Em homenagem a Sérgio Rodrigues (que faleceu no dia 1° de setembro último), a ETEL reedita linha de grande peso afetivo na carreira do designer. As peças foram concebidas para o amigo Adolpho Bloch, fundador da Bloch Editores e da revista Manchete, da Gráficos Bloch, além das redes Manchete de TV e Rádio.
Os protótipos da Linha Adolpho, composta por mesa de trabalho e poltrona, serão exibidos pela primeira vez em setembro, na exposição “De Sergio para Adolpho” na IDA, feira de design da ArtRio.
O evento, resultado de um última parceria entre o designer e a marca, inclui o pré-lançamento da edição limitada do mobiliário do designer reeditado pela ETEL. Em paralelo à exposição, será lançado o livro "De Sergio para Adolpho" (Ed. Olhares), com a história da relação entre esses dois personagens marcantes, incluindo a concepção das peças da Linha Adolpho e o novo encontro com Etel Carmona. Adolpho Bloch foi um dos primeiros compradores da Poltrona Mole, numa época em que a obra-prima de Sergio Rodrigues ainda era incompreendida. (Ela chegou a passar um ano na vitrine sem uma única venda.) Anos depois, quando o designer deixou a Oca, loja que havia fundado, Adolpho tornou-se cliente praticamente exclusivo, dado o volume de peças criadas por Sergio para as sedes da Bloch. Além da amizade que se estreitava, Adolpho, com sua personalidade sempre arrojada, era um admirador incondicional do trabalho fora do padrão do designer. A Linha Adolpho foi encomendada em 1990, quando ambos já tinham décadas de convivência, e numa época em que o design autoral vivia um período de ostracismo no País. O dono da Bloch queria poltrona e mesa de trabalho novas para sua sala. Como sempre, deixou Sergio totalmente à vontade para criar. A imponência do conjunto, com soluções inventivas e formas pesadas totalmente harmônicas, sugere que essa realmente foi a melhor escolha. A poltrona tem pés de “patins”, como explica Sergio. “Essa solução funciona muito bem em pisos acarpetados”, completa. Seu conforto foi o primeiro atributo comentado por Adolpho. Quando foi apresentado à obra, ele expressou a seu modo: “Tem o tamanho certo das minhas costas.” Além do conjunto para sua sala, Adolpho resolveu encomendar também, em versão um pouco menor, peças da mesma linha para os diretores da empresa. E depois, um conjunto igual para seu escritório em São Paulo, e outra poltrona para a mesa de sua secretária. Dali em diante, ele, que era muito dinâmico e pouco trabalhava sentado, não queria saber de outra poltrona, e se cercou desse conforto escolhido. “Escolhemos lançar as peças no Rio de Janeiro para homenagear a atmosfera em que Sergio desenvolveu seu trabalho. Assim como ele, Adolpho, apesar de ucraniano, era carioquíssimo. Eles são protagonistas da história do Rio e a cidade marca muito suas trajetórias”, explica Lissa Carmona, diretora da ETEL.
A exposição conta com projeto de cenografia da arquiteta Lia Siqueira, que além da profissional reconhecida, é uma das fundadoras do Instituto Sergio Rodrigues e organizadora do livro “Conversas Ilustradas”, com relatos de Sergio. Com esse repertório, ela participou também da investigação sobre a história das peças e da parceria produtiva de Sergio e Adolpho, conduzida para a produção do livro.
O fio condutor do livro é a fala do próprio Sergio, descrevendo as situações vividas com Adolpho e a concepção das peças em questão. Ao propor a organização deste pequeno volume (15x15cm / 80p / capa dura), a ETEL aposta mais uma vez na relevância histórica e na expressão simbólica dos móveis de sua coleção, apresentando seu contexto de criação, trajetórias paralelas e movimentos que representam.
A mesa de trabalho e poltrona Adolpho, reeditadas pela ETEL, terão tiragem limitada a 5 exemplares em madeiras especiais, antigas, raras, como Perobinha do Campo, Cabreúva, Imbuia e no próprio Mogno, matéria-prima utilizada na versão original confeccionada por Sergio. Além das edições limitadas nas madeiras de coleção, a ETEL comercializará a partir de 20 de setembro a linha Adolpho, dessa vez em madeiras certificadas, como Freijó, Sucupira e Cedro.
Fonte: Index Assessoria
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
No Brasil, pelo menso no Rio, além do Sérgio Rodrigues, um gênio raro nessa arte criativa de pensar em móveis, tivemos também o Tenrreiro, que criou também uma cadeira, de recosto, montada por peças de madeira inteiras moduladas no formato desejado. Essa cadeira também ficou famosa e pertencia ao acervo da revista O Cruzeiro do Leão Gondin de Oliveira, primo do não menos famoso Assiz Chateaubriand.
Postar um comentário