terça-feira, 31 de maio de 2011

Dia Mundial sem Tabaco...


por Gonça
Hoje é o Dia Mundial sem Tabaco. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cigarros matam cerca de seis milhões de pessoas por ano. Incluindo nessa trágica estatística 600 mil não-fumantes que morrerão por aspirar nicotina do vizinho de mesa no bar, do transeunte na rua, no ônibus, no táxi e até em escolas.

Liberdade para... broxar (Reprodução
de advertência do Ministério da Saúde.

Como consequência das campanhas e da perda do antigo "charme" colado ao hábito de fumar e disseminado em incontáveis filmes (hoje, a imagem do fumante parece se confundir mais com fraqueza, falta de higiene, cafonice, sujeira interna e externa, e o mito da virilidade cedeu lugar à ameaça de impotência, um dos males provocados pelo cigarro), tem diminuido o número de dependentes da nicotina. Para tantar recuperar mercado, especialmente entre os jovens, os fabricantes, como a TV Globo mostrou ontem, lançam cigarros com sabores variados. 
Por isso, é no mínimo um primor de cinismo esse anúncio da Souza Cruz publicado hoje, Dia Mundial sem Tabaco, no jornal o Globo. Sem falar no mau uso da palavra "liberdade". Invertendo valores, a mensagem associa a "liberdade de expressão" a um "direito" que um fabricante deve ter (até para induzir o consumo de produtos tóxicos, por exemplo?). Diz trabalhar "com produtos legais" e acredita na "liberdade de seus consumidores adultos para fazer suas "escolhas" livremente. Por extensão desse raciocínio, um adulto deve ser "livre" para fazer sua "escolha" e lançar seu carro, um "produto legal", de um despenhadeiro; o proprietário de uma arma "legal" deve ter o "direito" de estourar os miolos, se essa é a sua "escolha". Um produtor rural deve ter o "direito" de usar quanto agrotóxico "legal" quiser e vender fruta com veneno na feira. E os fabricantes de cigarros devem ter "liberdade de expressão" para conquistar cada vez mais clientes dispostos a ter seus pulmões transformados em saco de fuligem. Então, tá.

2 comentários:

debarros disse...

Gonça, a propaganda tem uma força indestrutível, imbatível. A propaganda do cigarro penetra em todos os setores ativos da sociedade. Hoje, eu me lembro de ainda muito jovem ver nos filmes, numa época que, no Btasil as mulheres ainda não fumavam, não porque fosse proibido, mas porque não cai bem, não era elegante, os artistas e heróis fumarem um cigarro atrás do outro. Confesso que passei a fumar copiando esse heróis de cinema.
Queria ser também um galã e o cigarro era o maior componente dessa atitude. Fumar era elegante, era criar o macho em toda a sua plenitude, era o conquistador.
Grande ilusão. Depois de fumar 3 a 4 carteiras de cigarros por dia, já um viciado, tabagista, sofri um infarto que quase subo a escada de Jacó. Parei de fumar, é claro. Mas precisava infartar para largar o vício?

Carla disse...

É a lei do lucro acima de tudo, à custa de vidas.