sábado, 28 de maio de 2011

Jornalismo seletivo (cada vez aumenta mais)

por JJcomunic
"É um pássaro, é um avião, é jornalismo, é marketing?". Parodiando os habitantes de Smallville, leitores do Daily Planet, fica difícil, às vezes, distinguir o jornalismo do marketing editorial. Tem kriptonita comercial contaminando a mídia. Nos principais meios de comunicação do Brasil pratica-se uma espécie de jornalismo seletivo. Interesses comerciais, além das características ideológicas ou até religiosas de certos grupos, impedem que veículos noticiem (quando noticiam, minimizam) determinados assuntos. A Rede Globo ignora a Indy (cujos direitos são da Band); a Band, por sua vez, quase desconhece da Fórmula 1 (da Globo); a evangélica Record não sabe onde fica o Vaticano e consegue se lixar para fatos como, por exemplo, uma visita do Papa ao Brasil ou festas populares de caráter católico. Até em tópicos mais amenos, a seleção se impõe: um evento de moda como o Fashion Business é ignorado pelo suplemento... de moda... de um determinado jornal cuja relação comercial é com o evento de moda concorrente, o Fashion Rio. Mas podia ser o contrário, a importância do evento se mede aí não pelo interesse jornalístico mas pelo vínculo comercial. Será interessante observar a cobertura de alguns acontecimentos que estão por vir. Os direitos dos Jogos Panamericanos de Guadalajara, em outubro, são da Record. Como a Globo vai encarar o tema? A Olimpíada de Londres também é da Record. Já a Copa de 2014 é da Globo, assim como a Copa América que vem aí.
Como serão serão as abordagens? À base do jornaleting ou do marketismo?   

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