um enredo-exaltação ao futebol das seleções europeias, que ele classificou como de uma "evolução" do futebol. Menos, pediu o craque tricampeão.
A Eurocopa foi sim um grande espetáculo, momentos sensacionais, estádios lotados, uma bela festa do futebol, a Islândia e País de Gales fizeram história, os hooligans que ameaçaram criar problemas no início foram embora mais cedo junto com a seleções da Inglaterra, Rússia, Polônia e Irlanda, mas parte da mídia europeia permaneceu crítica em relação ao nível técnico apresentado principalmente pelas seleções das chamada elite. Alguns jogos foram chatos. Ontem, descontada a emoção típica de final, o primeiro tempo de Portugal e França foi medíocre. O segundo melhorou um pouco.
E Portugal foi justamente premiado pelo esforço, pela defesa que conteve as ofensivas da França, por Ruy Patrício, e pela determinação em procurar o gol nos últimos 40 minutos, aí incluída a prorrogação, e pelo Éder e seu DNA de camisa 9.
Hoje, as capas dos jornais europeus se alternam entre a alegria de Portugal e a tristeza da França.







E O ÔNIBUS DA SELEÇÃO FRANCESA VAI LEVAR UMA NOVA MÃO DE TINTA: JÁ ESTAVA ESTACIONADO À SAÍDA DO STADE DE FRANCE COM A COMEMORAÇÃO DO DO TÍTULO QUE NÃO VEIO...
Reprodução Twitter

Fotos dos distúrbios raciais nos Estados Unidos viralizam na web. Uma das cenas mais acessadas é a da enfermeira Ieshia Evans que desafiou a polícia



Os atuais conflitos raciais nos Estados Unidos já produziram pelo menos duas fotos que estão viralizando na rede mundial. Uma é a da enfermeira Ieshia Evans que enfrentou o aparato repressivo em Baton Rouge, na Louisiana. A imagem da manifestante solitária e determinada diante da ferocidade policial remete à cena do estudante que tentou parar uma coluna de tanques em Pequim, em 1989. A foto registra o momento em que dois policiais blindados correm para algemá-la. Evans foi mantida presa por 24 horas. Outra imagem, a de um manifestante imobilizado no asfalto sob o joelho de um policial também é compartilhada na rede. Em várias cidades americanas, a tensão racial atinge níveis preocupantes. As fotos acima estão no Mail On Line 


Memórias da redação: Testemunhas do transitório (na Fatos & Fotos/Gente)

Cartier-Brsson na capa do encarte da Fatos & Fotos/Gente

Uma das famosas fotos de Alécio de Andrade, que foi correspondente da Manchete,
em Paris: três freiras contemplam três graças.

O encarte da F&F tinha 16 páginas. Acima, a foto de Robert Capa, no Dia D. 

Che Guevara segundo René Burri, que veio várias vezes à América do Sul e fez matérias especiais para a Manchete

Os fotógrafos da Magnum reunidos no livro

A revista Fatos e Fotos/Gente publicava nos anos 1970 uma série chamada "Um best seller em meia hora de leitura". Eram versões condensadas de livros recém-lançados ou de obras que ainda nem haviam chegado às livrarias.
Apresentado em um encarte de 16 páginas, um dos livros resumidos na época contava a história de uma agência fotográfica da qual a Manchete utilizou centenas de fotos. "Agência Magnum, a vida por uma foto" falava de profissionais como Henry Cartier-Bresson, Robert Capa, René Burri e o brasileiro Alécio de Andrade.
Publicações como Life e Look estavam fechando e, aos poucos, a Magnum se retirava da imprensa diária. "A concorrência é grande. Enfrentamos vinte ou trinta agências cobrindo o mesmo fato, dizia René Burri. "A Magnum prefere a qualidade, busca novas formas para a arte fotográfica. Não desejamos fazer uma fotografia que se queime na primeira página de um jornal, no dia seguinte, e que logo depois não signifique mais nada".
Antes, em 1966, Henri Cartier-Bresson havia se desligado da Magnum. Referindo-se ao crescente espírito de comercialização, ele alertou: "A principal satisfação para um fotógrafo não é o sucesso, mas a comunicação. O dever do fotógrafo não deve ser o de analisar cada fato humano. Não somos publicitários. Somos testemunhas do transitório".
Desafios que, atualmente, com a velocidade da Internet e o bombardeio de imagens a cada segundo, permanecem válidos e são ainda maiores.

