por Clara S. Britto
Ontem, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a UFRJ revogou o título de Doutor Honoris Causa concedido ao ditador Garrastazu Médici em 1972, quando era reitor uma figura chamada Jair Menezes. A cassação foi aprovada pelo Conselho Universitário da entidade e resultou de uma promessa feita pelo atual reitor, Roberto Leher, logo ao assumir o cargo. Para marcar a anulação da homenagem ao ditador, estudantes pintaram rostos de vermelho e preto para lembrar os assassinatos e desaparecimentos de pessoas ligadas à universidade. Entre eles, estão os estudantes Mário Prata, da faculdade de Engenharia; Stuart Angel, da faculdade de Economia; e o professor Lincoln Bicalho Roque, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Segundo a relatora da Comissão de Memória e Verdade na UFRJ, a professora Lilia Pougy, pelo menos 26 alunos ou professores morreram ou desapareceram somente sob a gestão de Médici.
Em todo o Brasil, já ocorreram atos semelhantes por iniciativa de estudantes, como mudança de nomes de colégios que homenageavam ditadores. O objetivo não é apagar seus nomes da história, até porque os crimes não devem ser esquecidos, mas cancelar as homenagens em nome e honra das vítimas. Falta muito ainda:os nomes do tais elementos figuram e pontes, ruas, viadutos e até cidades.
2 comentários:
Vai dar um trabalhão. Se formos ser justos, teremos de mudar nome de muita rua homenageando ditadores e genocidas como Getúlio Vargas, Duque de Caxias, Moreira Cesar, entre tantos outros.
E os ditadores foram justos, por acaso?
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