por Eli Halfoun
Está ficando chata essa brincadeira de pique-esconde que Madonna anda fazendo com seus fãs desde que desembarcou no Brasil. Isso sempre acontece porque artistas estrangeiros acham que fazem um grande favor de vir ao Brasil e também porque os fãs (brasileiros ou não) lhes dão muita confiança. Eu era um jovem repórter (e não vai aí nenhum saudosismo) quando fui escalado pelo jornal (uma perfeita escola) Ultima Hora, para acompanhar os passos da visita de Brigitte Bardot (na época ela era mesmo uma gracinha, como diria Hebe Camargo) e se escondia da imprensa e dos fãs, o que lhe rendeu a primeira página dos jornais durante pelo menos uma semana (artistas reclamam da mídia e dos fãs, mas sempre precisam dos dois. Cansada da brincadeira, que repetiu até na época desconhecida Búzios) Brigitte Bardot parou de esconder-se, ou seja, apareceu na janela, se deixou fotografar virou figurinha fácil. Tão fácil que acabou ficando desinteressante para a mídia que a transformou em uma quase notinha de rodapé. Lembro que ficou tão fácil dar de cara com a deliciosa BB em restaurantes e boates que não se olhava para ela com entusiasmada admiração e prazer. Pelo contrário: quando alguém anunciava que Brigitte Bardot estava chegando os assíduos frequentadores de badalados pontos de encontro noturnos (como a antiga Fiorentina, no Leme, Rio) ficavam incomodados a ponto de alguém alertar: “Vamos embora porque lá vem aquela chata”. Madonna também acabará cansando da brincadeira e ficará desinteressante até para as fãs que, como comentou uma, acham que “ela não quer aparecer para não mostrar a verdade das rugas de sua idade”. E como Brigitte Bardot, Madonna também ficará uma chata. Pior: uma chata que ainda por cima canta. (Na reprodução, BB na capa da Manchete)
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