Cena de tortura na novela "Amor e Revolução". Foto: SBT/Divulgação |
Mais do que apenas marcas e nomes de fantasia alguns produtos transformam-se em verdadeiras referências e passam a fazer parte do cotidiano de qualquer cidadão. Exemplos: você pede uma Coca-Cola, mesmo que queira outro refrigerante; pede uma gilete e não uma lâmina de barbear; pede Catupiry quando quer qualquer queijo cremoso; pede uma Brahma, mas aceita a cerveja que vier. As novelas da Globo também viraram uma mania nacional e em consequência um sinônimo de sucesso até quando não merecem. Azar do telespectador que com essa mania de ver as novelas da Globo acaba deixando de lado outros excelentes trabalhos do gênero. É agora o caso de “Amor e Revolução”, a novela do SBT que merece muito mais público do que o conquistado até agora. A novela de Tiago Santiago se desenvolve em torno da "revolução" de 1964 e, portanto, da recente história do Brasil. Tem um texto perfeito que não esconde a verdade histórica e não se amedronta com um passado que muita gente tem feito questão de esquecer, mas não devia. Duvido que a Globo tenha coragem de exibir uma novela com o tema de “Amor e Revolução”. Nesse aspecto é de aplaudir Silvio Santos que deixa exercer em sua emissora uma democracia de temas que nas outras só existe da boca pra fora. Mesmo acusado de ter sido simpatizante (e ajudado) a "revolução" Silvio Santos abriu caminho para que se fale tudo (ou quase tudo) sobre os terríveis porões de um momento que os brasileiros não podem e não devem esquecer para que não se repita. Apesar das muitas reclamações que tem recebido de militares (aposentados ou não), Silvio Santos não exerceu como patrão qualquer absurda censura contra a novela. Como a "revolução" exerceu sobre nós. Ainda quer exercer, mas nunca mais conseguirá. O Brasil vive a mais plena democracia e é assim que deve continuar. (Eli Halfoun)
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