por Eli Halfoun
Não há nenhum exagero quando se diz que nunca se tomou providências para evitar os graves estragos que a chuva provoca no Rio. É um problema muito antigo. Olha só o que, segundo pesquisa do jornalista Marco Antonio Barbosa, o escritor Lima Barreto escreveu em 1915 no jornal "Correio do Norte": "As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações desastrosas. Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas perdas de haveres e destruição de imóveis. De há muito que a nossa engenharia municipal se deveria ter compenetrado do dever de evitar tais acidentes urbanos. Como está acontecendo atualmente no Rio em função da chuva. Uma vergonha”.
A chuva também provou muitos estragos e verdades nas palavras. O governador Sergio Cabral foi incisivo: “Os casos de morte fatal foram poucos”. Errou no português (será que alguém conhece morte que não seja fatal?) e nos números (se mais de 200 vítimas é pouco, o que será muito?). Quem melhor definiu a situação foi uma vítima: ”Eu não tinha nada e perdi tudo”. O senador Francisco Dornelles entrou em cena para elogiar as autoridades: “O governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes comandam a crise com competência”. É pouco: é necessária competência para evitar que crises desse tipo não se repitam. Discursos, comoção e promessas não resolvem nada. Nunca resolveram
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Um comentário:
A última chuva sempre é a pior. Claro, aumenta a população, a invasão, o desmatamento, a bagunça, a corrupção, os politiqueiros...
E a de 1966, 1988, 1998?
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