Deu no Portal Imprensa: Alexandre Frota processa "Folha" e colunista por danos morais; ator ameaçou o blogueiro

O ator Alexandre Frota decidiu processar a Folha de S.Paulo e o colunista Tony Goes por danos morais após a publicação do texto "Alexandre Frota é um sintoma da nossa falta de educação", em 27 de maio. VEJA MATÉRIA E VÍDEO NO PORTAL IMPRENSA. CLIQUE AQUI

Eleições no Sindicato: 2º debate entre as chapas será nesta quarta-feira (13/07), na ABI


(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

As chapas em disputa pelo Sindicato e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) voltam a discutir as suas propostas para a categoria em debate nesta quarta-feira (13/07), às 19h, no 7º andar da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) (Rua Araújo Porto Alegre 71, Centro do Rio). Compareça! A participação de todos os jornalistas é fundamental.


Prazo para regularização de associados para eleição será prorrogado até o dia 12, decide Comissão Eleitoral

A Comissão Eleitoral informa que, em reunião realizada nesta quinta-feira (7), na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, decidiu, juntamente com os representantes das chapas concorrentes às eleições locais, prorrogar o prazo de regularização de pagamento de mensalidade para aqueles que desejarem participar das eleições. Portanto, fica apto a votar quem se filiou até dia 7 de julho de 2016 e que tiver quitado as mensalidades até às 18h do dia 12 de julho de 2016.

Fonte: SJPMRJ

domingo, 10 de julho de 2016

Lewis Hamilton e Serena Williams: dia da raça na terra do Brexit...

Reprodução/The Telegraph

Foto International Tennis Federation

por Niko Bolontrin
Se há quem analise que a vitória do Brexit, no Reino Unido, foi um recado conservador impulsionado pela intoleráncia, o esporte deu sua resposta neste fim de semana. Em Wimbledon, a tenista Serena Williams ganhou pela sétima vez o mais importante tradicional do mundo. Em Silverstone, o piloto Lewis Hamilton dominou a corrida de F-1. Foi sua quarta vitória no histórico circuito.

Um fim de semana esportivo: meninas do Brasil dominam pódios internacionais

A vibração das brasileiras. Foto FIVB

Foto FIVB

Vitória no vôlei de praia. Foto FIVB

A campeã do UFC 200. Foto Josh Hedges/ Site UFC/Divulgação

por Niko Bolontrin

Em um fim de semana de muitas decisões na quadra, na areia e no octógono, só deu elas. A seleção feminina de vôlei ganhou pela 11ª vez o disputado Grand Prix. A batalha e a festa final aconteceram em Bangcoc, Tailândia. No último jogo, as meninas do Brasil derrotaram os Estados Unidos por 3 sets a 2, parciais 18/25, 25/17, 25/23, 22/25 e 15/9. Em entrevista após a vitória, o técnico Zé Roberto Guimarães mostrou que já pensa no próximo objetivo: "Estou muito orgulhoso, muito orgulhoso do meu time. Jogamos uma grande batalha, uma partida maravilhosa. No tie-break, qualquer um poderia ganhar, estou muito feliz. Mas precisamos pensar no Rio, porque a Olimpíada é mais importante que o Grand Prix"

Em Gstaad, Suíça, Larissa e Talita, dupla de vôlei de praia, venceram o Major Series derrotando as americanas Kerri Walsh e April Ross por 2 sets a 0 (21/18, 21/14). Foi o último torneio oficial antes das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

No UFC 200,em Las Vegas, a baiana Amanda Nunes superou com um mata-leão a americana Miesha Tatecom. Amanda tornou-se a primeira campeã brasileira no octógono.

sábado, 9 de julho de 2016

Modelos negras ganham espaço em capas de revistas. Nos Estados Unidos. O Brasil ainda é colonial nesse item...

Reprodução Style.Mic
por Clara S. Britto
A publicação digital Style.Mic analisou capas de revistas americanas sob o ponto de vista da diversidade racial. No ranking, a revista Teen Vogue se saiu bem: nos últimos seis meses colocou negras nas capas em metade das edições. Já as revistas tradicionais e conservadoras como a edição principal da Vogue, a Glamour, Cosmopolitan,  Harper Bazaar etc, foram menos abertas às modelos não-brancas. 
De qualquer forma, a matéria constata avanços. Lá. 
Em 2015, as negras estamparam 26 capas em 137 publicações; na primeira metade de 2016, já conquistaram 34 capas em 86 edições.
Os números das revistas brasileiras? Não conheço pesquisa semelhante feita aqui. Mas dá para contar nos dedos de uma mão. É só ver nas bancas. O preconceito racial dissimulado ainda é forte na publicidade, nos desfiles de moda e nas revistas femininas. 

A pátria das tornozeleiras... Vai graxa aí, meu tio?

Reprodução Facebook
por José Esmeraldo Gonçalves 

Foi há 60 anos. Em 1956, o Botafogo partiu para uma longa excursão à Europa. Foram 22 jogos contra os principais times da época. Eram amistosos, mas o pau comia direitinho. Contra o Barcelona, vitória do Botafogo, a partida nem chegou ao fim tantos foram os jogadores expulsos.
Reprodução

Dizem que Garrincha - dono das canelas e tornozelos mais visados da história desde que o homem passou a andar em pé e a ostentar o apelido de Erectus -, chegava a usar duas "meias" emborrachadas em cada perna.

