por Eli Halfoun
“É hora de acabar com a guerra às
drogas”. A princípio pode parecer um absurdo, mas essa é a proposta da London School
of Economy. O estudo foi feito com a participação de renomados especialistas e
economistas por e sugere a um novo enfoque para o combate às drogas, que hoje
se preocupa exclusivamente com a repressão. Duas novas e necessárias alternativas
são sugeridas pelo estudo:
1 - realocar os recursos hoje destinados à
guerra para políticas de saúde pública, de redução de danos provocados pelo uso
de drogas e pelo tratamento de viciados. O estudo pede que os governos garantam
completamente os recursos necessários ao plano de atendimento da demanda. O
estudo mostra que a redução de danos é, por exemplo, distribuição de seringas
para viciados para combater e evitar a contaminação pelo sangue de outros
viciados que estejam doentes.
2) experimentar novas políticas e
regulamentações monitoradas, o que pode determinar que políticas funcionam e quais
não.
O estudo mostra que políticas repressivas
até aqui adotadas não foram capazes nem sequer de minimizar os danos, o que
mostra a importância de buscar alternativas, especialmente se serão rigorosamente
monitoradas para evitar que novas idéias sejam piores do que as velhas.
O problema econômico também é
focalizado e segundo o jornalista Clóvis Rossi, o megainvestidor George Soros,
que defende as mudanças de enfoque na guerra às drogas calcula que a guerra
custou, até agora, algo em torno de US$ 1 trilhão e conseguiu como se sabe
péssimos resultados.
Em artigo na “Folha” o jornalista Clóvis
Rossi lembra que como escreve George Soros “a proibição das drogas criou um imenso
mercado negro, avaliado em aproximadamente US$ 300 bilhões. Para Rossi “esse
mercado negro é um gerador de violência, tanto por parte dos cartéis de drogas
como de usuários comuns, o que tornou a segurança um dos fatores mais inquietantes
da realidade, especialmente na América Latina. Trata-se, portanto, de uma guerra
cara e cruenta. Sair dela não é nada fácil, mas é de crescente urgência”. A
vida não pode continuar sendo uma droga. (Eli Halfoun)