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Reprodução Sportlight |
Há quase seis meses, o site de jornalismo investigativo Sportlight, divulgou uma grande reportagem sobre o vertiginoso sucesso de um empresário ligado a Sérgio Cabral e membro destacado do elenco da "Turma do Guardanapo" e da "República de Mangaratiba".
Marco Antonio de Luca, o empresário guardanapeiro, é um dos proprietários de uma "joia" cravada em plena orla do Leblon: o super quiosque de luxo Riba, uma espécie de point dos coxinhas.
O Riba, que tem mais três filiais, é apenas parte do "império" Luca, do qual fazem parte as empresas de alimentos Masa e Milano, principais fornecedoras de refeições e merendas para a prefeitura e o estado do Rio de Janeiro.
O empresário finalmente caiu na Lava Jato e foi preso na última quinta-feira pela Polícia Federal.
A reportagem do Sportlight era sustentada por documentos, mas, curiosamente, a grande mídia chegou atrasada ao caso que envolve o Riba ou não achou que merecesse espaço. Ponto para o Sportlight que, em janeiro, mostrou o cardápio suspeito do quiosque chique que, ironicamente, tem entre sua clientela muitos dos manifestantes champanhotas que foram para as ruas com a camisa da CBF pedindo o "fim" da corrupção. A investigação prossegue e muita sujeira ainda pode aparecer debaixo dos croquetes.
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O Globo publicou ontem matéria sob o título "Efeito Lava-Jato esvazia mercado de luxo do Rio". A reportagem focaliza restaurantes, especialmente. Mas, além da crise e dos problemas de segurança que afetam o Rio, grande parte do segmento comercial que atende ao chamado topo da pirâmide social entrou em parafuso por um motivo mais relevante: virou chave de cadeia. Acontece que ex-ilustre parcela da população que sustentava o milionário mercado de luxo está mais suja do que valão de esgoto da Baixada. Muitos restaurantes, joalherias, imobiliárias, agências de automóveis, locadoras de helicópteros e jatinhos, representantes comerciais de lanchas e grifes de moda sofisticada acusam, literalmente, o golpe. Conhecidos políticos e empresários, seus clientes, estão presos, investigados ou com contas bloqueadas. A prisão ou o afastamento de muitos corruptos e corruptores abala toda uma cadeia de beneficiários, desde aqueles que auferiam lucros com o superfaturamento de obras e serviços à estrutura comercial que se beneficiava dos esquemas, direta ou indiretamente, na ponta do consumo.
E esse pessoal trambiqueiro carregava no bolso um atrativo a mais para o mercado de luxo: os fulanos corruptos e suas famílias pagavam em dinheiro. Sujo, mas dinheiro.
Em tempo: o jornalismo independente fica devendo essa à Sportlight.
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