O nome do adereço? Tornozeleira.

Hoje os jogadores também usam protetores para as pernas importados das artes marciais, mas Garrincha não era desse tempo.

Pois é, ela, a tornozeleira, já teve funções mais edificantes.

Atualmente, se alguém falar em tornozeleira no metrô lotado ninguém vai perguntar em que posição você joga, mas em qual operação da PF foi indiciado. O velho protetor de metatarsos, astrágalos, tíbias e fíbulas dos atletas deixou as páginas esportivas e foi admitido nas seções policiais.

Nas arenas políticas e empresariais é tal a demanda por tornozeleiras eletrônicas que o produto está em falta no mercado. Nesses círculos, a calça boca-de-sino, que disfarça o equipamento, está voltando à moda e deixando doutores, excelências e CEOs mais confortáveis na medida do possível.

A geringonça não os impede de fazer nada. Podem caminhar, roubar normalmente e até transar, é só ter cuidado pra não contundir a canela da patroa. Os indiciados apenas evitam engraxar sapatos em público. Aí pega mal.

Reprodução web
Ironicamente, nessa semana, coube à tornozeleira eletrônica unificar as editorias esportivas e policiais. A lei"adentrou" o gramado e prendeu jogadores de futebol que participavam de um esquema que "entregava" o jogo para favorecer uma máfia de apostadores. Alguns já foram liberados e cumprem prisão domiciliar devidamente equipados com tornozeleiras. As rastreadoras, no caso. O ex-presidente da CBF, José Maria Marín, está em Nova York conectado à uma tornozeleira made in USA.

Além dos escândalos da Fifa, investigações sobre sonegação fiscal na venda de Neymar ao Barcelona e a condenação de Messi por fraude fiscal e falsidade ideológica sinalizam cartões amarelos e vermelhos no mundo da bola.

Há uns dez anos, o futebol brasileiro sofreu um abalo semelhante. Na época, o esquema de apostas ficou conhecido como a "Máfia do Apito". A polícia chegou a prender vários envolvidos. Ninguém foi punido. Os processos foram arquivados por minúcias jurídicas.

Embora escândalos esportivos não sejam "privilégio" do Brasil - as autoridades italianas e inglesas também já estouraram propinodutos alimentados por casas de apostas - a tornozeleira eletrônica entra em campo no momento em que o futebol brasileiro vive sua pior fase.

Melhor acreditar que a grande maioria - o time dos sem-tornozeleiras - vai virar esse jogo.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Deu no Mirror: terrorismo islâmico decapita jogadores de futebol.


por Jean-Paul Lagarride
O terrorismo religioso do Daesh (autodenominado Estado Islâmico) decapitou quatro jogadores de futebol do time sírio Al-Shabab, da cidade de Raqqa, sob a alegação de que futebol é prática anti-islâmica.

Registre-se que a Copa do Mundo de Futebol de 2022 será realizada em um país islâmico, o Catar.

A crueldade crescente do Daesh, agora decretando que esporte é "crime", é uma indicação a mais ide que os ricos países do Golfo, especialmente, precisam aderir com maior firmeza à guerra contra o tal do Estado Islâmico.

O próprio Ocidente, apesar dos ataques terroristas na Europa, não adotou plenamente a opção militar, isso apesar de estar claro que o Estado islâmico não considera negociar com opositores.

Com essa declaração de que futebol é blasfemo, surge uma ameaça a mais à Copa do Mundo na região. A não ser que até lá o Daesh seja levado definitivamente à marca do pênalti e desclassificado da vida.

Gisele Bündchen e Cauã em campanha para os jeans Givenchy

por Clara S. Britto
O estilista Riccardo Tisci publicou na sua conta no Instagram fotos da campanha que os brasileiros Gisele Bündchen e Cauã Reymond fizeram para a nova linha de jeans da Givenchy. O ensaio é assinado pelos fotógrafos Luigi & Iango


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Vestida para jogar...


por Clara S. Britto
Entre saques e voleios, um vestido causa agito no torneio de Wimbledon. Movimentando-se na quadra com uma peça da griffe Nike, a candense Eugenie Bouchard faz sucesso, principalmente quando as rajadas de vento ultrapassam os 50 km por hora.
As quadras começaram a se transformar em passarelas por conta a criatividade de Maria Sharapova. Atualmente suspensa do circuito, a russa abriu caminho para outras estrelas. Segundo a CNN, há que acuse os modelos de "sexistas', mas não Bouchard, que declarou: "Eu não posso comentar sobre a opinião de outra pessoa. É um vestido curto, mas é assim que eu gosto".

