por Eli Halfoun
Aparentemente as coisas estão melhorando, mas a verdade é que houve um crescimento no nível de inadimplência (palavra que, convenhamos, de certa forma significa calote) em financeiras: passou de 17,7% para 118,8% o número de inadimplentes na faixa salarial acima de R$ 3.840, o que significa que quem ganha mais é quem paga menos. O pobre vive (?) de salário mínimo paga direitinho suas pequenas prestações porque o crédito é o único patrimônio que ainda lhe permite adquirir produtos com baixas, como ele acredita prestações que o fazem pagar mais, muito mais do que o dobro por um eletrodoméstico, um guarda-roupa ou cama (sem colchão) de qualidade duvidosa. Sejamos justos: ninguém (ou, melhor, quase ninguém) que dar calote e só o faz por absoluta imposição do mercado.A inadimplência verificada junto as financeiras é, não tenho dúvidas, resultado dos extorsivos juros cobrados em todo tipo de empréstimo: o credor, paga, paga, paga e sempre deve mais. Um dia (esse dia sempre chega) percebe que já pagou bem mais do que pediu emprestado e decide parar de ser explorado e, enfim, escapar da armadilha dos juros sobre juros fugir dos juros, que são uma outra modalidade de assalto. De violência.
O endividamento geral do carioca aumento de 41,3% para 51%, segundo pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ. A pesquisa verificou também que o carioca está pagando dívidas com mais dívidas, ou seja, para, por exemplo, pagar a um banco ou financeira faz um novo empréstimo e acaba preso em uma bola de neve que nunca para de crescer. A maior oferta de crediários em suaves (suaves nada) prestações e as facilidades para conquistar crédito e, portanto, empréstimo é, evidentemente, uma das causas da inadimplência. Foi com ofertas de crédito fácil e vantajoso (só para quem os concedia) foi o que permitiu o varejo a manter a economia no decorrer da turbulência financeira pela venda a prazo. Quem recorre a um ou mais empréstimos-créditos conta, é claro, com o salário para honrá-los, mas no dia seguinte perde o emprego, o que é comum ultimamente, e fica impossibilitado de pagar, mas a verdade é que embora as sempre complicadas pesquisas econômicas, não comprovem isso a inadimplência junto às financeiras é uma espécie de grito: “Parem de me roubar. Já pagamos demais”
Um comentário:
Nunca nesse país houve um endividamento do seu povo como o que está ocorrendo agora. Os Bancos nunca foram tào felizes como nos dias de hoje. Com o crédito subsidiado, os aposentados entraram nessa armadilha e dificlmente vão conseguir sair dela. O país está correndo um sério risco de repetir a crise que aconteceu nos EUA com o crédito imobiliário. Vai-se chegar a um ponto de inadiplência de tal ordem, que a bomba a uma hora qualquer vai explodir. E não será "marolinha" que virá. Fica aqui a pergunta: Quem não está devendo a um Banco qualquer?
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