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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Boris Johnson, o trapalhão atrapalhado

Boris Johnson. Twitter
por Jean-Paul Lagarride

Em matéria de mundo bizarro, o Brasil não está sozinho.

O Reino Unido também vive às voltas com um trapalhão atrapalhado.

O apresentador Graham Norton, da BBC (no Brasil, seu programa de entrevistas com celebridades é exibido no canal por assinatura Film&Arts) é normalmente bem-humorado, pelo menos até o atual primeiro-ministro Boris Johnson o tirar do sério.

Se você já se perguntou o que diabos está acontecendo no Reino Unido, Norton explica. Ao comparecer ao Late Show de Stephen Colbert, ele deu uma aula de política.

À sua maneira.

Norton comparou Boris Johnson a Cabbage
Patch Kid, boneco famosos na
Inglaterra e nos Estados Unidos.
"De um modo leve, é como se o Reino Unido estivesse envergonhado pelos Estados Unidos se sentirem sozinhos no cenário mundial e encontrado seu próprio Cabbage Patch Kid bravo e o tornou líder", disse Norton.

"Eu não confiaria que ele regasse minhas plantas quando estivesse fora, mas de alguma forma ele é o primeiro-ministro", finalizou.

A notícia está no Mashable.

Além da comparação inevitável com Bolsonaro, o contexto do Reino Unido em guinada para a direita mostra outra semelhança com o Brasil: o movimento de apresentadores de TV rumo à política. Boris Johnson era um animador televisivo caricato e histriônico. João Dória e Luciano Huck, egressos da TV, estão aí para não deixar Trump, Boris, Beppe Grillo (comediante da Itália, deputado e fundador do  Movimento 5 Estrelas) e Volodymyr Zelenskiy (humorista que se tornou presidente da Ucrânia) mentirem.               

quarta-feira, 29 de março de 2017

Jornalista leva pernada na rede social...


por Jean-Paul Lagarride
Não parece, mas houve uma época em que jornais podiam operar em mão única. Críticas sobre coberturas, parcialidade e omissões não os atingiam de volta. Cartas dos leitores não valiam porque das milhares recebidas eram selecionadas algumas e não exatamente as mais contundentes. As redes sociais viraram o jogo. Para o que faz sentido e para o exagero. Não importa. Agora é bateu, levou.

Mas ainda é melhor o exagero da crítica do que a passividade do silêncio.

O Daily Mail publicou, ontem, na capa, foto das primeiras-ministras da Inglaterra e da Escócia, Theresa May e Nicola Sturgeon, ao lado de um título provocante. Digamos que é algo como "esqueçam o Brexit e vejam quem ganhou no jogo de pernas" explorando na frase um simples trocadilho com o "legs-it".

A abordagem do DM foi acusada de ser "sexista", "idiota", "imbecil". Alguns leitores curtiram o bom humor, políticos do governo e da oposição acharam a edição ofensiva e o jornal e a repórter foram bombardeados na web.

Ontem, o Daily Mail não perdeu muito tempo em explicações. Apenas tuitou:"Pelo amor de Deus, vão arrumar o que fazer!". Hoje, a jornalista Sarah Vine escreveu um artigo sobre a polêmica. "De vez em quando, como se diz no jornalismo, uma matéria ganhas pernas. No meu caso, literalmente", escreveu ela.  Vine conta que durante o dia inteiro foi assediada para dar declaração à BBC, The Guardian, programas Today, Sky etc. "A década de 1950 ligou e pediu sua manchete de volta", tuitou um político trabalhista. "Uma rápida varredura da internet confirmou meu status como oficialmente na casa de cachorro", concluiu Vine, sobre o fato de ter virado saco de pancadas.
A jornalista defende o título da página como apenas "um trocadilho engraçado" ao lado de uma foto que mostra as duas mulheres mais poderosas na Grã-Bretanha com pose e escolha de vestido semelhantes em um encontro importantíssimo para ambas. "Não é só um pouco divertido?", pergunta a jornalista.
Sem falar que as duas donas das pernocas são, nesse momento, antagonistas (a Escócia planeja encaminhar novo plebiscito para se separar do Reino Unido e elas divergem em relação ao Brexit), devem se odiar e fingem na foto que se amam.
"Como eu poderia não mencionar aquelas pernas? As pernas são a primeira coisa que se vê na foto. As duas poderiam ter escolhido algo mais banal para vestir. Mas não o fizeram. E isso é significativo. Eu vivo a política de perto. Eu sei como funciona esse jogo. Essas escolhas não foram acidentais. Os saltos, as saias acima dos joelhos e as jóias cuidadosamente selecionadas. Tudo isso foi planejado meticulosamente. Qualquer imagem que a fotografia projetasse, serias 100% intencional. Salientando que elas estavam aproveitando ao máximo seus melhores recursos físicos - em ambos os casos, suas pernas - e isso não é sexismo, é observação".