Quer publicar seu fotolivro inédito? A editora RM promove um concurso internacional. Veja como participar

A RM, editora de livros de arte, abriu inscrições (até 15 de agosto) para o 6° Concurso de Fotolivros dirigido a projetos de livros inéditos de fotógrafos que moram na América Latina, Portugal e Espanha. Na bancada do júri, estão, entre outros, Alec Soth (Estados Unidos), diane Dufour (Fran ça), Pablo Monasterio (México), Claudia Jaguaribe (Brasil) e Horacio Fernández (Espanha)
Você pode ver mais detalhes no site da RM, clique AQUI

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Folha teme fantasma de Stálin na Copa de 2018...

A reportagem original do New York Time 

E a reprodução estilo "perigo vermelho" na Folha.

Jornalismo não é ciência nem muito menos exata. Passa longe disso, claro. Cada texto, cada título, cada palavra está sujeita a chuvas e trovoadas, interpretações, idiossincrasias, ideologias, preferências e, dependendo do veículo, à vontade do dono e dos seus parceiros, amigos e familiares. A Folha acaba de mostrar como pegar, digamos, uma peça de carne e marinar a gosto.
O jornal New York Times publicou uma extensa reportagem sobre a construção das estruturas para a Copa de 2018 na Rússia. O título da matéria do NYT se refere ao estilo "matrioska" de um dos estádios, numa referência à tradicional boneca russa e, por extensão, à cultura do país.
No que a matéria foi travestida para a Folha ganhou um título típico de quem olha embaixo da cama antes de dormir para checar se há comunista homiziado no recinto. "Reforma do Estádio da Copa-2018 mantém estrutura da era stalinista": é o título-coxinha do jornalão. Uáu! Isso significa que os velhos comunas estão atuantes e querem mandar um recado ao mundo? Que o torcedor que for a Moscou e olhar para a tribuna de honra vai ver Kruschev, Beria, Malenkov, o Politburo inteiro dos tempos da Guerra Fria? Que a KGB vai apitar os jogos?
Assustador.
O NYT foi menos J. Edgar Hoover, que ironicamente gostava de ver a coisa vermelha, e diz que a Rússia está erguendo uma estrutura moderna para a Copa. O estádio "stalinista', na visão da Folha, é o Luzhniki, que foi construído em 1956 e sediou a Olimpíada de 1980, aquele em que a imagem do urso Misha emocionou o mundo ao se formar nas arquibancadas no espetáculo de encerramento dos Jogos. A velha Rússia tem uma tradição de preservar a história. Os bolcheviques não destruíram os tesouros artísticos e arquitetônicos dos czares. À queda do comunismo não se seguiu uma política de terra arrasada da arquitetura, dos símbolos, dos marcos da era soviética. A Alemanha modernizou e preservou o estádio construído pelos nazistas e que sediou os Jogos Olímpicos de 1936 e a Copa de 2016. O Brasil reformou o Maracanã e manteve as linhas arquitetônicas do estádio histórico que já recebeu duas Copas e vai ser um dos palcos da Rio 2016.
A Rússia vai manter a fachada de um estádio da era soviética. Ou seja: normalíssimo. Mas a Folha preferiu se impressionar com o bigodão e o fantasma ameaçador de Stálin. Eu, hein? Lênin explica.

Atriz posta foto de cães sobre bandeira e provoca a ira da direita "patriótica"




Reproduções Instagram

O bom senso adverte: intolerância acaba com o bom humor. A atriz Kaley Cuoco (a Penny, do seriado The Big Bang Theory) quis homenagear o 4 de Julho e postou uma inocente foto dos seus cães sentados sobre uma bandeira americana. Os pelotões patriotas somados à torcida do Trump e da KKK bombardearam a conta da atriz com impropérios e ameaças. Kaley Cuoco se explicou depois e pediu desculpas a quem não entendeu a mensagem. Nem precisava. Onde está a ofensa? Com certeza não na foto nem nos cães que obviamente têm mais dignidade do que o candidato racista da direita americana.

Diversidade nos quadrinhos e nas telas. Vem aí a Mulher de Ferro (com visual de Beyoncé).



A Marvel anuncia uma mudanças de parâmetros no seu elenco de heróis. Em nome da sensibilidade social e dos novos tempos de afirmação da diversidade, o Homem de Ferro, que nasceu e é encarnado pelo milionários branco Tony Stark, ganhará uma versão feminina. Riri Williams, negra e aluna prodígio de Stark vai estrelar a revista Invincible Iron Man I, que chegará às bancas dos Estados Unidos em outubro. Parece inspirada na Beyoncé. O próximo passo pode ser o cinema. A figura de Riri Williams foi criada pelo brasileiro Deodato Taumaturgo, que assina Mike Deodoro Jr., artista paraibano que é ilustrador da Marvel.