Neste mês fui obrigado a pagar juros de mora de três contas que me chegaram atrasadas, – além da data de vencimento – causando com isso prejuizo financeiro para as minhas pobres economias. O importante, nesse caso, é entender, como um empresa de tamanha responsabilidade, como os Correios e Telégrafos, pois a seu cargo fica a correspondência entre os cidadãos de um país, correspondências essas que trazem nas suas cartas esperanças no presente e no futuro. Declarações de amor e de paixões. Passagens tristes nas suas vidas. Passagens alegres de carinho e de amizade sincera. Ao mesmo tempo, cartas de ódio e de rancores. Promessas de retaliações e de cobranças. Enfim, pedaços de vidas que são externadas em simples cartas mas que não são entregues aos seus destinatários por essa empresa, neste infeliz país, que vive sob o regime de uma empresa estatal.
Será essa modalidade de estatal que candidatos a cargos eletivos querem para esse país? É esse o modelo de Estado Forte preconizado e desejado por políticos do Brasil? Se é esse, amigos, teremos um Estado falido sem mesmo antes de começar.
Pobre Estado Forte que não consegue, por pura incompetência, entregar aos seus destinatários as cartas, tão queridas, enviadas pelos seus remetentes aos seus amores afastados em campos de batalha, em trabalhos em outros paises, em hospitais internados por qualquer motivo ou em leitos de morte recebendo as últimas palavras de amor e de dor.
Estado Forte, foi o de Hitler e de Mussolini sem falar no Estado terrivelmente Forte de Lênin de Josip Stalin. Será esse Estado Forte desejado pelos postulantes a cargos eletivos?
Um comentário:
debarros, pelo que sei, o Estado só foi forte na ditadura apoiada por muitos que ainda dão palpilte por aí. De lá prá cá, virou parque de diversões de interesses privados. Os Correios, que você cita, foi sucateado durante anos para ir à bacia das almas da privatização tucana. Como não foi possível, aquele governo foiu liberando geralmente para grandes empresas estrangeiras que estão aí, transporte de encomendas, correspondências especiais, circulação de documentos etc. Grande parte da comunicação hoje é feita por email, internet etc. Há quanto tempo você não escreve uma carta e coloca no correio? Restaram as contas, algumas porque muitos também estão migrando para a internet, mala direta, encomendas em concorrência com as multinacinais etc. Nesse quadro, os Correios não resistiram por muito tempo. E olha que na imensa maioria dos países, incluindo os Estados Unidos, é um serviço público estatal.
O problema é que aqui a alternativa ao estado em serviços públicos é o desmando, a exploração e os preços altos e a falta de respeito a usuários e consumidores. Não se consideram concessionário, mas donos que fazem o que querem sem investimento só mamando.
O Estado é tão fraco que admite leis até para repassar dinheiro público para empresários (em nome da "cultura" que promovem shows de axé. Iniciativas comerciais, como turnês de cantores nacionais e estrangeiros, tem financiamento público que vai direto para os bolsos de epresários como em muitas atividades. Isso pra mim não é Estado forte, é estado caquético como tem sido desde priscas eras. Para o problema citado uma opção seria, talvez, pedir ao banco que use os serviços privados do Fedex para remessas das contas, deve custar um 20 reais por cada remessa. Viu o tamanho da encrenca?
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