terça-feira, 12 de julho de 2016

Por achar que a mídia conservadora não representa os 48% da população que votaram contra a Brexit, jornalistas britânicos lançam The New European, uma voz contra o atraso...

Reprodução Twitter

por Jean-Paul Lagarride
A ressaca da Brexit está aí e não vai passar tão cedo. Mas, pelo menos para o jornalismo, há boas notícias em torno da drástica decisão dos conservadores ingleses. A parcela que não apoia a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia não se desmobilizou. Os 48% da população que foram contra a Brexit (52% votaram a favor do isolamento) dão sinais de que a luta continua.

Um novo jornal chegou às bancas de Londres. Lançado por um grupo que considera que a mídia tradicional não os representa, The New European pretende veicular fatos e opiniões do país que surge após a surpreendente vitória da direita, do neoliberalismo, da intolerância, do medo da imigração e até do racismo.

Os idealizadores do novo jornal avaliam que apenas dois veículos ingleses firmaram posição clara contra a Brexit e mesmo assim na reta final da campanha quando pouco poderia ser feito para mobilizar a população.

The New European tem apenas quatro edições programadas, com tiragens de 200 mil exemplares. Se vai continuar, depende do apoio dos leitores. E não pretende falar só de política e economia, mas de futebol, literatura, moda, comportamento etc.

The New European bate uma espécie de recorde: segundo o editor Matt Kelly, que idealizou o jornal ao lado de outros jornalistas, intelectuais, universitários e jovens economistas, da ideia à concepção do site e a chegada em bancas passaram-se apenas nove dias.

Segundo Kelly, o verão de 2016 será lembrado "como um momento zeitgeist na história política e social britânica e toda sexta-feira, durante quatro semanas, um novo jornal vai desempenhar o seu papel neste momento de discussões críticas". O editor avisa que The New European não está alinhado com partidos políticos mas com o "entusiasmo pela Europa". A redação reúne importantes profissionais da Inglaterra e da Europa e jornalistas independentes, como Peter Bale, do Centro para a Integridade Pública, grupo que revelou os Panama Papers.

Para tentar ultrapassar o limite de sobrevivência - as quatro edições programadas - The New European abriu uma site para venda tanto da edição impressa quanto da versão digital.
Agora é com os leitores.


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domingo, 26 de junho de 2016

Brexit na capa: drama e criatividade na mídia internacional. No Brasil, o tema não dominou as primeiras páginas dos jornais, mas está nas revistas semanais





















por José Esmeraldo Gonçalves

Os principais jornais e revistas do mundo deram capas obrigatórias nessa semana: Brexit. A maioria investiu em criatividade e alguma dramaticidade ou perplexidade.

As melhores foram aquelas que recorreram a soluções artísticas ou gráficas que transmitiram a mensagem a um olhar, como The New Yorker e The Economist. L'Echo sofisticou a notícia e fez uma bela primeira página; La Razón embutiu na composição uma análise política e apontou o populismo por trás da votação; The Times, FT Weekend e Daily Mirror "personalizaram" o tema ao mostrar o Primeiro Ministro abatido pelo raio, sozinho ou ao lado de mulher solidária e emocionada. David Cameron tem razão para estar deprê. Ele tentou um tiro político banal e a bala perdida fez uma curva e o acertou na cabeça; The Independent deu um passo adiante com Boris Johnson na capa já como candidato a Primeiro Ministro. Ele poderá ser o homem do day after.

