por Eli Halfoun
Todo fim de ano a gente faz tudo sempre igual: está começando outra vez a corrida para compras de Natal. Parece ser uma época feliz, mas sabemos que não é assim para grande parcela da população sem condições de, como manda a tradição, desfrutar de uma mesa farta (aliás, hábito gastronômico que nada tem a ver com a nossa realidade salarial e o nosso clima e agora também com uma quase imposição médica que proíbe alimentos calóricos e gordurosos). Há um grande entusiasmo dos lojistas (esses sim sorridentes com lucros nesse período festivo). Não é para menos: até dezembro o 13º salário injetará bilhões na economia brasileira.
Especialistas orientam que se gaste apenas 30% do 13º salário nas compras de Natal, mas supostamente vantajosas ofertas comprometem o dinheiro extra que geralmente já chega comprometido com dívidas acumuladas durante o ano - dívidas na maioria das vezes com serviços essenciais como contas de luz, gás, água, telefone e remédios adquiridos com cheques pré-datados: as doenças não esperam por dias financeiramente melhores.
É nesse período que a taxa de desemprego diminui e os governos (federal, estadual e municipal) costumam orgulhar-se como se o mérito fosse de suas administrações e não apenas por conta do período festivo que independe de qualquer interferência governamental. É festa e pronto.
A criação de novos empregos nessa época do ano é apenas mais uma ilusão de Natal. São empregos provisórios que deixam de existir assim que a festa termina. Até quando tudo nesse país terá que ser provisório?
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