terça-feira, 3 de novembro de 2009

As novas cores do turismo

Por Eli Halfoun
Demorou, mas finalmente o Rio está abrindo os olhos para a importância do turismo gay, que já é uma realidade em vários países. Na recente parada gay (a 14ª) que coloriu a praia de Copacabana com as cores do arco-íris o prefeito Eduardo Paes anunciou a criação de uma coordenadoria de governo só para tratar das causas homossexuais a fim de garantir direitos e combater preconceitos e violência. “O Rio – diz o prefeito – é uma cidade aberta à diversidade. Economicamente o turismo gay é muito importante”. Torcendo o nariz os mais preconceituosos certamente dirão que a Prefeitura tem mais o que fazer. Tem sim, e por isso mesmo não pode se dar ao luxo de abrir mão da arrecadação que o turismo gay pode proporcionar a essa cidade maravilhosa que como diz o empresário Gilles Lascar (dono da boate gay Le Boy) “tem um clima perfeito, uma noite superinteressante, homens bonitos.” Incentivar o turismo GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) também é uma das preocupações da Associação Brasileira de Turismo. Não é para menos já que como diz o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc “as duas causas que mais avançam no mundo são a ambiental e a dos direitos civis e nós não seremos um planeta saudável com poluição e com preconceito”.
O Brasil da próxima Copa do Mundo e da Olimpíada não pode abrir mão de seu potencial turístico para atrair o público gay que mete a mão no bolso para gastar – e gastar bem. Não é obrigatório simpatizar, mas é obrigatório não desprezar as pessoas por sua opção sexual e afetiva. Economicamente o mercado não pode mais dispensar esse grande público consumidor, que se hoje é mais aceito e compreendido, em um passado não muito distante era obrigado a viver em guetos e marginalizado. Historicamente o Rio é uma cidade gay e o grande ponto de encontro era o antigo Largo do Rocio, hoje Praça da República. Nos anos 50 criou-se a bolsa de Copacabana em frente ao Copacabana Palace. Por conta das absurdas perseguições os grupos gays eram itinerantes: nos anos 60 e 70 fizeram da galeria Alaska, em Copacabana, seu ponto de encontro e foram caminhando até criar a bolsa de Ipanema (também conhecida como penteadeira) em volta da Rua Farme de Amoedo. Ainda vistos e recebidos com preconceito os gays conquistam cada vez mais espaço e são em todos os segmentos profissionais de grande talento e um público que não se pode simplesmente desconhecer desprezar. Principalmente quando se fala em turismo.
P.S – O Globo de hoje noticia que o Rio foi eleito o Melhor Destino Gay em eleição promovida pelo Logo, um canal da MTV destinado ao público homossexual.

Um comentário:

Eliane Furtado disse...

Bem, eles tem dinheiro, bom gosto e sabem gastar.
Dindin para o Rio.