Os jornais brasileiros, em geral, não destacaram o assunto na primeira página. A apuração acabou de madrugada, fora do fechamento dos jornais de sábado. Hoje, analisam o tema nas páginas internas. Não há muitos comentários verdadeiramente sólidos e conclusivos sobre as consequências para o Brasil. Analistas e colunistas são cautelosos. O comércio do Brasil com a Inglaterra não é lá muito relevante na balança comercial. Se vai melhorar ou piorar não está ainda muito claro. Talvez nos próximos dias. A mídia aqui abordou mais as consequências da Brexit para brasileiros residentes na Inglaterra. A previsão é que que terão problemas.

Ao contrário dos jornais, as revistas semanais brasileiras saem com capas sobre a Brexit. A Veja recorre ao velho símbolo do Reino Unido. A rainha foi a favor do ponta-pé na União Europeia, influenciou o voto conservador, como se este precisasse de uma força, mas foi derrotada em Londres, seu terreiro, cuja ampla maioria votou para ficar na UE. De qualquer forma, a rainha não foi peça essencial do complexo xadrez político. A mídia britânica não tratou a sra. Windsor como o logotipo da Brexit. Um leitor desavisado pode até achar que aquela foto é a do adeus definitivo da rainha noventona e estava reservada para uma futura capa. A Época atribui o grito de "independência" à classe média insatisfeita. A capa da Istoé vem com um tom de lamento. Nenhuma das três revistas parece ter se esforçado para criar algo marcante. Talvez, mais uma vez, como no caso dos jornais, por o assunto estar aparentemente distante das preocupações da maioria dos seus leitores.

A Europa pede pressa aos ingleses para oficializar a saída. Mas o processo levará um bom tempo. Anular leis, formular novas regras e negociar o futuro vai demorar. Alguns analistas alertam que a Inglaterra tem muito a perder e já há políticos tentando amenizar a saída com uma fórmula que validaria a decisão política do voto popular, mas deixaria espaço para uma negociação ponto a ponto de acordos com o bloco, de forma a manter laços econômicos e financeiros em status especiais. Não se sabe como a UE reagirá a esse apaziguamento depois de levar o tapa na cara, mas os "bombeiros" de ambos os lados vão entrar em ação. Ao mesmo tempo, alguns países do bloco vão enfrentar propostas de plebiscitos. Seria o temido "efeito contágio" impulsionado por políticas nacionalistas. Brexit e seus desdobramentos vão mobilizar redações internacionais nos próximos meses.







sexta-feira, 24 de junho de 2016

União Europeia prepara retaliação contra fish-and-chips, chá-das-cinco, rainha, english team, James Bond...

Uma estrela cai... Reprodução Instagram

A capa do Mirror, que apoiava a permanência do Reino Unido na UE, não sensibilizou os eleitores.


A rainha não tem muito ideia do que está rolando e mandou avisar que "quer que se f***".
 (Reprodução Facebook)

por Jean-Paul Lagarride

Em pleno impacto da votação que faz o Reino Unido pular fora da União Europeia, também há espaço hoje, na mídia e nas redes sociais da Europa, para humor, ironias e sarcasmo.
Veja 10 sugestões que rolam no Velho Continente para uma retaliação contra a debandada britânica.

1) UE vai reconhecer que o gol da Inglaterra contra a Alemanha, em 1966, foi irregular. Naquele jogo, uma bola bateu no travessão e não entrou. Mas o juiz validou o gol que deu a Copa à Inglaterra. Agora, a Fifa cassa o título.

2) UE reconhece que as Malvinas são argentinas

3) Todos os vilões dos filmes de James Bond serão homenageados nos festivais de Cannes e Veneza.

4) Se quiser visitar a Europa, a rainha Elizabeth terá que ir para a Turquia e embarcar em um bote.

5) A Inglaterra importa batata, ingrediente óbvio do prato fish-and-chips. UE e países que a apoiam vão taxar essa importação.

6) Na rota Londres-Paris, o Euro Trem vai passar a transportar apenas carga.

7) Para entrar na Europa inglês vai ter que tomar vacina, provar que tem euros suficientes, fazer entrevista no consulado e mostrar passagem de volta para Londres.

8) Essa é a última EuroCopa de futebol com a participação da seleção inglesa. O English Team vai passar a jogar torneios da Concafaf e das ligas de soccer de Miami.

9) Gibraltar vai virar um resort para imigrantes

10) Acaba o intervalo: ingleses que trabalham na Europa só vão poder tomar o chá das cinco a partir de nove da noite.